Os americanos gastaram mais no mercado de cannabis legal do que com chocolate e cerveja artesanal no ano passado, após as vendas do setor dispararem acima de US$ 30 bilhões.
É o que revela um relatório divulgado pelo site MJBizDaily, de acordo com o qual a quantia gasta pelos consumidores dos EUA com produtos de marijuana ultrapassou o total de despesas com analgésicos no país.
Os dados revelam o forte crescimento das chamadas “dispensaries” em todo o território americano, isto é, estabelecimentos autorizados a vender maconha para uso recreativo e medicinal, com base nas leis de cada estado.
Essa é mais uma evidência do enorme potencial do mercado de cannabis legal, inclusive no Brasil, onde a produtora por produtos medicinais teve um salto de mais de 200% até agora no ano.
Para os investidores que buscam novas teses de investimento capazes de gerar resultados extraordinários nos próximos anos, a indústria da cannabis sem dúvida deve estar no seu radar.
Mas, como investir em cannabis medicinal no Brasil com segurança?
Para responder a essa e outras dúvidas, elaboramos este artigo especial sobre os seguintes tópicos:
Mercado de cannabis legal dispara nos EUA e deve crescer 12% em 2023
Um dos setores que vêm chamando bastante a atenção dos investidores nos últimos anos é o da cannabis em países onde seu uso recreativo e medicinal foi legalizado, como é o caso dos EUA.
No país, o número de estados que regulamentaram o uso da planta para consumo vem aumentando a cada ano, permitindo que estabelecimentos legalizados – as chamadas “dispensaries” – vendam todo tipo de produto.
Essas lojas estão se espalhando pelo país, criando uma indústria bilionária que ultrapassou a marca de US$ 30 bilhões em vendas no ano passado e deve atingir a cifra de US$ 45 bilhões em menos de cinco anos, de acordo com diversos estudos.
Atualmente, os americanos já gastam mais com produtos de marijuana do que com analgésicos e até mesmo chocolate, que movimentam respectivamente 22,8 bilhões e 18,2 bilhões de dólares no mesmo período.
O relatório do MJBizDaily sobre o mercado de cannabis prevê que, até 2024, o gasto com maconha legalizada aumente em mais 3,6 bilhões de dólares no país, podendo inclusive ultrapassar a indústria do tabaco nos próximos anos, que movimentou 52,7 bilhões de dólares em 2022.
Isso se deve ao fato de que as vendas ilegais de maconha ainda superam as do mercado legal, deixando de arrecadar tributos e gerar empregos, segundo o mesmo relatório, o que não deixa de evidenciar o enorme potencial dessa indústria, diante da tendência de regulamentação.
Para medir o impacto econômico do mercado de cannabis, o MJBizDaily analisou setores similares, consultou economistas e aplicou um multiplicador padrão de 2 às projeções de vendas de maconha recreativa e medicinal.
É preciso lembrar que os negócios da cannabis abrangem desde produtores agrícolas até a indústria manufatureira, aumentando a demanda também de setores não diretamente relacionados, como transporte e logística, embalagens, varejo, iluminação e até escritórios de advocacia e contabilidade.
Atualmente, já são 22 estados americanos que permitem a venda recreativa da maconha, onde o consumo de produtos relacionados à planta registrou um salto enorme nos últimos anos, como foi o caso de Nova York, que registrou um aumento de 20% desde a regulamentação.
No entanto, em âmbito federal, a legalização mais ampla da cannabis ainda divide o debate político, sobretudo com a resistência de estados mais conservadores, como é o caso de Kansas, Nebraska e Dakota do Sul e do Norte.
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Procura por cannabis medicinal aumenta 200% no Brasil
E não é apenas nos EUA que a indústria da cannabis vem crescendo: a procura nas farmácias brasileiras por produtos medicinais disparou mais de 200% até agora em 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado.
É o que mostram os dados coletados pela Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides (BRcann), apontando que cada vez mais empresas e startups estão atuando na pesquisa e desenvolvimento para esse segmento autorizado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os medicamentos à base de canabidiol (CBD) podem ser utilizados para o tratamento de diversas doenças e condições médicas, como:
- Epilepsia: o CBD é bastante prescrito como terapia adjuvante para o tratamento de certos tipos de epilepsia, como a Síndrome de Dravet e a Síndrome de Lennox-Gastaut.
- Dor crônica: o canabidiol pode ajudar a aliviar a dor crônica associada a condições médicas, como fibromialgia, artrite, lesões nervosas e câncer.
- Esclerose múltipla: pacientes com esclerose múltipla podem obter benefícios com o uso de medicamentos à base de CBD para reduzir a espasticidade muscular e melhorar a qualidade de vida.
- Transtornos de ansiedade: o canabidiol é estudado como possível tratamento para transtornos de ansiedade, como ansiedade generalizada, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e transtorno de ansiedade social.
- Doenças inflamatórias intestinais: alguns estudos sugerem que o CBD pode ter efeitos anti-inflamatórios e imunomoduladores, o que poderia ser benéfico para pacientes com doenças como a de Crohn e a colite ulcerativa.
- Transtornos do sono: medicamentos à base de canabidiol podem ajudar a melhorar a qualidade do sono em pessoas que sofrem de insônia, distúrbios do sono relacionados à ansiedade ou distúrbios do sono devido a condições médicas subjacentes.
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Obstáculos para o crescimento do mercado de cannabis
No entanto, uma matéria publicada pelo jornal O Globo revela que o caminho mais fácil para ter acesso a medicamentos à base de canabidiol – composto químico não psicoativo da planta – ainda é a importação individual.
Outro “ponto de dor” dos consumidores é a falta de variedade dos produtos e os preços elevados, já que a única forma de obter a terapia é por meio da importação de produtos e insumos, em vista da proibição da produção local para fins industriais.
Em razão disso, os consumidores optam por adquirir medicamentos específicos de outros países, muitas vezes em compras coletivas no atacado, a fim de obter um preço mais em conta e permitir que seus filhos e parentes tenham condições de continuar o tratamento.
A reportagem informa que apenas cerca de 25 itens receberam autorização da Anvisa para serem vendidos em farmácias desde 2020, ao passo que mais de 500 opções podem ser importadas pelo paciente.
E o principal empecilho para a falta de variedade nas opções disponíveis em farmácias é justamente a falta de permissão para o cultivo da planta no Brasil, dificultando a produção local, a oferta de produtos e, consequentemente, a acessibilidade em termos de preços.
Outra alternativa encontrada pelos pacientes é a busca de soluções judiciais para poder cultivar a planta e produzir o óleo à base de canabidiol. Outro obstáculo apontado são os desafios para a importação, como atrasos recorrentes na entrega, devido a operações da Receita Federal e a necessidade de um processo de liberação mais rigoroso.
Especialistas apontam que a autorização do cultivo no Brasil permitiria a produção local, reduzindo os preços e aumentando a variedade de produtos disponíveis, beneficiando, assim, os consumidores.
Além disso, facilitaria a inclusão dos produtos na rede pública de saúde, beneficiando famílias de baixa renda, cujo acesso a tratamentos à base de canabidiol é escasso, devido às restrições impostas.
Atualmente, apenas uma empresa farmacêutica no Brasil possui autorização para fabricar produtos à base de cannabis, mas ainda precisa importar o ingrediente ativo devido à proibição do cultivo.
Trata-se de um atraso na legislação brasileira em relação à região, na medida em que países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Chile, permitem o cultivo da cannabis para pesquisa e fins terapêuticos.
Como investir no crescimento do mercado de cannabis no Brasil?
O avanço na conscientização sobre os benefícios do CBD no tratamento de diversas doenças e condições médicas está criando condições para que o mercado de cannabis medicinal no país tenha um futuro promissor, em vista da alta demanda do setor.
Como vimos na experiência internacional, a regulamentação da pesquisa, cultivo e venda de produtos baseados na cannabis gerou um aumento expressivo no consumo, promovendo o desenvolvimento econômico e gerando excelentes oportunidades de investimento.
Para quem está de olho no crescimento desse setor nos próximos anos, a boa notícia é que existem hoje opções para investir com segurança em empresas pioneiras no desenvolvimento do mercado de cannabis medicinal no Brasil, principalmente startups.
É possível ter acesso a essas empresas exponenciais através de um mercado regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), como é o caso do crowdfunding, modalidade de investimento participativo em que um grupo de investidores se une para financiar e colocar de pé projetos do seu interesse.
E a principal plataforma de crowdfunding no país é a Bloxs, que já realizou captações de projetos no mercado de cannabis medicinal e, em breve, abrirá mais uma operação para investidores que desejam diversificar suas carteiras com empresas em forte crescimento.
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