A regulamentação da cannabis ainda caminha a passos lentos em nosso país.
No âmbito legislativo, as discussões procuram estabelecer regras claras para o cultivo controlado da erva. A discussão tem o intuito de viabilizar a pesquisa e o desenvolvimento de produtos que atendam, inicialmente, às necessidades da indústria farmacêutica.
Desde dezembro de 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprova a venda de medicamentos feitos com cannabis em farmácias, mediante prescrição médica.
Entretanto, muito além do seu uso medicinal e recreativo, a experiência internacional tem mostrado que o cânhamo pode aumentar a eficiência e a sustentabilidade de uma grande variedade de produtos, como papel, tecidos, alimentos, bebidas, combustíveis, plásticos, cosméticos, entre outros.
No artigo de hoje vamos explorar todo o potencial que a regulamentação da cannabis poderia trazer para diversas indústrias como uma alternativa mais ecológica e versátil aos insumos tradicionais.
Vamos falar também sobre como as startups do setor poderiam buscar financiamentos alternativos para viabilizar projetos e impulsionar seu crescimento.
Regulamentação da cannabis: primeiro passo para a construção de uma indústria gigante
Os incontestáveis benefícios medicinais do canabidiol (CBD) no tratamento de dores crônicas, insônia, ansiedade, epilepsia, entre tantas outras enfermidades, têm aumentado a aceitação da população em relação à regulamentação da cannabis para fins não recreativos.
Só nos Estados Unidos, onde a marijuana ainda não é legalizada em nível federal, estima-se que a indústria da maconha legal seja de US$ 13,6 bilhões e gere 340.000 empregos diretos.
Em todo o mundo, a indústria da maconha legal se expande à medida que mais países regulamentam seu uso para fins não recreativos.
Um estudo divulgado pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados avalia que, se houvesse a regulamentação da cannabis no Brasil, o mercado poderia movimentar até R$ 6 bilhões por ano.
As pesquisas envolvendo o cânhamo demonstram ainda que o uso dessa planta pode ir muito além dos medicamentos.
Extremamente versátil, a cannabis sativa têm milhares de aplicações, desde alimentos até produtos para a construção civil.
Na França, por exemplo, a empresa Art du Chanvre mostrou que as fibras de cânhamo permitem criar um concreto muito mais sustentável que o tradicional, sem qualquer perda de eficiência.
Visando participar desse mercado em franca expansão no mundo, a XP Inc. resolveu lançar, em dezembro do ano passado, o fundo Trend Cannabis FIM.
Com um investimento a partir de R$ 500, o investidor brasileiro já pode ter exposição a empresas que possuem mais de 50% de receita atrelada à indústria da maconha legal no mundo.
A corretora acredita que esse mercado deve movimentar mais de US$ 160 bilhões por ano até 2025.
Setores que poderiam se beneficiar com a regulamentação da cannabis
Um dos maiores empecilhos para a expansão da indústria da cannabis do Brasil é a proibição legal do seu plantio.
Esse fato praticamente inviabiliza a atuação de pequenas empresas em pesquisa e desenvolvimento medicinal. Isso porque os custos para a importação de matérias-primas e outros insumos são muito elevados e requerem autorização específica.
Além disso, a insegurança jurídica afasta os investidores e inibe o crescimento dessa indústria capaz de gerar milhares de empregos e movimentar bilhões de reais.
Área medicinal
Segundo a empresa The Green Hub, aceleradora de startups é uma das primeiras plataformas de pesquisa e informação sobre cannabis medicinal no Brasil. Contudo, a legalização da erva para fins medicinais poderia gerar R$ 959 000 em vendas de medicamentos à base de canabidiol já nos primeiros 36 meses de comercialização.
Os tratamentos beneficiados variam desde a ansiedade até o câncer.
Se incluirmos nesse cálculo o tratamento de dor crônica, o número atingiria por volta de 3,4 milhões de pacientes ao ano, movimentando o correspondente a R$ 4,7 bilhões na economia do país.
Indústria alimentícia
O óleo de cânhamo é utilizado na indústria alimentícia internacional como suplemento alimentar, graças às suas excelentes propriedades nutritivas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, já é possível encontrar nas prateleiras de supermercados até cereais matinais com ingredientes extraídos da maconha, sem qualquer efeito alucinógeno.
A atratividade de alimentos e bebidas que têm em sua embalagem referências à maconha é tão grande que vem atraindo a atenção de grandes players do mercado.
A Diageo, por exemplo, marca proprietária de bebidas como Smirnoff e Johnnie Walker, estava negociando a compra de participações em empresas da maconha. justamente buscando ter exposição desde cedo a esse mercado.
Indústria cosmética
Uma das poucas empresas a apostar no potencial da cannabis para impulsionar suas vendas, a Ybera Paris começou a realizar pesquisas sobre o uso do canabidiol na indústria cosmética em sua fábrica no Espírito Santo e descobriu que a substância proporciona diversos benefícios para a pele e o cabelo.
Segundo Johnathan Areal Alves, presidente da empresa, o isolamento da molécula CB2, presente em sativas ao redor do mundo, permite a criação de um óleo que pode ser aplicado em linhas completas de cosméticos, desde sabonetes e xampus até perfumes.
Em entrevista a O Globo, o executivo disse o seguinte:
Lançamos a linha em outubro e ela já está no primeiro lugar de vendas do site, mesmo sendo 20% mais caros do que o restante.
Como o financiamento alternativo poderia impulsionar a indústria da cannabis
Uma eventual regulamentação da cannabis no Brasil, permitindo seu plantio e a venda de produtos além de fármacos, poderia desencadear um crescimento explosivo de startups nesse mercado.
O restrito e burocrático mercado de crédito tradicional em nosso país abriria espaço para que fintechs de investimento alternativo, como a Bloxs, ajudassem a viabilizar a pesquisa e o desenvolvimento de produtos legalizados por meio do financiamento coletivo.
A instrução 588 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permite que empresas realizem ofertas por meio do financiamento coletivo na internet de forma muito prática e rápida.
Isso tem permitido que novos empreendimentos tenham acesso ao mercado de capitais brasileiro com menos custos e burocracia, além de abrir um vasto leque de opções para o investidor comum.
A Bloxs é uma empresa habilitada pelo órgão regulador a captar, por meio da sua plataforma tecnológica, investimentos capazes de financiar a concretização de projetos que melhorem a vida dos brasileiros na área medicinal.
O papel do financiamento alternativo, portanto, seria estratégico para que pequenos laboratórios e indústrias incipientes desenvolvessem medicamentos e outros produtos de forma mais sustentável e eficiente.
Por fim, se você também quiser conhecer outras modalidades de investimento altamente lucrativas e lastreadas em ativos reais, não deixe de conhecer as ofertas que a Bloxs tem em seu portfólio de produtos, que abrange setores em crescimento exponencial em nosso país, desde a pecuária de corte até novas tendências no mercado imobiliário.
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