No artigo de hoje, falaremos sobre a Cédula de Produto Rural e como ela pode auxiliar a alavancar uma vasta gama de investimentos.
Responsável por quase um quarto do PIB nacional, o agronegócio brasileiro avançou de forma espetacular nas últimas décadas. Nem mesmo contextos extremamente adversos, como a pandemia de coronavírus, foram capazes de deter a expansão do setor, principalmente no mercado internacional.
Para se ter uma ideia da força do agronegócio do nosso país, o Brasil bateu recorde de exportação, vendendo mais de US$ 10,9 bilhões só no mês de maio. Detalhe: tudo isso no período em que os confinamentos provocados pela covid-19 atingiram seu ponto mais alto.
Assim sendo, nada disso teria sido possível sem uma variedade de produtos financeiros oferecidos no mercado nacional que permitissem ao produtor financiar sua atividade e se proteger da sazonalidade natural do setor.
Entre esses produtos, destacaremos neste artigo a Cédula de Produto Rural (CPR), que é uma modalidade de crédito destinada a financiar uma gama enorme de produtos rurais, desde agricultura, pesca e pecuária até plantação e conservação de ativos florestais.
O que é uma Cédula de Produto Rural (CPR)?
Criada em 1994 para ampliar a oferta de crédito e apoiar a expansão do agronegócio, a Cédula de Produto Rural (CPR) é uma promessa de entrega de produtos rurais em uma data futura acordada entre o emissor e o comprador.
Na prática, o produtor rural recebe à vista o adiantamento da sua produção prevista para determinada data futura. Ele se compromete a entregar, no vencimento, a quantidade acordada do produto ou fazer sua liquidação financeira acrescida de juros, conforme o caso.
As CPRs são usadas como uma forma alternativa de financiamento às opções de crédito tradicionais, reduzindo as pressões sazonais de preços das mercadorias ao produtor.
Faça parte da nossa lista de interesse em agronegócio.
A partir de uma atualização regulamentar de 2013, as instituições financeiras passaram a poder emitir esse instrumento de forma totalmente digital. Abrindo, dessa forma, espaço para que novos bancos, corretoras e fintechs se aproveitassem da recente queda da taxa básica de juros para aumentar a concorrência no setor.
Desse modo, as instituições financeiras captam recursos no mercado de capitais para poder ofertar essa modalidade de crédito aos produtores rurais. E é justamente aí que entra o investidor. Ele pode adquirir as Cédulas de Produto Rural na própria instituição que a emite ou por meio do mercado primário e secundário em bolsas de mercadorias, como a B3.
Quais são os tipos de Cédula de Produto Rural?
As CPRs variam conforme o seu tipo de liquidação:
- CPR Física: O produtor se compromete a entregar, na data acordada, a quantidade e a qualidade dos produtos previstos na cédula de emissão.
- CPR Financeira: O produtor se compromete a pagar, na data de vencimento, o valor monetário equivalente a quantidade e qualidade dos produtos nos termos da emissão do título.
No caso da liquidação financeira, o montante final a ser pago geralmente segue a média de um índice de mercado. Indicadores como o Esalq, acrescido de uma variação porcentual acordada no momento da emissão, é utilizado nesse caso.
A liquidação financeira é, em outras palavras, a entrega do valor monetário, em vez da mercadoria.
Quais são as vantagens da Cédula de Produto Rural?
- Trata-se de uma aplicação em renda fixa que costuma oferecer taxas de rendimento mais altas do que as opções tradicionais do mesmo segmento, como CDBs e LCAs;
- É uma modalidade de investimento incentivada, ou seja, conta com isenção de Imposto de Renda e IOF;
- Costuma oferecer garantias reais para a operação, geralmente uma propriedade rural.
E quais são as desvantagens?
- Não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito. O FGC foi criado para proteger os investidores contra uma falência no setor financeiro, até o valor-limite de R$ 250.000 por CPF;
- Exige certo grau de perícia do investidor, que deve conhecer as peculiaridades do mercado em que deseja investir. Portanto, não é um investimento para iniciantes;
- Mercado secundário bastante restrito, o que dificulta a saída do investidor antes do vencimento.
Quer entrar no mundo dos ativos reais? Faça parte da comunidade Bloxs no Telegram!
Estratégia de investimento em CPR
Trata-se de uma modalidade de crédito que exige do investidor certo grau de conhecimento do mercado em que deseja atuar.
Um dos segmentos mais promissores do agronegócio nos últimos anos tem sido a pecuária de corte, que ganhou impulso neste ano pela alta demanda de países como China e Emirados Árabes Unidos, em grande medida em razão da disseminação da Peste Suína Africana.
As CPRs de boi gordo, por exemplo, com liquidação financeira, geralmente preveem um preço fixo a ser pago no vencimento, acrescido de determinado percentual de uma média de variação do indicador Esalq, a qual costuma ser das últimas cinco cotações desse índice.
Por isso, o investidor desse tipo de instrumento deve entender bem a sazonalidade de cada mercado, a fim de determinar o custo de oportunidade. É importante analisar se ele será positivo em comparação com outros títulos financeiros.
Risco da operação dependerá das peculiaridades de cada segmento, bem como de eventuais fatores de ordem climática capazes de afetar a produtividade de uma safra, no caso de um produto agrícola.
Além disso, o investidor deve estar atendo às garantias previstas na cédula, se houver, a fim de mitigar os riscos inerentes ao negócio. É bastante comum que os produtores ofereçam propriedades rurais como garantia ao empréstimo tomado nessa modalidade.
Antes de mais nada, há um ponto importante a se atentar. Se o investidor adquirir uma CPR de uma instituição financeira que queria apoiar o agronegócio, vale lembrar que o risco de inadimplência recai inteiramente sobre essa instituição financeira que emite a CPR. Essa instituição verificará a capacidade de solvência do produtor.
Investir no agronegócio agora está ao alcance de todos
Uma modalidade de aplicação que vem ganhando cada vez mais espaço no financiamento do agronegócio em nosso país é o chamado crowdfunding, ou investimento coletivo. A instrução 588 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulamentou esse tipo de captação no Brasil por meio de plataformas digitais de investimento aprovadas pela autarquia, como a Bloxs.
Uma boa oportunidade para aproveitar essa alta do mercado pecuário é participar de financiamentos coletivos de projetos que aloquem recursos no setor. A aquisição de animais para engorda em confinamentos arrendados, os quais, por exemplo, ao final de cada ciclo, são vendidos diretamente para frigoríficos em regiões de alta demanda.
Desse modo, caso você deseje conhecer outras modalidades de investimento altamente lucrativas e lastreadas em ativos reais como essa, não deixe de conhecer as ofertas que a Bloxs tem em seu portfólio de produtos, que abrange setores em crescimento exponencial em nosso país, como a pecuária de corte.