Em apenas uma década, a energia solar se tornou a segunda fonte de geração mais importante do país, com boas perspectivas de investimentos para os próximos anos.
É o que aponta um estudo estratégico realizado pela Greener, consultoria especializada em energia fotovoltaica, mostrando que sistemas fotovoltaicos de todos os portes receberam mais de R$ 64 bilhões em investimentos só no último ano.
E isso aconteceu mesmo diante de uma queda no volume de financiamentos concedidos ao setor, os quais apoiaram apenas 22% das vendas efetuadas em 2022, frente a 57% em 2021.
Esse recuo pode ser atribuído à elevada taxa básica de juros praticada no país, mas os custos acabaram sendo parcialmente mitigados pela queda de 11% em média dos preços dos módulos fotovoltaicos, além do volume mais alto de estoques de equipamentos no atacado.
Como mostra esse estudo, investir em energia solar é uma excelente forma de ter exposição ao segmento de energia que cresce mais rápido no país e entrega bons índices de rentabilidade para quem busca valorização de capital e geração de renda passiva no longo prazo.
Quer saber mais sobre o mercado de energia solar e por que ele é tão atraente para investir?
Então continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre os seguintes tópicos:
- Geração de energia solar dispara em 10 anos
- Estudo estratégico reforça tese de investimento em energia solar
- Expansão no volume de geração
- Ponto de atenção: capacidade de geração cresce mais que a de transmissão
- Queda de preços mitiga alta de juros do financiamento
- Projeções de crescimento
- Mudanças regulatórias e considerações finais
Geração de energia solar dispara em 10 anos
Nos últimos anos, a energia solar apresentou o mais forte ritmo de crescimento entre todas as fontes de geração de energia no país, atraindo mais de R$ 150 bilhões em investimentos desde 2012.
Não é à toa que os sistemas fotovoltaicos hoje respondem por cerca de 14,3% da matriz elétrica brasileira, com uma potência instalada superior a 30 GW, de acordo com dados fornecidos pela Absolar.
Essa grande expansão, que fez a energia solar se tornar nossa segunda fonte de eletricidade mais importante, atrás apenas da energia hídrica, ocorreu em um período de apenas 10 anos.
Tudo teve início com a aprovação do primeiro marco regulatório da geração distribuída, que forneceu incentivos para a exploração de uma das fontes de energia mais abundantes em nosso território: a luz do sol.
Hoje, o Brasil é um dos países que mais produzem eletricidade a partir da irradiação solar no mundo e tem potencial para alcançar os líderes nos próximos anos, em razão das nossas vantagens comparativas e da competitividade que cresce a cada ano no setor.
De fato, a diversificação da nossa matriz energética é fundamental para reduzir a dependência do país a combustíveis fósseis poluentes e a usinas hidrelétricas centralizadas, promovendo o crescimento econômico.
Ainda de acordo com a Absolar, na última década, o segmento de energia solar gerou quase 100 mil novos empregos na última década, arrecadando R$ 44,5 bilhões em tributos e evitando a geração de mais de 39,1 milhões de toneladas de gás carbônico.
Isso mostra a relevância que o setor ganhou nesse período em todo o país, não apenas como grande gerador de empregos e de desenvolvimento sustentável, mas sobretudo como uma importante área de crescimento para quem deseja investir em um setor pujante e estratégico.
Estudo estratégico reforça tese de investimento em energia solar
Corroborando as perspectivas de crescimento da energia solar nos próximos anos, um estudo elaborado pela consultoria Greener revela que, em 2022, os sistemas fotovoltaicos continuaram atraindo grandes volumes de investimento, apesar das taxas de juros mais altas e da mudança regulatória no setor.
O documento revela que a importação de módulos fotovoltaicos ultrapassou 17 GW, viabilizando investimentos de mais de R$ 64 bilhões, tanto para geração distribuída quanto para usinas de grande porte.
Para se ter uma ideia do que isso representa, estamos falando de um crescimento de 73% em relação a 2021.
E isso aconteceu apesar da queda na participação do financiamento de sistemas fotovoltaicos, o qual apoiou 22% das vendas no ano passado, em comparação com 57% em 2021, devido ao custo maior do crédito.
Mesmo com as mudanças regulatórias que afetaram a atratividade dos sistemas fotovoltaicos residenciais e comerciais, a geração solar própria ainda é um investimento rentável e vantajoso para o consumidor final, na avaliação da Greener.
Expansão no volume de geração
Seu estudo estratégico aponta que houve um aumento significativo no volume de energia solar gerada por usinas fotovoltaicas no Brasil em 2022, com um crescimento de 58,6% (2.835MW) na capacidade instalada anual acumulada de usinas fotovoltaicas em relação ao ano anterior.
Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo mercado livre de energia, que representava 61% da capacidade instalada até fevereiro de 2023.
O mercado livre de energia é um ambiente onde os consumidores podem negociar diretamente com os fornecedores de energia, sem a necessidade de participar de leilões regulados pela Aneel.
Outro ponto relevante destacado pelo estudo foi o fato de que, em fevereiro deste ano, foram gerados 2,1 GWm de energia solar, o maior valor já registrado por essa fonte o SIN, um aumento de 74,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ponto de atenção: capacidade de geração cresce mais que a de transmissão
É preciso ressaltar que os órgãos competentes mostram preocupação com a discrepância entre a expressiva demanda por acesso de geração e a expansão da transmissão planejada, o que levou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a tomar medidas para evitar problemas estruturais e sistêmicos.
Isso evidencia que a capacidade de geração no país está crescendo em ritmo mais forte do que a capacidade de transmissão da rede, o que explica grande parte dos atrasos na conexão dos sistemas fotovoltaicos em diversas regiões do país, como é o caso de Minas Gerais, estado que forneceu grandes incentivos ao desenvolvimento da energia solar e hoje ocupa a segunda posição no ranking de maiores geradores de eletricidade a partir do sol.
Com o objetivo de reduzir o aumento de riscos, o ONS decidiu alterar as premissas para a emissão de informações e pareceres de acesso, descontinuando as flexibilizações anteriormente aplicadas em relação à utilização de medidas operativas, conhecidas como Sistemas Especiais de Proteção (SEPs).
Queda de preços mitiga alta de juros do financiamento
Em um cenário de juros ainda elevados, o custo do crédito para aquisição de módulos cresceu no último ano, impactando diretamente o número de concessões fornecidas para o setor, que caiu pela metade praticamente.
O estudo da Greener revela que os preços dos sistemas fotovoltaicos tiveram uma queda média de 12% em 2022, graças à valorização do câmbio, aos grandes volumes de estoques no atacado e também à diminuição dos custos dos módulos.
O estudo também fornece informações adicionais sobre o mercado de geração distribuída, como o porte médio dos sistemas fotovoltaicos adicionados, a participação de vendas financiadas e uma visão geral da aplicação das novas regras da Lei.
O setor de energia solar no Brasil tem experimentado um crescimento notável nos últimos anos, impulsionado pela busca por fontes renováveis e pela redução nos custos dos sistemas fotovoltaicos. Em meio a esse contexto, o governo brasileiro implementou um novo marco regulatório para a energia solar, com o objetivo de promover um ambiente mais favorável ao desenvolvimento do setor. Neste artigo, vamos explorar os principais pontos desse marco regulatório e destacar de que forma ele pode impulsionar o crescimento da energia solar no país.
Projeções de crescimento
O levantamento realizado pela Greener prevê que, nos próximos dez anos, devem ser acrescentados 26 GWm de potência no cenário de referência, o que representa um aumento de 37% em relação ao ano de 2022.
Mudanças regulatórias e considerações finais
As mudanças decorrentes da Medida Provisória 998, especialmente a previsão do fim dos descontos na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) e Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) para fontes incentivadas, impulsionaram a emissão de outorgas e continuarão sendo um importante fator para a implementação de empreendimentos nos próximos 3 a 4 anos, com destaque para a cadeia de construção.
No entanto, a alta emissão de pareceres de acesso e Contratos de Uso do Sistema de Transmissão (CUST) condicionados à disponibilidade futura de capacidade de escoamento deve ser um ponto de atenção para os investidores em 2023 e 2024.
Em 2022, o montante de investimento (CAPEX) permaneceu alto, o que impactou a rentabilidade dos empreendimentos solares. A tendência de redução nos preços dos módulos indica um CAPEX mais baixo para 2023, mas é preciso ficar atento aos preços dos serviços de construção (BOP), que têm aumentado devido à sobreoferta de projetos.
Outro aspecto relevante é o preço da energia no mercado de curto prazo, combinado com a alta taxa de juros e o aumento do CAPEX em 2022, que contribuíram para a redução da contratação de energia solar a longo prazo (PPAs).
Mesmo com a possível queda do CAPEX em 2023, o preço spot no piso e a perspectiva de alta taxa de juros ao longo do ano devem ser considerados na precificação dos contratos de longo prazo, indicando alternativas como PPAs em dólar.
No mercado regulado, uma parte significativa dos projetos foi financiada pelos bancos de fomento BNB e BNDES, mas novos instrumentos de financiamento, principalmente no mercado de capitais, estão ganhando destaque entre os empreendedores.
Além disso, o Projeto de Lei 414/2021, que propõe a abertura gradual do mercado e novas regras para a Geração Distribuída, deve contribuir para acelerar a adoção de modelos de negócios baseados em Autoprodução com Locação do Ativo de Geração, bem como os arranjos baseados em Produtor Independente de Energia (PIE) Equiparada a Autoprodução nos próximos anos.
É importante mencionar que, em linha com anos anteriores, uma parcela significativa (65%) dos empreendimentos solares apresentou um fator de capacidade abaixo do esperado. Isso pode estar relacionado às condições de insolação no período analisado, mas indica a importância de atenção às premissas adotadas para os empreendimentos em desenvolvimento e construção.
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