A queda do dólar nos últimos meses fez muitos investidores se questionarem se a valorização da moeda brasileira será duradoura ou apenas “para inglês ver”.
De fato, o cenário cambial para este ano é extremamente desafiador.
No ambiente internacional, pesam as incertezas com o impacto da guerra no Leste Europeu sobre o mercado de energia e o crescimento global, bem como o avanço da inflação e um aperto monetário mais agressivo nas principais economias.
No ambiente interno, a aproximação das eleições e as preocupações com a política fiscal do próximo governo podem trazer mais volatilidade para o câmbio e as ações.
Diante disso, fazer uma diversificação inteligente de portfólio, aumentando a parcela de ativos reais na carteira, pode ser uma excelente estratégia para quem busca se proteger da inflação e, ao mesmo tempo, evitar o risco do mercado financeiro.
No artigo de hoje, vamos entender melhor quais são as perspectivas para o dólar em 2022 e como você pode inserir no seu portfólio projetos de alta qualidade economia real, diretamente ligados aos setores mais sólidos da nossa economia, agronegócio, energia e mercado imobiliário.
Queda do dólar surpreende participantes do mercado
A queda do dólar surpreendeu muita gente em fevereiro e março. A moeda americana recuou 11,6% em relação ao real no período, caindo de R$5,36 para R$4,70.
Poucos acreditavam que a “verdinha”, ou “greenback”, como chamam os americanos, iria romper a marca dos R$5,00, devido a diversos fatores, como:
- Atraso do Fed, banco central dos EUA, em combater a inflação no país, que está no seu patamar mais alto em 40 anos;
- Disparada dos preços de energia na Europa por conta da invasão da Rússia na Ucrânia;
- Aproximação do período eleitoral no Brasil e incertezas com o quadro fiscal a ser adotado pelo próximo governo.
Indo contra aquela perspectiva de piso para a moeda americana, o fato é que o real continuou ganhando força contra o dólar, especialmente por conta do efeito positivo da valorização das commodities no mercado internacional sobre a balança comercial.
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Depois de um ano extraordinário, as commodities agrícolas e minerais que exportamos voltaram a ganhar força com a guerra na Europa e o risco de ruptura do abastecimento do mercado mundial gerado pelas sanções ocidentais à Rússia, grande exportadora de matérias-primas e energia.
Fluxo estrangeiro na bolsa brasileira dispara e provoca queda do dólar
O aumento da Selic pelo Banco Central para combater a inflação e o preço descontado das ações brasileiras, sobretudo de bancos e exportadoras de commodities, acabaram atraindo um grande fluxo de capital estrangeiro para a bolsa brasileira.
O diferencial de juros também tem favorecido a moeda brasileira e pode aquecer o mercado nacional de títulos públicos.
Essa é a avaliação de Ricardo Mora, principal executivo do Goldman Sachs na América Latina. Em entrevista recente ao Valor Econômico, o economista disse o seguinte:
O fluxo de recursos atual está sendo direcionado basicamente para as ações. Mas acho que haverá uma nova fase dessa entrada de capital, voltada mais para a renda fixa, que vai ancorar a moeda brasileira.
De fato, desde o início do ano a bolsa brasileira (B3) registrou uma entrada líquida de fluxo estrangeiro de mais de R$64 bilhões. Os grandes destaques do mercado acionário local foram as ações dos grandes bancos e, principalmente, de exportadoras de commodities.
As sanções à Rússia aplicadas pelo Ocidente também favoreceram a entrada de capitais por aqui, já que os gestores passaram a rebalancear suas carteiras em mercados emergentes e retirar capital da Rússia para aplicá-lo em outro grande exportador de matérias-primas. Com isso, o Brasil saiu ganhando.
Como explica um relatório recente da XP Research:
Mesmo com esse sentimento mais cauteloso global, o Brasil é um mercado que tem se destacado, por conta da grande exposição a commodities. Além disso, o país se beneficia de um fluxo positivo de investidores diminuindo exposição à Rússia […], o que pode favorecer um movimento de troca de alocação, por parte de investidores estrangeiros, do mercado russo para o brasileiro, já que ambos são mercados emergentes com grande exposição a commodities, e Brasil continua um mercado líquido e robusto.
Como mostra o gráfico abaixo da XP, os investidores estrangeiros têm as maiores participações na B3, respondendo por mais da metade das alocações:
É hora de comprar dólar?
Como vimos, a queda do dólar por aqui foi motivada por três fatores principais:
- Alta das commodities no mercado internacional;
- Ações brasileiras descontadas após a forte queda de 2021;
- Alta da Selic e aumento do diferencial de juros.
O que muitos investidores se perguntam é: esse cenário persistirá ao longo do ano? É hora de começar a comprar dólar?
No que se refere à alta das commodities, é bem possível que as matérias-primas exportadas pelo Brasil continuem valorizadas lá fora, principalmente diante do prolongamento da guerra no Leste Europeu e do “cancelamento” da Rússia.
Quanto às ações, o cenário é um pouco mais incerto, devido às eleições presidenciais de outubro e à ingerência governamental nos preços administrados, em especial dos combustíveis. Isso pode trazer volatilidade para a bolsa.
Em relação ao diferencial de juros, o Banco Central está sinalizando que o fim do ciclo do aperto está bastante próximo, ou seja, o pico da Selic pode estar próximo.
Ao mesmo tempo, a inflação nos EUA – a mais alta nos últimos 40 anos – e em outras grandes economias está forçando os bancos centrais mundiais, como Fed e BCE, a ingressarem em um ritmo mais forte de aperto.
Esses dois últimos fatores – eleições e alta de juros lá fora – podem acabar dando sustentação à moeda americana e evitar mais quedas nos próximos meses.
É por isso que muitos analistas já começam a indicar que estamos em um bom momento para aproveitar a queda do dólar e comprar a moeda americana.
Como proteger sua carteira contra a inflação e a volatilidade do mercado financeiro
Nesse cenário repleto de incógnitas dentro e fora do país, a melhor estratégia para proteger e, ao mesmo tempo, rentabilizar a carteira é investir em ativos reais de alta qualidade, sem correlação direta com o mercado financeiro.
Os ativos reais são conhecidos por serem resistentes à inflação e terem baixa volatilidade em momentos de turbulência político-econômica.
E uma excelente forma de inseri-los na carteira é participando de captações de crowdfunding com foco em projetos promissores diretamente ligados à economia real.
O crowdfunding é uma modalidade de investimento coletivo regulada pela CVM e vem crescendo muito nos últimos anos.
Nas captações de crowdfunding, você pode se unir a outros investidores com os mesmos interesses que o seu para financiar ou se tornar sócio de excelentes empreendimentos tocados por especialistas nos mais diversos setores, como:
- Agronegócio
- Energia renovável
- Mercado imobiliário
- Negócios em expansão
- Ativos judiciais
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