Mesmo com a forte alta de juros recente, os fundos de investimento imobiliário (FII) e em direitos creditórios (FIDC) registraram forte expansão no último ano, reforçando o amadurecimento e a evolução do nosso mercado de capitais.
Dados divulgados pela Uqbar sobre o desempenho desses fundos e do mercado de recebíveis imobiliários e do agronegócio mostram a solidez desses instrumentos e sua importância na composição de um portfólio robusto e diversificado.
Em 2022, o patrimônio líquido dos FIDC ultrapassou o patamar de R$ 300 bilhões e os fundos em atividade superaram a marca de 1700, ambos são recordes históricos.
Nesse mercado, um segmento que começa a se destacar é o Fiagro que, desde a sua criação, tem atraído um número crescente de investidores, principalmente pessoas físicas interessadas em ter exposição a um dos pilares mais importantes da nossa economia: o agronegócio.
Já os fundos imobiliários se tornaram uma forma extremamente popular entre os pequenos investidores de ter na carteira uma ampla gama de propriedades de alto padrão, através de um único investimento, com a vantagem da isenção de imposto de renda sobre os pagamentos recebidos.
Neste artigo, vamos explorar melhor como foi a performance do mercado de fundos imobiliários e direitos creditórios em 2022 e o que esperar dessas duas modalidades de investimento daqui para frente.
Os tópicos que vamos abordar a partir de agora são:
Fundos imobiliários mostram desempenho sólido no último ano
Os fundos imobiliários ganharam popularidade nos últimos anos como uma forma eficiente e relativamente segura de obter renda passiva com propriedades de alto padrão, em diferentes segmentos do mercado.
Dados divulgados pela B3 em seu último boletim mensal sobre os FII comprova que o número desse tipo de fundo não parou de crescer e mais do que dobrou desde o fim de 2017, como mostra a imagem abaixo:
O patrimônio líquido dos fundos imobiliários também atingiu um volume recorde no final do ano passado, atingindo a marca de R$ 201 bilhões. E o salto do número de pessoas físicas investindo em FII foi ainda mais extraordinário, saindo de 200 mil em 2017 para mais de 2 milhões no fim de 2022.
Ao comentar sobre os dados do mercado de fundos imobiliários no último ano, Felipe Souto, CEO do Grupo Bloxs, plataforma de investimentos alternativos e soluções de acesso ao mercado de capitais para pequenas e médias empresas, declarou o seguinte:
Apesar do leve recuo no volume financeiro registrado no mercado de FII em 2022, o fato é que esse instrumento está cada vez mais presente na carteira do pequeno investidor brasileiro, que sempre demonstrou grande preferência pelos imóveis como forma de diversificação de renda com aluguéis e formação de um patrimônio sólido no longo prazo. A conveniência de poder ser “dono” de propriedades de alto padrão, sem precisar se preocupar com construir ou administrar, também é um atrativo interessante, aliado à isenção do imposto de renda. Portanto, acredito que, quando voltarmos a registrar taxas de juros mais normalizadas, voltaremos à vigorosa tendência de alta que vimos antes da pandemia.
De acordo com a Uqbar, as emissões de fundos imobiliários somaram R$ 37,1 bilhões em 2022, o que representa uma queda de 28% em relação ao recorde de 2021, de R$ 51,4 bilhões. Já as emissões de FII no ano passado somam o menor valor desde 2018, quando registraram R$ 13,4 bilhões.
A Uqbar explica que isso se deve à mudança da conjuntura econômica, com a forte alta de juros, bem como a tendências estruturais no segmento, como a redução de espaços de escritórios pelas empresas e a adoção de modalidades híbridas de trabalho desde a pandemia.
Fiagro se destaca com forte crescimento
Outra classe de fundos de investimento que está ganhando popularidade entre os pequenos investidores é o Fiagro (fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais).
Entre as modalidades preferidas dos investidores nesse mercado estão os fundos que investem em propriedades rurais, com 36,4% do montante emitido em 2022.
O Fiagro foi criado há dois anos inspirado no sucesso dos fundos imobiliários e, desde então, vêm registrando expressivo crescimento, superando a marca de 200 mil cotistas, com um patrimônio líquido de mais de R$ 10 bilhões.
FIDC têm o segundo melhor desempenho da história
Os fundos de investimento em direitos creditórios são um importante instrumento para aumentar a oferta de crédito no país e fornecer mais liquidez a empresas de diversos setores, em que o financiamento tem grande relevância.
Os FIDC são fundos que investem em direitos creditórios, ou seja, títulos que representam valores a receber de terceiros, como carteiras de empréstimos pessoais e financiamentos imobiliários.
A importância desse tipo de fundo é mais evidente para empresas de pequeno e médio porte, que têm dificuldade de obter crédito no mercado tradicional e costumam recorrer ao mercado de capitais para ter maior previsibilidade de receita e disseminar melhor sua estrutura de risco.
Números da Uqbar mostram que as emissões de FIDC no mercado primário tiveram uma retração, totalizando R$ 95,3 bilhões emitidos, uma queda de 15,30% em relação ao recorde anterior de 2021, que foi de R$ 112,52 bilhões.
No entanto, se compararmos esses dados com 2020, o ano passado apresentou um aumento de 29,97% em emissões e, em relação a 2019, o aumento foi de 16,98%.
Além disso, em comparação com 2018, o ano de 2022 teve um aumento expressivo de 119,23%, mesmo com a intensa alta recente.
As emissões mais relevantes nessa classe de fundos se deu em condomínio fechado, que acumulou quase 65% das emissões no período. Na comparação com 2021, o volume de emissões teve uma queda de 2,38%.
Em 2022, os recebíveis comerciais seguiram em destaque como lastro no mercado de FIDC, respondendo por 27,24% das emissões. Em relação ao ano anterior, houve um recuo de 7,20%.
Já o crédito pessoal teve uma expansão de 18,93% na comparação com o ano anterior, respondendo por 26,79% do total.
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