O Fiagro vem ganhando espaço no portfólio dos investidores brasileiros, atingindo 215 mil cotistas, com um patrimônio de mais de R$ 10 bilhões até agora em 2023.
Segundo dados da Anbima, o número de investidores dos fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais saltou 230% em 2022, em relação ao ano anterior.
Isso demonstra que o mercado de capitais está se tornando uma das fontes mais importantes de captação para o setor e tende a ganhar relevância no financiamento das fazendas nos próximos anos.
O agro brasileiro tem posição de destaque no mundo e é um dos principais pilares da nossa economia, respondendo por mais de um quarto do nosso PIB e por grande parte do saldo positivo da nossa balança comercial nos últimos anos.
Mas para que o setor mantenha sua competitividade e continue ganhando novos mercados, nossas fazendas precisam aumentar sua produtividade e investir em tecnologia, insumos de melhor qualidade e equipamentos mais modernos.
Foi pensando nisso que os fundos de investimento do agronegócio foram criados, buscando ampliar as fontes de financiamento dos produtores e reduzir a dependência de pequenos e médios empreendedores ao escasso crédito subsidiado.
Neste artigo, vamos entender melhor a evolução desse fundo de investimento nos últimos anos e traçar as perspectivas para o seu crescimento nos próximos anos, especialmente em tendências emergentes, como o mercado de créditos de carbono.
Então fique com a gente e saiba mais sobre os seguintes tópicos:
Fiagro entra de vez no portfólio do pequeno investidor
No fim do ano passado, estavam ativos no mercado brasileiro 43 Fiagro no total, perfazendo um patrimônio líquido superior a R$ 10 bilhões.
Números da Anbima evidenciam que houve um salto no número de cotistas e no volume de ativos sob gestão desses fundos, que servem de fonte de captação importante para empresas diretamente ligadas ao campo.
Já o último boletim mensal da B3 sobre esse fundo de investimento mostra que, desde a criação do Fiagro, em 2021, o número de fundos registrados mais do que dobrou e o de cotistas subiu 1.194%, alcançando quase 190 mil investidores.
Desse total, os investidores pessoas físicas representam 92,8%, em comparação com 6,2% de investidores institucionais e 0,2% de instituições financeiras, ressaltando como o pequeno poupador brasileiro tem interesse em expor seu portfólio a projetos diretamente ligados ao agronegócio.
10 maiores Fiagro listados na B3
Entre os 43 Fiagro listados na B3, os 10 maiores em termos de patrimônio líquido são:
- KNCA11 – KN Agro FII – R$ 512 milhões
- BBGO11 – BB Progressivo II FII – R$ 390 milhões
- AAZQ11 – AZ Quest Sole FII – R$ 348 milhões
- AGRX11 – Exes Araguaia FII – R$ 341 milhões
- AGRO11 – Votorantim Cana FII – R$ 337 milhões
- AGRI11 – Rio Bravo Renda Agro FII – R$ 335 milhões
- AGRC11 – Hedge Agro FII – R$ 333 milhões
- AGRO12 – Votorantim Cana II FII – R$ 332 milhões
- AGRO13 – Votorantim Cana III FII – R$ 331 milhões
- AGRO14 – Votorantim Cana IV FII – R$ 330 milhões
Vale lembrar que o Fiagro é divido em três categorias:
- Fundos imobiliários, que investem em propriedades e terras produtivas para uso em atividades ligadas ao agronegócio;
- Fundos de direitos creditórios, que aplicam os recursos dos cotistas em recebíveis (títulos de dívida) de empresas agropecuárias nacionais;
- Fundos de participação, que são estruturados para adquirir participação societária em companhias do agro nacional, em seus mais diversos setores.
Dessas categorias, a que vem atraindo o maior número de investidores é a de fundos imobiliários, com um saldo líquido positivo de R$ 2,67 bilhões no acumulado do ano.
Fiagro permite novas teses de investimento no agronegócio
Esses números mostram que, de fato, o mercado de capitais é fundamental para destravar novas avenidas de crescimento para as empresas do campo, permitindo que ganhem competitividade e mercados além das fronteiras nacionais.
Além disso, pode viabilizar a emergência de novas tendências mais alinhadas aos temas mais debatidos na atualidade, como a preservação ambiental e a mudança climática, com a criação de fundos de investimento especializados em adquirir terras para reflorestamento e preservação de matas nativas.
Esse é justamente o caso do Bloxs Amazon Green Legacy (AMAZ11), que acaba de ser aberto para captação e tem por objetivo adquirir propriedades de qualidade, mas abaixo do preço de mercado, na Amazônia, para geração e venda de créditos de carbono.
Como explica Felipe Souto, CEO do Grupo Bloxs, que oferece soluções de investimentos alternativos e acesso ao mercado de capitais para pequenas e médias empresas de diversos setores, como o agronegócio:
A floresta em pé hoje se tornou um ativo valioso, especialmente com a estruturação e evolução dos mercados de crédito de carbono, impulsionados por legislações ambientais mais rígidas nas economias avançadas. O Brasil tem um enorme potencial nesse mercado e pode se tornar líder em poucos anos, dadas as suas potencialidades e abundantes recursos naturais, viabilizando projetos de preservação e recuperação de biomas, como é o caso do nosso fundo, o Bloxs Amazon Green Legacy (AMAZ11).
Felipe prossegue dizendo que as florestas desempenham um papel fundamental na redução do aquecimento global, por meio do sequestro de carbono. O dióxido de carbono (CO2) é um dos principais gases responsáveis pela mudança climática, e as florestas podem ajudar a reduzir sua concentração na atmosfera.
Perspectiva de crescimento dos Fiagro nos próximos anos
Para os próximos anos, a perspectiva de crescimento dos fundos de investimento do agronegócio são extremamente promissoras, dada a importância do setor em nossa economia e o interesse dos investidores em financiar as fazendas.
Os fundos de investimento do agronegócio foram inspirados nos fundos imobiliários, que ganharam enorme popularidade entre os pequenos investidores, como forma de diversificação de renda e construção de patrimônio.
Felipe Souto, da Bloxs, ressalta que esse produto pertence a um setor importante da economia, porém muito menos representativo do que o agronegócio, que responde por mais de um quarto de todas as riquezas que produzimos.
No ano passado, os fundos imobiliários superaram a marca de 200 bilhões de reais em patrimônio, e a construção civil representa apenas 7% do nosso PIB. O agronegócio, por outro lado, responde por 27% do nosso produto interno bruto e por grande parte das nossas exportações, mas, até pouco tempo, estava sub-representado no mercado de capitais, devido a outras linhas de financiamento, como o crédito subsidiado do governo. Acreditamos que, nos próximos anos, o Fiagro terá um expressivo crescimento, sobretudo com a retomada da economia e a normalização das taxas de juros.
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