No mundo contemporâneo, o mercado encontra-se cada vez mais complexo. Isso ocorre devido ao grande fluxo de agentes que interagem de múltiplas formas, formando os processos produtivos e as relações de consumo. Nesse contexto, as estratégias de hedge emergem como um elemento-chave na proteção de investimentos contra flutuações imprevisíveis.
Em um mundo no qual a segurança dos ativos é fundamental, compreender o que são e como funcionam essas estratégias é elementar na vida de empresas e investidores que vivenciam as dinâmicas do mercado e seus altos e baixos.
O que são estratégias de hedge e o que o termo significa?
Na realidade, “hedge”, em inglês, possui o sentido etimológico de “cercar” ou “proteger”. No contexto financeiro, o termo refere-se a um tipo de estratégia voltada à proteção contra risco de movimentos adversos no valor de ativos. Sendo assim, as estratégias de hedge são do que medidas tomadas por investidores e empresas visando minimizar perdas decorrentes de variáveis dos mercados e seus setores.
É importante destacar, também, que existem diversos tipos de estratégias de hedge. Por conseguinte, é importante compreender que, embora o hedge não elimine completamente o risco de um investimento, esse movimento proporciona uma camada de segurança ao equilibrar a exposição das empresas e dos investidores às flutuações de preço.
Existem alguns tipos de estratégias de hedge, sendo eles: o natural, o de commodities, o cambial e o voltado às ações. Por exemplo, um determinado agente que trabalha com exportação pode empregar hedge cambial para proteger-se da coletividade referente às taxas cambiais, enquanto um investidor pode utilizar derivativos para diminuir os riscos inerentes ao próprio mercado.
Quais são os tipos de hedge?
Como foi dito anteriormente, existem diferentes tipos de estratégias de hedge. Cada uma é aplicada a contextos específicos para proteger as empresas e os investidores de riscos distintos.
Entre elas temos:
- Hedge natural
- Hedge de commodites
- Hedge cambial
- Hedge de ações
Hedge natural
O hedge natural acontece quando uma determinada empresa ou investidor envolve-se em operações que, naturalmente, compensam o risco associado a outra parte de suas atividades. Nesse caso, uma empresa produtora de petróleo, que também possui uma companhia aérea, pode utilizar o hedge natural.
Sendo assim, a queda nos preços do petróleo irá beneficiar diretamente a companhia aérea. Entretanto, isso prejudicará a produção de petróleo, ou seja, sua outra área de atuação.
Hedge de commodites
O hedge de commodities, por sua vez, foca na proteção, especialmente contra a flutuação nos preços dessas matérias-primas. Nessa perspectiva, as empresas que dependem de tais matérias — como o caso de mineradoras e agricultores de larga escala — podem utilizar os contratos futuros ou opções que permitam mitigar os impactos das variações de preços dessas commodities, protegendo-os de possíveis perdas monetárias.
Hedge cambial
No que se refere ao hedge cambial, ele é majoritariamente utilizado para proteger os investidores e as empresas contra os riscos relacionados aos movimentos nas taxas de câmbio entre diferentes moedas. As empresas envolvidas em comércios na escala global, ou seja, internacionalmente, frequentemente empregam esse hedge para diminuir os impactos das flutuações das moedas estrangeiras e, por consequência, de recursos e receitas.
Hedge de ações
Como o próprio nome já deixa claro, o hedge de ações é aquele que envolve estratégias que visam reduzir o risco associado a movimentos nos preços das ações de mercado, independentemente da escala de atuação. Nesse caso, os investidores tendem a usar opções como contratos futuros ou estratégias de diversificação de investimento.
Dessa forma, acabam protegendo suas carreiras contra quedas nos mercados de ações. Essas estratégias, portanto, mostram-se promissoras na segurança dos ativos, dado que o mercado encontra-se submetido a outras variáveis lógicas que, por relação de causa e efeito, podem ser afetadas de distintas formas.
Estratégias de hedge e a importância de proteger os investimentos
Empresas, investidores e economistas — agentes que lidam cotidianamente com o mercado financeiro e que vivenciam o mercado e o ambiente econômico propriamente dito — enfatizam que estratégias de hedge são importantíssimas. Isso porque as variáveis que regem as dinâmicas da economia são bastante imprevisíveis.
Em vista disso, dada a capacidade de minimizar as perdas potenciais e proteger os investimentos contra quedas abruptas, as estratégias de hedge tornam-se importantes. Podemos ilustrar um exemplo tangível da importância da aplicação de estratégia de hedge no mercado.
No caso de uma empresa distribuidora de gás, em um cenário no qual o gás natural pode sofrer flutuações significativas, as operações tendem a ficar vulneráveis às variações de custos, que, por consequência, devem afetar a sua rentabilidade. No entanto, essa distribuidora, ciente da volatilidade nos preços do gás natural, pode adotar estratégias de hedge para proteger-se contra tais oscilações.
Ao aplicar essas táticas, a distribuidora poderá se proteger das baixas do mercado. No caso, essas estratégias podem envolver contratos futuros ou até mesmo outras ferramentas financeiras que ajudam a diminuir o impacto das flutuações de preços.
No fim, as estratégias de hedge mostram-se grandes aliadas de investidores e empresas. Seja atuando nos mercados tradicionais ou em setores específicos, é a melhor maneira de proteger ativos adversos e encarar as oscilações do mercado em todas as esferas e escalas.