Um dos livros mais falados pela maioria dos investidores é o “The Most Important Thing”, escrito por Howard Marks, o fundador da Asset Oaktree Capital Management. Neste livro, o gestor elenca 20 itens que considera serem os mais importantes para os investidores seguirem para terem sucesso no mundo dos investimentos.
O vigésimo primeiro item, contudo, é o que ele diz que o mais importante na verdade é conseguir combinar todos os 20 elementos previamente identificados por ele.
O próprio autor do livro ironiza o fato do título do livro ser “o mais importante”, e o texto ser dividido em 21 capítulos, em que todos iniciam com a mesma frase do título.
Nesta edição não teremos a pretensão de tentar sintetizar um dos mais renomados livros de investimentos do planeta, mas trazer uma visão diferente a respeito de um assunto que considero ser, de fato, um dos mais importantes para o investidor.
Esse assunto é relativamente simples de ser entendido, ao mesmo tempo em que é bastante complicado de ser levado em prática como uma filosofia de investimentos.
O ponto central de se investir em ações é: entender que ações são empresas.
Ações são empresas e por isso a sua valorização depende de como estiverem as operações da companhia no mundo real, ou seja, se o negócio está conseguindo produzir de maneira eficiente, se está vendendo tudo que produz, se seu processo de distribuição é satisfatório etc.
O genuíno entendimento de que ações são empresas deveria levar os investidores a pensarem os investimentos não como tíquetes de loteria, mas como empreendedores tentando buscar novas fontes de receita.
Quem investe no mercado acionário tem que se imaginar como um acionista que controla uma holding que compra participação em outras companhias. Como um empreendedor, tudo que você quer é conseguir garantir a sustentabilidade e o crescimento da sua empresa no longo prazo.
Entender o que de fato são ações envolve também saber que o valor da cotação da ação subir ou cair não lhe faz um melhor ou pior investidor. Se a sua empresa não tivesse ação listada em bolsa, você não estaria a todo momento se sentindo mais rico ou mais pobre. O preço das ações muda a cada segundo pelos mais variados motivos.
Imagine que você tem uma rede de lojas de calçados, que fatura 50 milhões de reais por ano, cresce 20% a receita por ano, deixa de lucro 30% do faturamento, não possui dívidas e possui clientes recorrentes.
Agora pense que alguém bate à sua porta lhe oferecendo comprar sua empresa por 10 milhões de reais, e a cada 2 meses, ele bate de novo sempre oferecendo um valor menor.
Obviamente, você não aceitaria vender a sua empresa nessas condições, pois você sabe o valor que o seu negócio possui, porém, quando falamos em ações, o pensamento é justamente o oposto.
Quanto mais baixo o preço da ação fica, mais os investidores querem vender suas participações. Entretanto, pensando como um investidor, isso não faz sentido nenhum, pois ações não são nada mais, nada menos que empresas.
Ter essa filosofia incorporada no âmago do seu ser, é o que de fato, considero ser o mais importante para o investidor.
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