A noção de custo de oportunidade é extremamente importante durante a tomada de qualquer decisão, principalmente no mundo dos investimentos. Apesar de essencial, muitos investidores não conhecem ou não compreendem esse conceito.
O custo de oportunidade é um conceito econômico que está diretamente relacionado a escassez de recursos. Dessa forma, tendo em vista que os recursos são limitados, sua aplicação em determinado fator exclui sua aplicação em outro.
Neste sentido, o princípio do custo de oportunidade incorpora a noção de que sempre se enfrenta uma situação de escolher entre duas ou mais opções e tem-se que optar por apenas uma das alternativas em detrimento de outra, visto que os recursos são limitados e podem ser utilizados sob diferentes formas.
Em outras palavras, o dinheiro que um investidor possui para investir é finito. Portanto quando o indivíduo fizer um aporte, ele deverá escolher qual ou quais opções de investimento representam a melhor oportunidade de ganho de capital no momento.
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Vamos a um exemplo prático: um investidor irá fazer um aporte de mil reais, dividido igualmente entre as ações das empresas X, Y e Z e em um fundo de renda fixa. Ao optar por aplicar seus recursos nessas quatro opções, o investidor desistiu de alocar seu capital em todas as outras empresas listadas e em todos os outros fundos de renda fixa, além de qualquer outra possibilidade de investimento.
Agora, para deixar esse conceito menos abstrato, devemos entender como ele pode ser mensurado. Vale ressaltar que, por ser um conceito econômico, o custo de oportunidade não necessariamente implica em uma taxa.
Entretanto, o custo de oportunidade pode ser calculado quando subtraímos o retorno da melhor opção disponível pelo retorno da opção escolhida. Portanto se investimos na ação X com um retorno de 15%, enquanto a ação Y obteve um retorno de 20% no mesmo período, nosso custo de oportunidade foi 5%.
Normalmente vemos o custo de oportunidade como uma taxa mínima de atratividade (TMA). Ela representa o retorno mínimo para que um investimento seja viável. Muitas vezes vemos TMA relacionada a algum benchmark, como a SELIC ou o CDI, no caso da renda fixa, ou o Ibovespa, no caso de renda variável. Algumas vezes pode ser também um valor definido de forma arbitrária.
Apesar dessas serem medidas comuns para o custo de oportunidade, ela pode variar dependendo do nível de tolerância ao risco de cada investidor, além de seu conhecimento sobre o assunto.
Dessa forma, é importante levarmos em consideração o custo de oportunidade no momento de comprar uma ação, mas também no momento de vendê-las, à medida que oportunidades melhores apareçam.
É comum investidores possuírem um viés em que se apressam para vender e embolsar lucros quando as companhias performam bem, ao mesmo tempo em que abraçam os negócios que desapontam. Como diz Peter Lynch, “é o mesmo que cortar as flores e regar as ervas daninhas.”
Muitas vezes esse viés prejudica a rentabilidade a longo prazo, já que o investidor renuncia a maiores retornos quando vende empresas vencedoras e perde diversas oportunidades de melhorar sua rentabilidade ao se apegar a empresas que decepcionaram.
Dessa forma, podemos concluir que avaliar os custos de oportunidade são essenciais para qualquer decisão na vida, mas principalmente quando está ligada a investimentos. Já que é impossível abraçarmos todas as oportunidades que existem, precisamos nos atentar para aproveitar daquelas que conseguimos identificar.