Em um mundo com baixas expectativas de retorno e volatilidade em alta nos ativos tradicionais, é essencial que os investidores abracem os investimentos alternativos.
Essas são as palavras de David Lebovitz, estrategista de mercado global do JP Morgan, ao apresentar as perspectivas do maior banco de investimentos do mundo para 2022.
Em suas Premissas para os Mercados de Capitais no Longo Prazo, o JP Morgan avalia que os ativos alternativos deixarão de ser uma alocação opcional no portfólio dos gestores para assumir posição de destaque nos próximos anos.
A maior volatilidade no mercado acionário, a expectativa de inflação elevada e o aumento gradual dos juros no mundo farão com que a necessidade de maiores retornos e de diversificação ganhe ainda mais relevância, o que deve promover a participação dos ativos reais nos portfólios dos hegde funds.
Diante das atuais turbulências político-econômicas no mundo e da aproximação das eleições presidenciais no Brasil, o investimento em projetos da economia real nunca se mostrou tão importante como forma de diversificação e proteção de carteira.
Se você deseja investir em ativos reais para melhorar o desempenho do seu portfólio em um cenário tão desafiador, este artigo é imperdível.
Nele, vamos abordar a visão do JP Morgan para os investimentos alternativos nos próximos anos e como você pode investir em ativos geradores de renda sem ter uma grande fortuna ou ser um investidor institucional.
Os tópicos que vamos abordar são:
Retornos mais estáveis e proteção contra a inflação irão favorecer ativos reais, afirma JP Morgan
Veremos neste ano muito mais volatilidade no mercado financeiro do que em 2021, na avaliação do maior banco de investimentos do mundo, o JP Morgan.
Em sua perspectiva para os investimentos alternativos para 2022, a instituição financeira elencou diversos fatores que podem trazer mais risco para os investimentos tradicionais, como:
- Efeitos ainda presentes da pandemia em diversas partes do mundo, como na China;
- Pressão inflacionária elevada nas principais economias, especialmente agora diante do maior conflito bélico em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial;
- Possibilidade de aperto mais agressivo das condições financeiras pelo Federal Reserve, banco central dos EUA;
- Valuations bastante “esticados” das ações mundiais.
O maior rendimento e a baixa volatilidade esperados nos ativos alternativos, especialmente nos setores de infraestrutura, transportes e crédito direto, devem contribuir para sua maior presença no portfólio dos principais gestores de ativos, como ressalta o gráfico abaixo:
Em um cenário tão desafiador, o estrategista de mercado global do JP Morgan, David Lebovitz, defende que os ativos reais, como no setor de infraestrutura, podem oferecer retornos mais estáveis e proteção contra a inflação, fazendo com que tenham mais destaque no portfólio de grandes gestores:
A necessidade de maiores retornos e de diversificação continuará sendo primordial, sugerindo que os ativos reais devem ter papel essencial nas carteiras. O investimento em infraestrutura está se tornando cada vez mais comum, proporcionando não apenas retornos com menor volatilidade e baixa correlação com ações e títulos públicos, como também proteção contra a inflação. Ao mesmo tempo, esses ativos oferecem uma oportunidade de renda estável ao longo de um ciclo de mercado.
De fato, como mostra o gráfico a seguir, as captações de capital privado no mundo destinadas a investimentos alternativos registram forte tendência de alta, com um breve recuo em 2020, por conta da pandemia. O grande destaque fica para as alocações em private equity:
Ativos sustentáveis
O executivo defende ainda que os ativos que permitam que as empresas e governos atinjam suas metas de emissões e reduzam sua dependência a combustíveis fósseis nos próximos anos devem registrar maior valorização, geração de renda e diversificação:
Cresce o reconhecimento de que as florestas comerciais podem sequestrar carbono, tornando-se uma solução natural para gerar compensações de carbono, já que a madeira é um material de construção mais sustentável e renovável do que o cimento e o aço. Esses ativos serão essenciais para cumprir as metas globais e corporativas de emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo em que fornecem proteção contra a inflação, renda e diversificação.
Mercado imobiliário
Quanto ao mercado imobiliário, Lebovitz acredita que o setor deve se beneficiar da inflação acima da média, ainda que nem todos os segmentos e regiões geográficos apresentem o mesmo desempenho.
Isso porque a ocupação de escritórios em centros urbanos continua sofrendo pressão, e a demanda por setores específicos está em alta, criando escassez em alguns ativos e oportunidades em outros.
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Em especial, o executivo afirma que o avanço do comércio eletrônico nos mercados emergentes deve aumentar a procura por imóveis logísticos em pontos estratégicos de distribuição, e a mudança para formas híbridas de trabalho deve mudar as tendências de ocupação de espaços corporativos.
Em 2022, a qualidade será fundamental, e nossa expectativa é que muitos proprietários tenham flexibilidade para aumentar os aluguéis de acordo com a inflação nos setores caracterizados por oferta moderada e fundamentos robustos.
Private equity e crédito privado
Quanto ao mercado de private equity e crédito privado, o banco de Wall Street acredita que o setor deve continuar gerando excelentes oportunidades nos próximos anos.
Pelo lado da demanda, a busca mundial por rendimento aumenta a demanda por ativos que podem proteger contra a inflação em ambientes de mercado ainda desconhecidos.
Com isso, os investidores devem continuar aumentando suas alocações em crédito privado, em razão dos spreads relativamente maiores em relação ao setor público, menor volatilidade, taxas flutuantes e hedge inflacionário.
Já o mercado de private equity registra um ritmo acelerado de atividade, segundo o JP Morgan.
A demanda dos investidores continua forte e o volume de distribuição permanece alto, enquanto os prazos de captação de recursos estão ficando mais curtos e os fundos crescem de tamanho.
A competição no mercado de private equity continua elevada, em um mercado que não viu recuos muito prolongados em mais de uma década. Os gestores com estratégias diferenciadas de seleção de oportunidades e criação de valor devem seguir em destaque.
Como ressalta o gráfico a seguir, os portfólios com maior participação de ativos alternativos registram menor volatilidade e maiores retornos:
Por fim, o JP Morgan afirma que não faltam oportunidades no mercado de investimentos alternativos, ressaltando que as alocações orientadas a resultados, especialmente em soluções voltadas a resolução de gargalos na economia.
O foco nas alocações em alternativos deve ser o problema que o gestor deseja resolver no mundo. A partir daí, é possível selecionar o ativo capaz de fornecer a solução para esse problema.
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