Desconstruindo o mito de que “lugar de empresa tech é somente na Nasdaq”, as empresas de tecnologia, no geral, bem como as brasileiras, comumente trilham o caminho da NASDAQ, a bolsa americana que abriga empresas tech.
No entanto, o cenário tem sido diferente nos últimos tempos com empresas nacionais de tecnologia optando por remanescerem no mercado de capitais doméstico. Exemplos são:
- Privalia, empresa de e-commerce;
- Dotz, que atua no segmento de fidelidade;
- Livetech, que possui um modelo de negócio voltado para segurança condominial eletrônica.
Embora a Privalia tenha dado para trás recentemente em seu projeto de buscar a sua primeira emissão de ações alegando para tal feito os momentos de volatilidade do mercado, as perspectivas ficam no radar, para que cada vez mais, empresas de tecnologia “fiquem em casa”, no sentido de se valerem do mercado de capitais brasileiro.
Com exceção do Nubank e a dona do Ifood – Movile, que devem de fato trilhar o caminho internacional, fato inegável é que o mercado interno também está de braços abertos para estas empresas.
O momento oportuno
Somente contando 2020 e 2021 até o momento, foram quase dez aberturas de capital de empresas de tecnologia na B3.
Os motivos para este boom são como explica o sócio do BTG Pactual Fábio Nazari, é a maturidade dos investidores institucionais brasileiros que passaram a dedicar um olhar especial às empresas de tecnologia. Além do voto de confiança dos institucionais o mercado como um todo tem respondido com empolgação às estreias das tech brasileiras na bolsa, vide IPO da Locaweb que somente em 2020 se valorizou 600% em termos do valor de mercado da companhia.
O momentum de entusiasmo para as empresas tech tem deixado precedentes para que outras sigam o caminho de abertura de capital, ainda que via oferta pública restrita, como foi o caso da Livetech que optou por não realizar uma emissão tradicional de ações, mas ainda assim imprimiu o seu nome no alto escalão do mercado de capitais brasileiro, evidentemente deixando abertas as possibilidades para futuras emissões.
Leia também: Tech companies: quem são elas e por que roubaram a cena dos IPOs?
Aproveitando os holofotes: a busca pelo mercado de capitais independentemente da estrutura
As ofertas restritas são aquelas que obedecem aos ditames das instruções da CVM 400 ou 476.
A Livetech, por exemplo, realizou uma emissão pública restrita nos moldes da 476, conseguindo movimentar cerca de R$ 450 milhões. Tal episódio evidenciou que independentemente da estrutura, IPO ou oferta restrita, fato é que as empresas de tecnologia brasileiras, bem como as americanas, têm usufruído deste intenso hype do período de digitalização acelerada promovido pelos tempos pandêmicos para se capitalizarem.
A pandemia definitivamente reforçou a importância da tecnologia e com isso voltaram-se os olhares para as respectivas empresas do setor. Pode-se dizer que o mercado está disposto a pagar um prêmio pelas empresas tech, efetivamente precificando uma expectativa de crescimento e geração de valor destas empresas, que por sua vez estão conseguindo canalizar altos volumes de recursos.
Novas oportunidades no radar
Ainda na busca do caminho do mercado de capitais, diversos nomes de empresas de tecnologia aparecem nas manchetes, mas a que chama atenção é a Bionexo.
A healthtech que existe desde muito antes do próprio buzz dos ‘farialimers’ ou ainda dos modismos do uso de vocábulos em inglês, movimentou rumores de uma possível oferta inicial de ações neste ano. Certamente o radar dos investidores já está ativado com a notícia do possível IPO da primeira empresa de tech na área de saúde da bolsa brasileira, o que corrobora ainda mais para movimentar o otimismo do setor de tecnologia.
A manifestação mais recente da Bionexo indica que ela quer captar cerca de meio bilhão de reais e, segundo seu CEO, Rafael Barbosa, até o fim do ano eles terão ou um private placement ou o tão comentado IPO.
Com empresas deste naipe cogitando o caminho da bolsa brasileira no lugar da tão famosa Nasdaq casa das maiores tech companies, confirma-se a tese de que, possivelmente, cada vez mais, a B3 vai abrigar as empresas de tecnologia.
Recentemente ainda, o Ibovespa, abriu sua cesta de ativos para dar espaço a seis novas empresas de tecnologia. Quem sabe se o ritmo persistir veremos ainda mais o reflexo destas empresas na cesta de ativos referência da bolsa brasileira.
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