O mercado de capitais brasileiro está passando por grandes transformações, oferecendo às empresas novas fontes de financiamento e, aos investidores, opções mais rentáveis de diversificação.
Exemplo disso é o crowdfunding, modalidade de investimento coletivo regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2017 e que, de lá para cá, não para de crescer em nosso país.
As captações de crowdfunding permitem que um grupo de pessoas invista diretamente em projetos do seu interesse, financiando ou se tornando sócias de empresas com alto potencial de crescimento.
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Nos últimos cinco anos, o volume de captações cresceu 22 vezes, saindo de apenas R$8 milhões no primeiro ano e chegando a mais de R$188 milhões em 2021.
Em razão desse enorme sucesso, um grupo de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) resolveu avaliar quais foram os fatores mais importantes para o sucesso de centenas de campanhas de captação que foram abertas nesse período.
Neste artigo, vamos falar mais sobre os resultados desse estudo e entender quais são as preferências dos investidores que desejam inserir ativos reais em sua carteira, rentabilizar melhor seu capital e se proteger dos riscos do mercado financeiro tradicional.
Pesquisadores avaliam fatores mais importantes para o sucesso de campanhas de crowdfunding
O ambiente econômico cada vez mais competitivo e as dificuldades de obter crédito pelas vias tradicionais estão levando as empresas a buscar fontes alternativas de financiamento dos seus projetos.
Empreendedores emergentes, com ideias inovadoras para solucionar problemas complexos da economia, enfrentam grandes barreiras para captar recursos e conseguir levar suas soluções ao mercado.
Essa realidade, no entanto, começou a mudar com a regulamentação do crowdfunding pela CVM.
Extremamente comum nas economias avançadas, o investimento participativo só começou a ganhar tração recentemente no Brasil, com a entrada de um número crescente de investidores interessados em oferecer capital para startups e a expansão de novos negócios.
De 2017 a 2021, foram realizadas milhares de campanhas de captação de projetos nos mais variados setores, como:
- Agronegócio
- Tecnologia e inovação
- Energia renovável
- Economia compartilhada
- Incorporações imobiliárias
- Expansão de novos negócios
- Ativos judiciais
As campanhas de sucesso conseguiram arrecadar, nesse período, mais de R$188 milhões através de plataformas de crowdfunding como a Bloxs que, desde a sua fundação, em 2018, já captou mais de R$100 milhões em investimento direto na economia real, gerando emprego, renda e desenvolvimento em todas as regiões do país.
Diante disso, pesquisadores da FGV se interessaram em saber quais eram os fatores mais importantes para o sucesso de uma boa campanha de crowdfunding.
Fontes alternativas de financiamento são fundamentais para a inovação
O estudo avaliou mais de 4 mil campanhas de captação e descobriu que aspectos como localização do projeto e retorno prometido contribuem para atrair um grande número de investidores interessados em financiar a atividade ou projeto em questão.
De acordo com o trabalho, apoiado pela Fapesp e realizado na Universidade do Texas, nos EUA:
A inovação é um fator determinante para o crescimento econômico e tecnológico de uma sociedade, mas é um processo custoso e demanda grande quantidade de capital. Por isso, é muito importante o acesso ao crédito.
Um dos autores do estudo, Wesley Mendes da Silva, o sucesso de uma captação de crowdfunding dentro do prazo padrão de 60 dias não se resume às características do projeto, mas também leva em consideração fatores como sua localização e o retorno aos apoiadores.
O crowdfunding se tornou uma das principais fontes alternativas de financiamento de novos empreendimentos no país.
De acordo com Wesley Mendes, a grande vantagem dessa forma de captação de recursos é não precisar recorrer a um empréstimo bancário que, além de burocrático, pode se tornar impeditivo em razão dos altos custos envolvidos.
O estudo revelou, no entanto, que menos da metade das campanhas conseguem ter sucesso. Isso porque, se o alvo mínimo buscado não for atingido dentro do prazo padrão de 60 dias, a captação é cancelada.
CVM triplica limite de captações de crowdfunding
Outra novidade divulgada recentemente foi o aprimoramento do marco regulatório das campanhas de crowdfunding de investimento.
Agora, as empresas com receita bruta de até R$40 milhões poderão captar no máximo R$15 milhões em rodadas de investimento coletivo para desenvolver seus projetos e alavancar seus negócios.
De acordo com Marcelo Barbosa, Presidente da CVM:
Após quase cinco anos de vigência da norma editada em 2017, a CVM observou a possibilidade de realizar aprimoramentos que pretendem expandir a capacidade de captação por parte de empreendedores, ao mesmo tempo em que se amplia o universo de empresas que podem utilizar essa modalidade de captação.
Uma preocupação da autarquia foi estabelecer medidas adicionais para proteger os investidores, em razão do aumento dos limites de captação. Com isso, a instrução normativa 588, que regulava as captações até então, foi revogada e entrou em vigor a resolução CVM 88, mais robusta e com propósito de dar mais dinamismo ao mercado.
Entre as atualizações trazidas pela nova norma estão:
- Aumento do limite de captação de R$ 10 para R$ 15 milhões.
- Ampliação dos limites de receita bruta anual para definição de sociedade empresária de pequeno porte de R$ 30 e R$ 60 milhões, limite individual e consolidado, para R$ 40 a R$ 80 milhões, respectivamente.
- Necessidade de conferir transparência à remuneração sobre as pessoas contratadas para promover a divulgação das ofertas públicas, quando se tratar de agentes regulados pela CVM.
- Exigência de apresentação de demonstrações financeiras auditadas por auditor registrado na CVM por parte das sociedades de pequeno porte em ofertas com alvo máximo de captação maior que R$ 10 milhões e receita bruta anual consolidada superior a R$ 10 milhões.
- Alteração da proposta que flexibilizava a destinação dos recursos da oferta para vedar a aquisição de participações minoritárias em outras sociedades.
- Aumento do lote adicional de até 20% para até 25% do valor alvo máximo.
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