As tendências ESG ganharam força com a discussão sobre a segurança energética nos últimos anos, em razão das tensões geopolíticas e da inflação global.
A busca de novas fontes de geração de energia limpa e renovável tornou-se uma prioridade para o desenvolvimento econômico e a soberania nacional nos próximos anos.
Além disso, a pandemia provocou profundas mudanças no ambiente de trabalho, com os profissionais priorizando a saúde física e mental e questionando práticas prejudiciais de suas empresas.
O aumento da conscientização e as mudanças comportamentais da sociedade também se refletiram no ambiente corporativo, exigindo mudanças estruturais das organizações.
Não é difícil perceber que estamos falando da importância dos princípios ESG para a imagem das empresas perante seus públicos-alvo e a sociedade em seu conjunto.
Neste artigo, vamos abordar quais são as principais tendências ESG para os próximos anos e como investir em projetos do setor, a fim de surfar essas tendências.
Os tópicos que vamos abordar a partir de agora são:
- Diversificação energética ganha importância no pós-pandemia
- Inflação global e preços de energia nas alturas
- Avanços da Perovskita: Potencial Revolucionário na Energia Solar
- Desafios e Estratégias: Usinas Fotovoltaicas Diante da Lei 14.300
- Combustíveis fósseis chamam a atenção no curto prazo
- Tendências ESG crescem no Brasil
- Como investir nas principais tendências ESG de 2024
Diversificação energética ganha importância no pós-pandemia
O período pós-pandemia marcou uma profunda mudança na concepção da importância da diversificação energética em todo o mundo.
De um lado, houve o advento da inflação global, ocasionado pela quebra das cadeias de suprimentos e o aumento concomitante da demanda, em razão dos fortes estímulos governamentais para evitar uma crise profunda, gerada pelas medidas de combate à Covid-19.
De outro, a invasão da Rússia na Ucrânia desencadeou uma nova era na geopolítica europeia, com repercussões mundiais, na medida em que o setor de energia foi envolvido diretamente no conflito, ajudando a intensificar ainda mais as pressões inflacionárias.
Para explicar melhor o efeito desses eventos sobre o setor de energia e as novas tendências ESG, Felipe Souto, CEO da Bloxs, plataforma de acesso ao mercado de capitais que permite o financiamento de projetos de energia renovável e de diversos outros setores da economia, disse seguinte:
O fato é que essas mudanças estruturais ocorridas nas cadeias globais e na geopolítica nos últimos dois anos destacaram a necessidade da soberania nacional sobre as fontes de energia e a menor dependência a fornecedores externos, como costuma acontecer com o petróleo e o gás natural.
Inflação global e preços de energia nas alturas
De fato, os combustíveis fósseis são recursos escassos e distribuídos de forma desigual pelo mundo, contribuindo para sua concentração nas mãos de poucos grandes produtores e, inclusive, para a formação de cartéis, como no caso da Opep.
A eclosão do conflito no leste europeu envolveu diretamente a circulação do petróleo e do gás natural no continente, diante das retaliações das potências ocidentais à iniciativa russa de invadir, ocupar e anexar parte do território da vizinha Ucrânia.
Como é possível ver no gráfico abaixo, o barril de petróleo tipo Brent, que serve de referência mundial, com exceção dos EUA, mais do que triplicou de valor desde a pandemia, no início de 2020.
Apesar da correção atual, ainda encontra-se em patamares bastante elevados, o que acabou pressionando a inflação dos combustíveis e sua disseminação por toda a cadeia produtiva.
Evidentemente, o uso geopolítico do setor de energia não é uma novidade. Aliás, o grande impulso para as novas tendências ESG datam das sucessivas crises de fornecimento ocorridas nas décadas anteriores.
Avanços da Perovskita: Potencial Revolucionário na Energia Solar
A eficiência das células fotovoltaicas de perovskita realmente avançou consideravelmente nos últimos anos, ultrapassando os níveis do silício e alcançando quase 26% em arquiteturas de junção única e potencialmente até 30% em células tandem combinadas. O Márcio Paiva, CFO da Bloxs, destaca o grande potencial da perovskita por ser acessível em termos de produção e fabricação, além de oferecer um significativo aumento na conversão de luz solar em eletricidade. A previsão é de que, em breve, painéis solares com essa tecnologia se tornem mais comuns no mercado, aproximadamente em um ano.
Embora o mineral original, composto principalmente por titanato de cálcio, não seja usado diretamente em células solares, seu interesse reside na estrutura cristalina que inspirou o desenvolvimento de compostos sintéticos similares. A produção comercial ainda está em estágios iniciais, mas avança rapidamente devido ao seu promissor potencial.
Empresas como a Panasonic demonstraram sucesso no uso dessa tecnologia, observando um aumento considerável na eficiência dos painéis solares de perovskita ao longo dos anos. Quando combinadas com o silício, essas células atingiram eficiências extraordinárias, chegando a 36% em alguns casos.
Paiva ressalta que a aplicação da perovskita na geração fotovoltaica tem o potencial de reduzir custos, tornando a tecnologia mais atrativa para diversos setores. Isso poderia aumentar o retorno sobre o investimento, atraindo mais investidores e viabilizando projetos em diferentes escalas.
Desafios e Estratégias: Usinas Fotovoltaicas Diante da Lei 14.300
A Lei 14.300 trouxe previsibilidade à geração distribuída, mas também impôs desafios às usinas fotovoltaicas. A redução gradual de estímulos anuais torna as novas usinas menos competitivas, somada à alta das taxas de juros, dificultando o financiamento. No entanto, investir em usinas solares no Brasil continua atraente, dado o histórico de demanda crescente por energia.
Paiva destaca que, apesar do afastamento de investimentos devido a menos risco em outras opções, a inflação energética superior ao IPCA indica um equívoco nessa postura. Novas tecnologias, como a perovskita, prometem aumentar a eficiência dos sistemas e viabilizar projetos antes desfavorecidos pela nova legislação.
Um dos maiores pontos de preocupação é a cobrança dos custos de distribuição para projetos instalados após a janela de transição. Contudo, o investimento em energia solar se mantém atrativo, principalmente considerando a tendência de redução de custos da tecnologia e a oferta crescente de financiamento, até mesmo no mercado de capitais.
É essencial que empreendedores foquem em projetos economicamente viáveis e estejam atentos a tecnologias mais eficientes e com menor custo de manutenção. Apesar dos desafios impostos pela nova legislação, estratégias focadas podem mitigar os efeitos e manter a competitividade das usinas fotovoltaicas.
Combustíveis fósseis chamam a atenção no curto prazo
A recente crise do setor energético, segundo diversos analistas, ressaltou a importância de uma transição gradual para as fontes limpas e renováveis, sem descartar de todo o uso da energia fóssil não renovável.
Isso explica, em parte, o interesse renovado dos investidores por produtos financeiros ligados a fontes de energia tradicional, em vista da grande valorização dos preços das commodities nos últimos anos.
No gráfico abaixo, publicado pela Bloomberg em seu relatório Panorama 2023: ESG Global, é possível perceber claramente essa tendência, diante da saída de fluxo dos fundos ESG para alocação em fundos ligados ao setor tradicional de energia:
Esse movimento, como dissemos, é concomitante à valorização dos combustíveis fósseis, em razão dos transtornos causados à sua circulação por conta de diversos fatores, em especial questões geopolíticas.
A politização do setor de energia tende a aumentar o interesse dos investidores por commodities tradicionais no curto prazo, mas segundo especialistas, as tendências ESG vieram para ficar e deverão voltar a atrair recursos maciços em breve.
Isso se deve à mudança de consciência da sociedade em relação ao impacto da atividade humana no mundo, bem como às mudanças comportamentais das empresas, que desejam, cada vez mais, posicionar-se como “amigas do meio ambiente”.
Tendências ESG crescem no Brasil
No Brasil, os projetos ESG, especialmente com foco na exploração da energia limpa e renovável, estão a todo vapor e atraindo recursos recordes todos os anos.
Mais ou menos na contramão do mundo, o interesse por investimentos na área não para de crescer, sobretudo na área de energia, como a construção de usinas solares e eólicas.
E a maior conscientização dos consumidores em relação à saúde tem contribuído para o desenvolvimento de projetos que viabilizem o consumo de alimentos mais saudáveis, sem o uso de defensivos e fertilizantes químicos danosos à vida humana e natural.
Como investir nas principais tendências ESG de 2024
Para explorar as potencialidades dessas tendências ESG, a Bloxs Capital Partners segue firme em seu propósito de aproximar o pequeno investidor de teses de investimento antes acessíveis apenas a institucionais e grandes fortunas.
Você já pensou em ser sócio de usinas solares comerciais aqui está a sua oportunidade.
Ao falar sobre investimento em energia solar, Felipe Souto, CEO da Bloxs, afirmou o seguinte:
Essa a uma oportunidade dos investidores ter fonte alternativa de renda recorrente, em um setor que combina o melhor das tendências ESG e do mundo dos investimentos, já que está em franca expansão e é considerado defensivo para formação de patrimônio no longo prazo.
Para não ficar de fora dessas oportunidades que trazem o melhor das tendências ESG para os pequenos investidores, basta fazer um cadastro rápido e gratuito na plataforma da Bloxs para poder diversificar seus investimentos com projetos diretamente ligados à economia real.