O crédito de carbono é um certificado que permite ao seu titular emitir uma tonelada de gases de efeito estufa acima do seu limite estipulado de emissões e seu objetivo é incentivar projetos que ajudem a combater a mudança climática.
Em todo o mundo, órgãos governamentais estão implementando o mercado de crédito de carbono como forma de promover o desenvolvimento sustentável e a substituição gradual das fontes de energia fóssil por alternativas limpas e renováveis.
Estimativas da agência Refinitiv mostram que esse mercado movimenta cerca de US$ 300 bilhões ao ano em todo o mundo e deve dobrar de tamanho em pouco tempo.
Por isso, os investidores que desejam se posicionar estrategicamente para aproveitar o boom desse setor devem manter no radar excelentes oportunidades em áreas como energia renovável e ativos florestais, principalmente para investimento direto.
Se você deseja saber como funciona o mercado de créditos de carbono e como se posicionar em ativos reais com alto potencial de valorização nos próximos anos, continue a leitura deste artigo e fique por dentro dos seguintes tópicos:
O que são créditos de carbono?
A definição de crédito de carbono é bastante simples. Trata-se de uma licença que permite ao seu titular emitir determinada quantidade de dióxido de carbono ou outros gases equivalentes de efeito estufa.
Cada licença equivale a uma tonelada de emissões, e seu objetivo é incentivar governos e empresas a cumprir suas metas de sustentabilidade e compromissos ambientais através da aquisição de créditos de carbono, caso precisem exceder suas cotas até determinado limite.
A maior conscientização em relação ao papel das atividades humanas no aumento das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) incentivou a adoção de compromissos internacionais para o combate ao aquecimento global na forma de mercados de carbono.
O uso de ferramentas econômicas para incentivar o avanço de programas sustentáveis procura reduzir o uso de políticas de fiscalização que, além de ineficientes, acabam consumindo recursos públicos escassos.
Nesse contexto, destacam-se dois mecanismos de mercado de carbono:
- o cap-and-trade, que estabelece limites de emissões de GEE a diversos setores da economia e se baseia nas chamadas licenças para poluir, mais comuns na União Europeia;
- projetos de redução de emissões de GEE com base em certificados de carbono concedidos a iniciativas que contribuam com as metas de reduções, com destaque para o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto.
Crédito de carbono: como funciona?
Os mercados de crédito de carbono são resultado de negociações feitas no âmbito das Nações Unidas e outros órgãos nacionais e plurinacionais, a fim de facilitar o cumprimento das metas de redução de gases de efeito estufa.
No caso do MDL, foram estabelecidos mecanismos de flexibilização através dos quais alguns países poderiam ultrapassar seus limites, desde que houvesse uma redução equivalente em outro. O foco, portanto, era evitar um aumento das emissões líquidas globais.
Já o modelo “cap-and-trade” de crédito de carbono refere-se a um programa regulatório com o objetivo de limitar (“cap”) o nível total de emissões de determinados químicos, em particular, o dióxido de carbono gerado pela atividade industrial. Seu objetivo é tentar diminuir o dano ambiental sem causar dificuldades econômicas desnecessárias para a indústria através da negociação (“trade”) de certificados de emissões.
Como explica Felipe Souto, CEO da Bloxs, plataforma de captação de recursos via crowdfunding para projetos sustentáveis e também setores tradicionais da economia real:
Ao invés de adotar políticas punitivas e fiscalistas ineficientes, o que se pretende no ‘cap and trade’ é reduzir gradativamente a poluição gerada pelas empresas, concedendo-lhes um incentivo econômico por incentivar alternativas limpas.
Nesse modelo, mais comum na Europa, os governos emitem licenças para as empresas, estabelecendo um limite de emissão permitida de dióxido de carbono. As empresas que ultrapassam esse limite são tributadas, enquanto as que reduzem suas emissões recebem créditos que podem ser vendidos a outras companhias que não desejam ser taxadas.
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A ideia é que o limite de créditos de poluição diminua com o tempo, na medida em que as corporações recebem um incentivo para encontrar alternativas mais baratas que não agridam o meio ambiente.
Ainda de acordo com Felipe Souto:
A redução do limite de emissões ocorre porque as empresas não querem gastar dinheiro com taxas ou aquisição constante de créditos de carbono. Pelo contrário, ao incentivar projetos sustentáveis, conseguem obter créditos e aumentar seu faturamento com a venda desses certificados. Reduzir as emissões, portanto, passa a ser lucrativo.
Saiba como funciona o mercado de crédito de carbono neste vídeo:
Crédito de carbono no Brasil
O governo federal publicou recentemente um decreto para regulamentar o mercado de créditos de carbono em nosso país.
A medida visa criar um moderno mercado regulado de carbono, viabilizando a exportação de créditos para países e empresas que precisam compensar suas emissões para cumprir compromissos de neutralidade em carbono.
Segundo o Ministério da Economia, que auxiliou na elaboração dessa normativa, estão previstos elementos inéditos, como:
- Conceitos de crédito de carbono e crédito de metano;
- Unidades de estoque de carbono e um sistema de registro nacional de emissões, que abrange reduções de emissões e transações de créditos.
- A possibilidade de registro de pegada de carbono de produtos, processos e atividades, entre outras inovações.
A regulamentação desse mercado permitirá que o Brasil e as empresas nacionais sejam exportadores de créditos de carbono, graças à nossa matriz energética extremamente limpa e projetos inovadores de preservação de matas nativas.
Como comercializar créditos de carbono?
O crédito de carbono funciona como uma espécie de moeda nos mercados de licenças e certificados de emissões. Sua comercialização é feita de acordo com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), das Nações Unidas.
O MDL possui três modalidades: a unilateral, a bilateral e a multinacional.
Na modalidade unilateral, um país em desenvolvimento incentiva a implementação de projetos em seu território, com o objetivo de reduzir a emissão de CO2. Com isso, recebe créditos do MDL, que podem ser comercializados a um valor definido pelo próprio país.
Na modalidade bilateral, um país em desenvolvimento recebe créditos por implementar projetos que reduzem as emissões de gases de efeito estufa em outro país em desenvolvimento, podendo comercializá-los com outros países.
Já na modalidade multilateral, o protagonismo fica por conta de fundos de investimento criados por vários países para financiar a implementação de projetos de redução de emissões. O valor do crédito de carbono é definido pelo próprio fundo financiador.
Nas palavras de Elizabeth Carvalhaes, presidente da Indústria Brasileira de Árvores, em entrevista ao Estadão:
O Brasil tem a vantagem de ter florestas que removem carbono e, por isso, pode entrar com tudo nesse mercado, oferecendo serviços ambientais. Se o País se comprometer com políticas públicas nesse sentido, será um exportador dessa nova commodity.
Como investir em projetos que podem se beneficiar com o mercado de crédito de carbono?
Para quem deseja ter exposição a esse promissor mercado, que deve dobrar de tamanho em poucos anos, a melhor alternativa é participar de captações de crowdfunding.
O crowdfunding é uma modalidade de investimento coletivo em que um grupo de pessoas se une para colocar de pé projetos do seu interesse, como usinas solares, centrais geradoras hidrelétricas e até mesmo florestas plantadas para venda de madeira sustentável.
A Bloxs é a maior plataforma de crowdfunding de investimento do país e, desde a sua fundação, em 2018, já captou mais de R$ 100 milhões em projetos de alto impacto na economia real e com enormes benefícios ao meio ambiente.
Na Bloxs, você pode financiar ou se tornar sócio de projetos ESG que podem se beneficiar do nascente mercado de créditos de carbono, tudo de forma 100% online e regulada pela CVM.
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