Um material está roubando as atenções do setor fotovoltaico, em razão da sua grande eficiência energética e do seu baixo custo de produção: o cristal de perovskita.
Embora as excelentes propriedades fotovoltaicas da estrutura desse mineral já fossem conhecidas desde a década de 1970, foi somente nos últimos anos que sua aplicação ganhou tração em sistemas solares, com altas taxas de conversão de radiação em eletricidade.
Mas os benefícios da perovskita em relação ao silício cristalino atual vão além da eficiência e do baixo custo, permitindo a construção de projetos mais flexíveis e personalizados.
Até 2025, a previsão é que o mercado de células fotovoltaicas de perovskita alcance US$ 215 milhões, barateando e disseminando o uso da tecnologia solar.
Quer saber mais sobre como esse avanço tecnológico pode influenciar futuros projetos do setor e ajudar a enfrentar os desafios do marco legal da micro e minigeração distribuída?
Então fique com a gente e saiba mais sobre os seguintes tópicos:
O papel da perovskita no aumento da eficiência energética
Nos longínquos Montes Urais da Rússia, em 1839, o cientista alemão Gustav Rose descobriu um mineral com uma notável estrutura cristalina e decidiu batizá-lo de “perovskita”, em homenagem ao mineralogista russo Lev Perovski.
Os primeiros estudos do material se concentraram em suas propriedades eletrônicas e magnéticas, especialmente em aplicações como supercondutividade e magnetorresistência.
Foi somente com a evolução dos estudos, na virada do século XXI, que os pesquisadores começaram a entender melhor as características fotovoltaicas das perovskitas, em células solares de corante-sensibilizado.
Embora os resultados iniciais mostrassem um aumento modesto em relação à tecnologia até então empregada — baseada no silício cristalino —, ficou evidente que o potencial do material era evidente, podendo baratear e disseminar a tecnologia solar por todo o mundo.
Com o avanço das pesquisas nos anos seguintes, constatou-se que a eficiência das células fotovoltaicas de perovskita em arquiteturas de junção única atingiu uma eficiência de quase 26% sobre o silício, podendo alcançar quase 30% em células tandem (com materiais combinados).
De acordo com Márcio Paiva, Chief Financial Officer da Bloxs:
“O grande diferencial da perovskita é que ela é barata de produzir e simples de fabricar, com um importante ganho de eficiência na conversão de luz solar em eletricidade. A estimativa é que, em aproximadamente um ano, já teremos no mercado painéis solares com essa tecnologia de forma mais ampla.“
O mineral original, composto principalmente por titanato de cálcio (CaTiO₃), é encontrado em rochas ígneas e metamórficas em várias partes do mundo, mas não é utilizado dessa forma em células solares. O interesse nele e o uso do seu nome residem principalmente em sua estrutura cristalina, que inspirou a designação de uma classe inteira de compostos sintéticos com propriedades similares.
Quanto à sua produção comercial, esta se encontra ainda em estágio relativamente inicial, mas vem avançando rapidamente, graças ao seu promissor potencial.
Entre os casos de sucesso no uso desse material para geração de energia solar fotovoltaica está a Panasonic, que constatou, desde a invenção dos painéis solares de perovskita, um ganho de eficiência que passou de apenas 3,8%, em 2009, para 25,3% em 2020.
Quando usadas em conjunto com o silício, as células de perovskita de pequena escala alcançaram eficiências extraordinárias, de até 36% em alguns casos.
De acordo com Paiva, especialista em energia renovável, o uso da perovskita na geração fotovoltaica pode baratear bastante a aplicação da tecnologia em diversos setores, tornando viáveis projetos que hoje são considerados pouco atrativos.
“A aplicação dessa nova tecnologia tende a aumentar o retorno sobre o investimento (ROI) dos empreendimentos, atraindo mais investidores e viabilizando a realização de projetos em diversas escalas.“
Desafios da Lei 14.300 para novas usinas fotovoltaicas
Apesar de trazer mais previsibilidade e segurança jurídica para a geração distribuída, a lei 14.300, que instituiu o marco regulatório do setor, também realizou várias mudanças que acabaram afetando a competitividade das usinas fotovoltaicas.
Ao falar sobre os principais desafios enfrentados pelas usinas fotovoltaicas devido à nova legislação e quais estratégias os investidores podem adotar para superá-los, o CFO afirmou o seguinte:
“Com o novo marco, há uma redução dos estímulos a cada ano, o que, na prática, faz com que as novas usinas sejam menos competitivas. Isso, aliado ao fato de que as taxas de juros voltaram a subir e devem permanecer por algum tempo em patamares restritivos, acaba dificultando os esforços de financiamento de novas usinas.“
Paiva explica que investir em usinas fotovoltaicas não é um mau negócio no Brasil, em vista da demanda historicamente crescente que o país apresenta. Mas, comparativamente a outras opções de investimento com menor risco implícito, o que se tem visto é um certo afastamento em relação a novos empreendimentos.
“Isso me parece ser um equívoco, já que nos últimos vinte anos, tivemos uma inflação energética uma vez e meia superior ao IPCA, em média.“
Em vista disso, o executivo acredita que a chegada de novas tecnologias capazes de aumentar a eficiência dos sistemas fotovoltaicos e reduzir seus custos podem voltar a colocar o setor no radar dos investidores.
Referindo-se a esses avanços tecnológicos, em especial a perovskita, Paiva afirma que:
“O potencial de melhor geração maximiza o retorno dos projetos e por isso tem a capacidade de viabilizar projetos anteriormente pouco atrativos, inclusive aqueles prejudicados com as normas do marco legal do setor.“
De fato, entre as principais preocupações dos investidores e empreendedores em relação ao novo marco, está a cobrança dos custos de distribuição para projetos instalados após a janela de transição encerrada em 7 de janeiro de 2023.
Apesar de a Lei 14.300 impactar a viabilidade financeira de alguns projetos de geração distribuída (GD), o investimento em energia solar continua sendo atrativo.
A tendência de redução de custos da tecnologia, combinada com uma maior oferta de linhas de financiamento, inclusive no mercado de capitais, e a inevitável trajetória de aumento na conta de luz, resultado de problemas estruturais do setor elétrico brasileiro, fará com que a energia solar siga cada vez mais vantajosa no Brasil.
“Os empreendedores devem focar em projetos com viabilidade econômica verificada. Outro fator é estar atento a novas tecnologias que gerem energia com mais eficiência, tenham menor custo de manutenção e garantias gerais dos equipamentos.“
Portanto, apesar dos desafios apresentados pelo marco da GD, existem estratégias eficazes disponíveis para mitigar seus efeitos e garantir a competitividade das usinas fotovoltaicas.
Papel da BCP no avanço da energia solar
A BCP foi a plataforma pioneira no mercado brasileiro a criar soluções de funding para o segmento fotovoltaico em geração destruída, nos termos da resolução CVM 88.
Segundo o especialista da fintech, a BCP é uma das principais referências no mercado de energia fotovoltaica no país. Desde 2018 apoia empresas que buscam soluções em financiamento de implantação de usinas. Tal pioneirismo proporcionou um importante acúmulo de conhecimentos e uma rede de relacionamento no setor que mantém a empresa sempre atualizada, com uma equipe especializada que proporciona respostas rápidas e precisas.
“Atualmente quem pensa em energia fotovoltaica sabe que a BCP tem o mercado monitorado: projetistas, fornecedores, epcistas, empresas de manutenção, engenharia proprietária, comercializadoras e investidores. Além disso existe a expertise em modelagem de projetos.“
Tudo isso somado permite que a BCP tenha uma grande eficiência no sucesso em colocar operações no mercado de capitais: originação de qualidade com ajustes às necessidades dos projetos, estruturação adequada às demandas de mercado e distribuição direcionada ao público correto.
Ao falar sobre como a BCP apoia os parceiros na originação de operações no setor, o financista esclarece que a empresa acompanha constantemente os avanços e faz sua comunicação para os parceiros cadastrados no seu ecossistema.
“A BCP sempre estará disponível para analisar os projetos submetidos na plataforma e sugerir possíveis melhorias para ajudar na viabilização dessas futuras operações. As variações decorrentes de localização, track record dos desenvolvedores, prazos, além de outros fatores, são complicadores que a BCP tem grande capacidade de resolver.“
Convidamos nossos parceiros de originação a se reunirem conosco para explorar esses avanços incríveis e entender como a BCP pode ajudá-los a criar projetos fotovoltaicos altamente competitivos e sustentáveis.
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