No primeiro trimestre de 2023, as empresas brasileiras captaram a expressiva quantia de R$ 66 bilhões no mercado de capitais, ainda que com um recuo de 38,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Este resultado foi influenciado pela volatilidade e alta dos juros no mercado financeiro, que impactaram tanto a renda fixa quanto a variável.
Vale ressaltar que 61% foi proveniente de operações realizadas nos termos da nova norma de ofertas públicas, a Resolução CVM 160.
No entanto, nem tudo foi queda: os produtos híbridos entre renda fixa e variável tiveram um bom desempenho, com destaque para os Fiagros, que saltaram de R$ 1,9 bilhão em 2022 para R$ 2,8 bilhões em 2023, e os fundos imobiliários, que avançaram 36%. Já as debêntures, um dos instrumentos de renda fixa mais utilizados pelas empresas, apresentaram queda de 34,5%, mas ainda assim registraram o terceiro maior volume da série histórica para um primeiro trimestre.
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As empresas do setor de energia elétrica foram as que mais emitiram debêntures neste período, totalizando R$ 15 bilhões. No mercado secundário, as negociações de debêntures aumentaram em 40% e o volume transacionado cresceu 33,9%, o que mostra a maturidade do mercado local e traz mais segurança às empresas para fazer suas emissões.
As ofertas de CRIs se mantiveram estáveis, enquanto os CRAs e as notas comerciais tiveram quedas. No segmento de renda variável, apenas uma oferta subsequente de ações foi realizada, movimentando R$ 3,3 bilhões. Mas após oito meses sem operações de renda fixa de empresas brasileiras no mercado externo, uma oferta de bond foi realizada no primeiro trimestre de 2023, movimentando US$ 1 bilhão.
Mesmo com o cenário desafiador, as empresas brasileiras demonstram sua capacidade de acessar o mercado de capitais e obter recursos para investimentos e crescimento.