Muito se fala sobre as diferenças entre a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e entre o Certificado de Recebíveis do Agronegócio.
Sem dúvida, a oferta de crédito é fundamental para a expansão de qualquer atividade econômica, ainda mais se estivermos falando de um setor estratégico para a economia nacional, como é o agronegócio.
Responsável por quase um quarto de todas as riquezas que produzimos, a agroindústria brasileira ganhou protagonismo no mundo. Os incentivos do Governo Federal aceleraram o setor nas últimas décadas.
Financiar o agronegócio é investir em um dos setores que mais tem crescido e lucrado em nosso país, mesmo em momentos tão adversos como o que estamos vivendo.
Em plena pandemia, que devastou a demanda de indústrias inteiras ao redor do mundo, o Brasil bateu recorde de exportação, vendendo mais de US$ 10,9 bilhões no ponto mais alto de disseminação da covid-19.
Isso não teria sido possível sem a oferta de uma variedade de produtos financeiros no mercado nacional que viabilizasse o avanço tecnológico da nossa indústria agropecuária e protegesse o produtor da sazonalidade natural do setor.
Entre esses produtos, falaremos hoje sobre a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que são títulos de renda fixa incentivados pelo governo, mas que guardam diferenças marcantes entre si.
Qual é a diferença entre a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)?
A LCA é um título de renda fixa extremamente seguro e rentável, já que conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Além disso, está isenta da cobrança dos impostos de renda (IR) e de operações financeiras (IOF).
O objetivo da LCA é levantar recursos para o financiamento da produção, industrialização, beneficiamento e comercialização de produtos agrícolas.
Os recursos utilizados para fornecer crédito para a aquisição de máquinas agrícolas pelo produtor rural, por exemplo, são provenientes das Letras de Crédito do Agronegócio. Elas são emitidas por bancos e instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central.
Já o CRA envolve uma engenharia financeira mais complexa, já que seu objetivo é dar liquidez às instituições financeiras que oferecem crédito ao agronegócio.
Ao financiar a exportação de uma safra de soja, a instituição financeira deposita o valor à vista na conta do produtor, mas recebe os pagamentos devidos em parcelas acrescidas de juros.
Por se tratar de um financiamento longo é preciso que essas instituições disponham de recursos para continuar financiando novas safras. Isso ocorre em virtude de que a sazonalidade da produção pode impactar a captação de recursos como um todo.
O papel das securitizadoras
É aí que entram as chamadas empresas securitizadoras, que compram à vista e com desconto os pagamentos futuros a que essas instituições financeiras teriam direito. Para tanto, recorrem ao mercado de capitais através da emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio, que são oferecidos aos investidores sob promessa de pagamento de juros.
Assim, os clientes originais dos financiamentos realizam os pagamentos à instituição financeira, que repassa os valores à securitizadora. Esses recursos são, então, usados para pagar os investidores dos CRAs.
De forma resumida, podemos dizer que as LCAs são usadas para financiar diretamente a produção e a aquisição de bens de capital do agronegócio, ao passo que os CRAs se destinam a dar liquidez às instituições financeiras.
Como é a remuneração entre Letra de Crédito do Agronegócio e Certificado de Recebíveis do Agronegócio?
Por se tratar de títulos de renda fixa, sua remuneração pode ser prefixada (o investidor sabe de antemão quanto irá receber no vencimento da operação), pós-fixada (o rendimento do papel é atrelado a algum indicador econômico, como a Selic ou o CDI) ou híbrida (uma parte é prefixada e a outra varia conforme o índice de referência usado).
Os prazos de vencimento são determinados no momento da emissão e, quanto mais longos, maiores são as taxas de retorno prometidas.
No que se refere à tributação, tantos as LCAs quanto os CRAs estão isentos de cobrança de imposto de renda e de operações financeiras, mas estes últimos não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), criado para proteger os investidores contra uma falência no setor financeiro, até o valor-limite de R$ 250.000 por CPF.
Dessa forma, os CRAs costumam oferecer taxas de retorno muito maiores do que as das LCAs. Elas podem chegar a até 8% ou mais ao ano acima do CDI, o que raramente acontece com as LCAs.
Estratégia de investimento em LCAs e CRAs
Os CRAs são um produto restrito a investidores qualificados e profissionais, ou seja, aqueles que têm pelo menos um milhão de reais investidos em aplicações financeiras, entre outras exigências. Escrevemos recentemente um artigo detalhando essas diferenças entre cada tipo de investidor.
As LCAs, por outro lado, são oferecidas no mercado com valores iniciais bastante pequenos. O investimento inicial varia entre 500 a 1000 reais, em média, sendo, portanto, plenamente acessíveis ao investidor comum.
Um fator a ser observado na hora da aquisição do produto é o tempo de carência de cada aplicação. Não é raro encontrar carências mínimas em LCAs de até seis meses. Por isso, o investidor precisa se preparar bem para que não precise dessa liquidez antes do fim do período em que o capital estará imobilizado.
Além disso, por não contar com a cobertura do FGC, os CRAs são um investimento mais arriscado e requerem um conhecimento maior dos investidores na hora de selecionar o papel desejado.
Em suma, as Letras de Crédito do Agronegócio são mais acessíveis e seguras do que os CRAs.
Investir com segurança e alta rentabilidade no agronegócio é mais fácil do que você imagina
Uma modalidade de aplicação que vem ganhando cada vez mais espaço no financiamento do agronegócio em nosso país é o chamado crowdfunding, ou investimento coletivo. A instrução 588 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulamentou esse tipo de captação no Brasil por meio de plataformas digitais de investimento aprovadas pela autarquia, como a Bloxs.
Um dos segmentos de maior destaque no agronegócio brasileiro é a pecuária de corte, que tem se beneficiado do aumento da demanda de países na Ásia e no Oriente Médio por causa da Peste Suína Africana, permitindo que o setor cresça de maneira exponencial com o aumento das exportações.
Entre as oportunidades de investimento coletivo disponibilizadas pela Bloxs no agronegócio, destaca-se a oferta feita em parceria com a Edafopec Agronegócios para a aquisição de bovinos magros destinados a engorda em confinamentos localizados em diferentes estados do Brasil. Sua rentabilidade-alvo é de 8,73 a 16,77% ao ano, muito acima da maioria dos investimentos em renda fixa, como os CDCAs.
Se você deseja conhecer outras modalidades de investimento altamente lucrativas e lastreadas em ativos reais como essa, não deixe de conhecer as ofertas que a Bloxs tem em seu portfólio de produtos, que abrange setores em crescimento exponencial em nosso país, como a pecuária de corte.