As mulheres na bolsa de valores têm um perfil analítico e persistente, com foco em posições de longo prazo em empresas estabelecidas.
É o que diz um estudo realizado pela B3, que registrou uma entrada expressiva de novos investidores entre 2019 e 2020.
Foram 2 milhões de pessoas físicas que investiram pela primeira vez em ações nesse período, com um aumento significativo no número de investidoras.
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A participação das mulheres na bolsa de valores mais do que dobrou naquele ano, saindo de 388 mil para 825 mil.
Contudo, a representatividade do público feminino ainda é baixa, cerca de 26% do total, considerando que as mulheres formam a maioria da população brasileira: 51,8%.
Neste especial de Dia das Mulheres, a Bloxs foi a fundo no perfil das investidoras no Brasil para determinar suas preferências, peculiaridades e desafios em um ambiente ainda predominantemente masculino.
Os tópicos que vamos abordar hoje sobre as mulheres na bolsa de valores são os seguintes:
- Cresce número de mulheres na bolsa de valores
- Desigualdade social explica menor representatividade feminina no mercado financeiro
- Mulheres são as mais atingidas pela pandemia
- Mulheres investem melhor que os homens
- Público feminino precisa ter acesso a melhores produtos financeiros
- Mulheres de destaque na bolsa de valores
- Eufrásia Teixeira Leite
- Muriel Siebert
- Adena Friedman
- Stacey Cunningham
Cresce número de mulheres na bolsa de valores
As barreiras de entrada das mulheres na bolsa de valores são enormes, mas, apesar disso, sua presença no mercado financeiro cresce a cada ano.
Desde salários mais baixos até a maior responsabilidade na educação dos filhos, as investidoras também enfrentam inúmeros obstáculos para encontrar produtos financeiros ideais para o seu perfil.
E não é por falta de aptidão ou maior aversão ao risco que a sub-representação feminina na bolsa de valores salta aos olhos.
Segundo reportagem do Estadão:
Historicamente, as mulheres tiveram pouco acesso ao mercado financeiro. Sua possibilidade de gerar renda e crescer na carreira começou a evoluir somente após o final dos anos 1960, graças ao melhor planejamento familiar trazido pelos métodos contraceptivos.
Além disso, estudos mostram que as mulheres têm um perfil mais empreendedor do que os homens e estão dispostas a assumir riscos para ter mais autonomia e independência financeira.
De acordo com a revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios, o público feminino é mais expressivo que o masculino na abertura de novos negócios no país:
As análises feitas pelo Sebrae mostram que as mulheres empreendedoras são mais jovens e têm escolaridade 16% superior à dos homens. Entretanto, elas ganham 22% menos que os empresários, situação que se repete desde 2015, segundo dados do IBGE.
Isso mostra que as mulheres, além do maior grau de instrução, conhecem bem a economia real, pois são mais empreendedoras e gostam de diversificar sua renda.
Porém, tudo indica que ainda não descobriram as enormes vantagens dos investimentos alternativos para o seu perfil, já que o número de mulheres na bolsa de valores mais do que dobrou nos últimos anos.
Ter ações em carteira é extremamente positivo para um portfólio bem balanceado e rentável.
Entretanto, há momentos em que devemos ser mais conservadores com o nosso dinheiro para não comprometê-lo com o sobe e desce do mercado financeiro.
Investir na bolsa em um cenário de turbulência política e incertezas econômicas pode expor seu patrimônio a um risco desnecessário. Por isso, o melhor a fazer nesses casos é buscar aplicações menos voláteis, com bom histórico de retornos e garantias robustas, como é o caso dos investimentos alternativos.
Leia mais: Economia real: descubra como impulsionar seus investimentos
Desigualdade social explica menor representatividade feminina no mercado financeiro
Quando o assunto é desigualdade social, as mulheres são as mais afetadas pelos baixos salários e o desemprego, segundo dados do IBGE.
A diferença na média salarial entre homens e mulheres chega a ser de 77% em algumas regiões do país, justamente onde a proporção das chefes de família é maior.
Outro fator que limita a participação das mulheres na bolsa de valores é o elevado índice de gravidez precoce no Brasil.
Dados da Organização Pan-Americana de Saúde confirmam que a taxa de adolescentes grávidas em nosso país é superior à média mundial, o que prejudica sua educação e possibilidade de ascensão social.
Além disso, o número de lares sustentados por mulheres só aumenta no Brasil. Em 1995, as chefes de família eram 25%; em 2018, esse número saltou para 45%.
Mulheres são as mais atingidas pela pandemia
Um ano após as primeiras vítimas da pandemia de Covid-19, começam a surgir números que mostram seu maior impacto na população feminina.
Um artigo publicado pela UFMG diz o seguinte:
As mulheres são as mais atingidas pela crise no mercado de trabalho. Além disso, ficaram ainda mais sobrecarregadas com os afazeres de casa, home office e cuidados com alguém da família, sem falar que ainda enfrentam a infeliz realidade do aumento de casos de violência doméstica.
Sem dúvida, fatores sociais contribuem para a baixa presença das mulheres na bolsa de valores e no mercado financeiro, de modo geral, e isso pode ser percebido através dos números.
A analista de investimentos da Empiricus, Luciana Seabra, em entrevista ao Money Times, confirma que o mercado financeiro é predominante masculino:
Até junho de 2017, a parcela feminina presente no Tesouro Direto era de apenas 25,7%. E quando o assunto é Bolsa, o percentual é menor ainda: somente 22,8%. Isso prova que nesse mercado só tem homens, principalmente no de ações. Bolsa é mais um desafio a ser quebrado pelas mulheres.
Confira no infográfico a seguir a evolução do número de mulheres na bolsa de valores desde 2018:
Mulheres investem melhor que os homens
Apesar desse quadro socioeconômico desfavorável, as mulheres que chegam ao mercado financeiro têm melhor desempenho que os homens.
Isso porque, segundo pesquisa de Terrance Odean e Brad Barber, os homens são mais impacientes e tendem a “girar” mais, ou seja, ficam pouco tempo nas operações e, por isso, pagam mais taxas.
Luciana Seabra explica os diferenciais das mulheres na bolsa de valores:
O giro excessivo, causado pelo excesso de confiança, afeta muito mais os homens do que as mulheres, que são mais cautelosas e têm uma visão mais de longo prazo.
Um levantamento do Boston Consulting Group, citado pela Forbes, mostra que o volume de recursos em poder das mulheres em todo o mundo deve somar US$ 9 trilhões até 2023.
Evidentemente, parte desse capital será alocada em ações e projetos promissores de diversos segmentos da economia, especialmente ativos reais.
Além disso, segundo a B3, a taxa de crescimento do público feminino na bolsa foi de 118,1% em 2020, muito superior à dos homens, que ficou em 84,3%.
Público feminino precisa ter acesso a melhores produtos financeiros
O perfil das mulheres na bolsa de valores mostra que elas priorizam a diversificação e a qualidade do seu portfólio.
Ao contrário dos homens, as mulheres são mais pacientes, disciplinadas e cautelosas na hora de aplicar no mercado financeiro, buscando operações que rendam mais no longo prazo.
A educadora financeira Analu Peralo, colunista da Bloxs Investimentos, explica que as características femininas têm tudo a ver com o investimento direto em grandes projetos da economia real, pois oferecem os seguintes benefícios:
- Rentabilidade acima da média
- Menor volatilidade
- Projetos de qualidade, pré-selecionados por especialistas
- Garantias contratuais robustas
- Oportunidade de diversificação com lastro na economia real
Confira o vídeo que ela gravou especialmente para quem tem interesse em investir diretamente em ativos reais:
Mulheres de destaque na bolsa de valores
Não poderíamos terminar este artigo especial de Dia das Mulheres sem antes narrar a história de grandes nomes femininos no mercado financeiro.
Vamos começar esta breve jornada falando de uma brasileira que fez fortuna administrando bem o patrimônio que herdou de sua família, inclusive com investimentos na bolsa de valores.
A seguir, falaremos sobre as principais mulheres na bolsa de valores e no mercado financeiro mundial.
Eufrásia Teixeira Leite
Filantropa e investidora de sucesso, Eufrásia Teixeira Leite (1850 – 1930) administrou com notável talento o patrimônio que herdou da sua família ao lado de sua irmã.
Considerada a primeira mulher a investir na bolsa de valores brasileira, Eufrásia acumulou uma incrível fortuna em vida que, à época, poderia comprar 1.850 quilos de ouro. Em números corrigidos, isso seria suficiente para torná-la bilionária nos dias atuais.
A maior parte desses recursos foi destinada, em testamento, a instituições assistenciais e educacionais da sua cidade natal, Vassouras, no Estado do Rio de Janeiro.
Nascida em uma sociedade essencialmente patriarcal, Eufrásia Teixeira Leite quebrou todos os estereótipos de sua época ao ter uma educação de alto nível, não se casar nem ter filhos.
Confira no vídeo a seguir os detalhes dessa empreendedora do século XIX que multiplicou por 10 a grande herança que recebeu de sua família e dedicou grande parte dela a causas sociais:
Muriel Siebert
A empresária Muriel Siebert (1928-2013) foi a primeira mulher a ter um assento na Bolsa de Valores de Nova York e dirigir uma empresa listada em Wall Street.
Nascida em uma família judaica na cidade de Cleveland, Ohio, Siebert iniciou sua carreira no mercado financeiro trabalhando em diversas corretoras até fundar sua própria empresa: a Muriel Siebert & Co., Inc.
Seu pioneirismo no mercado financeiro também esteve presente em suas ações filantrópicas e defesa dos direitos das mulheres.
Confira neste vídeo de Maitê Proença mais sobre a financista que mudou as regras machistas da Bolsa de Nova York e doou mais de US$ 5 milhões à educação financeira de mulheres nos EUA:
Adena Friedman
A executiva Adena Friedman (1969) é a primeira mulher a comandar uma bolsa de valores nos EUA.
Atual CEO da Nasdaq, Friedman também foi diretora financeira do The Carlyle Group, multinacional americana focada em private equity e investimentos alternativos.
Adena constantemente aparece na lista das mulheres mais poderosas e influentes do mundo segundo a Forbes.
Conheça mais sobre essa executiva de sucesso que comanda a bolsa de tecnologia mais importante do mundo:
Stacey Cunningham
A banqueira Stacey Cunningham (1975) é presidente da Bolsa de Nova York e segunda mulher a comandar essa importante instituição do mercado financeiro.
Engenheira Industrial por formação, Stacey iniciou sua carreira como operadora de pregão e se tornou diretora de mercados de capitais da Nasdaq antes de assumir o cargo mais alto da NYSE.
Acostumada a liderar em um mercado predominantemente masculino, Stacey sempre se destacou por suas decisões firmes e ponderadas, mesmo sob pressão.
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