A Genial Investimentos realizou uma entrevista com Carlos Diz, coach comportamental e fundador do Instituto de Neuroliderança, no dia 13 de maio. A conversa foi conduzida pela jornalista Denise Barbosa, que procurou entender como será o comportamento do consumidor após a pandemia.
Perfil do entrevistado
Carlos Diz | |
Atuou por mais de 20 anos como executivo internacional de empresas multinacionais. Foi sócio por mais de 10 anos da Spencer Stuart, uma das cinco maiores consultorias de recrutamento de executivos do mundo. É atualmente coach de executivos de grandes empresas e fundador do Instituto de Neuroliderança. |
Resumo do webinar
Em sua primeira pergunta, Denise quis saber que tipo de lição as pessoas aprenderiam com essa pandemia. Carlos iniciou sua resposta afirmando que “as pessoas se descobriram mais vulneráveis do que achavam”.
O consultor explicou que estamos vivendo um problema para o qual ainda não há uma solução, por isso é normal que as pessoas se sintam desamparadas e temerosas. Essa situação gera uma reconexão com a natureza efêmera da nossa existência e nos faz despertar a consciência de que somos extremamente frágeis como espécie.
Em seguida, Denise perguntou se esse sentimento de vulnerabilidade não poderia estimular, no consumidor, um comportamento mais cauteloso na hora de escolher seus produtos. Carlos respondeu dizendo que o novo consumidor pós-pandemia se preocupará mais com o amanhã e tende a poupar mais, pois, segundo ele, as pessoas se viram expostas por falta de uma reserva financeira.
Essa experiência, de acordo com Carlos, fará com que todos repensem seu padrão de alocação financeira. O consumidor deverá se preocupar mais em proteger sua vida e seu patrimônio.
A seguir, Denise quis saber se os confinamentos forçados poderiam fazer com que as pessoas levassem uma vida mais simples, ao descobrir que não são dependentes de serviços e produtos que costumavam considerar essenciais.
Carlos respondeu que as pessoas descobriram que existem soluções mais simples para suas necessidades e voltaram a realizar atividades que antes não faziam por puro comodismo, como cozinhar e limpar a casa.
Além disso, muitas famílias se viram na situação de ter que repensar seus hábitos de consumo por causa da queda em sua renda. De acordo com Carlos, essa experiência fará com que as pessoas reflitam sobre o que é realmente essencial e passem a descartar aquilo que é supérfluo e pode ser substituído.
Carlos acredita que muitos setores continuarão enfrentando dificuldades após a pandemia, pois as pessoas descobriram que podem ser divertir sem sair de casa, por exemplo. Além disso, os consumidores ficarão mais exigentes com a qualidade do seu atendimento, como em restaurantes, por exemplo, onde deverão exigir hábitos de higiene mais rigorosos.
Segundo Carlos, o isolamento fez com que as pessoas se vissem na necessidade de inovar. Isso também deve ter repercussões no comportamento dos consumidores pós-pandemia, pois eles tendem a sair do “mainstream” e experimentar outras opções.
As mudanças de vida provocadas pela covid-19 não se restringirão apenas às pessoas, de acordo com o consultor. As empresas também aprenderam que podem aumentar a produtividade e a qualidade de vida dos seus colaboradores, seja através do home office ou da flexibilização dos horários de trabalho.
Carlos explicou que muitas empresas tiveram que repensar sua forma de operar, já que foram obrigadas a aumentar sua presença no ambiente digital por força do distanciamento social.
Da mesma forma, as pessoas também estão precisando ser disciplinadas para evitar o contágio, de tal forma que o consumidor pós-pandemia tende a evitar o comportamento impulsivo e fazer escolhas mais inteligentes. Essa necessidade de disciplina continuará após a reabertura, pois esta se dará de maneira gradual e com uma série de restrições e regras, explica Carlos.
Outra característica do comportamento pós-pandemia, segundo o consultor, é que as pessoas deverão ser mais desconfiadas e cautelosas em suas escolhas. A epidemia nos obrigou a pensar melhor aonde precisamos ir e no que podemos confiar. Nesse sentido, as empresas terão que transmitir confiança em suas propostas a esse novo consumidor.
Outro efeito da pandemia, segundo Carlos, é que as pessoas passaram a compreender melhor o sentido do contato real. Isso também deve influenciar seu comportamento, já que o atendimento das empresas deverá ser mais humanizado para conquistar esse consumidor mais exigente. As pessoas não querem mais ser tratadas como um “rebanho”, segundo Carlos. As empresas precisarão valorizar sua individualidade.
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