As mulheres no mercado financeiro estão aumentando sua presença no comando de grandes empresas, ajudando a melhorar sua tomada de decisão e seus resultados.
Angela Merkel, Christine Lagarde, Luiza Trajano, Cristina Junqueira, entre tantas outras lideranças femininas da atualidade, são a prova cabal de que a visão feminina traz mais diversidade, sensibilidade e rigor analítico para organizações públicas e privadas de todo o mundo.
Mas a presença das mulheres nos mais altos escalões da sociedade ainda está aquém do seu potencial e representatividade, principalmente diante dos enormes desafios que enfrentamos em termos de igualdade de oportunidades e inclusão.
Neste Dia Internacional das Mulheres, preparamos um artigo especial para destacar a importância da liderança feminina em todos os âmbitos da sociedade e, em especial, no mundo dos negócios.
Os tópicos que vamos abordar são:
Maior participação feminina em cargos de liderança gera melhores resultados
É inegável que as empresas não podem fechar os olhos para as grandes tendências que movem a sociedade, promovendo internamente mudanças que fomentem a igualdade e a diversidade nos seus quadros diretivos.
As organizações que não priorizam a multiplicidade de visões em seus processos decisórios tendem a perder espaço em um mundo que não tolera mais estereótipos e discriminação.
Portanto, promover a inclusão de mais mulheres no mercado financeiro e nos altos escalões da vida pública é uma prioridade inadiável.
É preciso que os ambientes de convívio e trabalho sejam pensados para promover a energia e a criatividade das mulheres e que a igualdade de gênero se torne um fator decisivo para o nível de desenvolvimento das economias e sociedades.
O caminho para atingirmos esse objetivo está cheio de obstáculos, como mostra um relatório recente do Fórum Econômico Mundial. O documento aponta que seria necessário mais que uma vida inteira para que a igualdade de gênero se torne realidade.
Nenhum de nós verá a igualdade de gênero se concretizar ao longo de nossas vidas e, possivelmente, nem nossos filhos. Isso porque, de acordo com nossos cálculos, serão necessários quase 100 anos para que a paridade de gênero seja alcançada.
O relatório aponta que o maior desafio que impedirá as mulheres de ascender economicamente é sua subrepresentação em novos setores, como a computação, onde apenas 12% dos profissionais são mulheres.
O mesmo se aplica a áreas como engenharia de dados e inteligência artificial, onde a representação feminina é de apenas 15% e 26%, respectivamente.
Para superar essas deficiências, é preciso garantir a melhor capacitação das mulheres para o mercado de trabalho, permitindo que enfrentem os desafios e aproveitem as oportunidades da Quarta Revolução Industrial.
Em termos de posição de liderança, um levantamento feito pelo Insper, em parceria com a Talenses, mostra que as mulheres no mercado financeiro são a minoria nos cargos de liderança, ocupando apenas 26% das posições de diretoria, 23% de vice-presidências e 15% de cargos em conselhos.
Uma matéria da Investnews aponta que o nível corporativo em que as mulheres menos têm representatividade é na função de CEOs. Apenas 13% das empresas brasileiras possuem CEOs mulheres.
A pesquisa foi feita com 532 empresas com sede no Brasil, América do Norte e Europa, leva em consideração empresas familiares e que abriram ou não seu capital.
Entre as companhias listadas em bolsa, a representatividade das mulheres vem melhorando a cada ano. De acordo com a reportagem:
Segundo um estudo realizado pelo Teva índices em parceria com a Easynvest, 15 companhias listadas na B3 com valor de capitalização superior a 300 milhões de reais possuem entre 22% e 50% de conselheiras mulheres.
Participação das mulheres cresce na bolsa de valores
Nos investimentos, o número de mulheres no mercado financeiro também está crescendo, principalmente na bolsa de valores. No período de 2019-2020, a participação do público feminino na B3 dobrou de tamanho, saindo de 388 mil para 925 mil.
No ano passado, pela primeira vez, o número de mulheres investidoras na B3 superou a marca de 1 milhão, mas o ritmo anual de alta desacelerou. Os CPFs femininos cadastrados atingiram 1,15 milhão, um avanço de 36% em comparação com o ano anterior.
Uma matéria do poder360 aponta que a proporção de mulheres entre o público investidor caiu na última década. Em 2010, quase 25% dos CPFs cadastrados na B3 pertenciam a mulheres. Em 2021, a participação feminina caiu para 23,2%, como mostra a imagem abaixo:
Empresas com mais mulheres na liderança se destacam
A presença de mulheres no mercado financeiro, especialmente em cargos de liderança, comprovadamente melhora os resultados das empresas, como mostra o desempenho do fundo Trend Lideranças Femininas, da XP Asset Management.
No ano passado, o fundo entregou um fantástico resultado de quase 35%, ao investir em empresas de capital aberto que adotam como prioridade a diversidade de gênero nos cargos diretivos.
A composição da sua carteira tem como base o ETF SHE, um fundo de índice de empresas listadas em bolsas americanas, e prioriza alocações em companhias com grande valor de mercado e possuem proporcionalmente o maior número de mulheres em seus Conselhos de Administração, posições de CEOs e demais cargos “C-Levels”.
As informações são de uma reportagem do Estadão, que comprova a visão de que a diversidade é importante não apenas do ponto de vista social, mas também de resultados.
De acordo com Paula Zogbi, analista de investimentos da corretora Rico:
No longo prazo, as empresas que se preocupam com diversidade têm mais chances de desempenhar acima da média. Diversos estudos já mostram que ter pontos de vistas diferentes na liderança de uma empresa traz mais inovação.
Mulheres no mercado financeiro se tornam referência para o empreendedorismo feminino
Em todas as áreas, é fundamental ter alguém em quem se espelhar, pessoas que sirvam de exemplo e motivação de sucesso, mesmo diante de grandes adversidades, como o preconceito e o estigma de gênero.
No Brasil, entre as mulheres no mercado financeiro que mais se destacam por sua liderança firme e bem-sucedida, não poderíamos deixar de citar nomes como Nathalia Arcuri, Luiza Trajano, Cristina Junqueira, Paula Bellizia e Rachel Maia.
Nathalia Arcuri
Especialista em finanças, apresentadora e jornalista, Nathalia fundou o maior canal de educação financeira do mundo, o Me Poupe!, com quase 7 milhões de seguidores no YouTube.
Seu sucesso foi tamanho que Nathalia foi convidada a apresentar um programa especial de finanças na Band e se tornou best-seller no mercado editorial com o lançamento do seu primeiro livro, o Me Poupe! – 10 passos para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso, que já vendeu mais de 25 mil exemplares.
Luiza Trajano
Uma das mulheres mais influentes do Brasil, Luiza Helena Trajano é presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, uma das maiores redes varejistas do país, com presença em todo o território nacional.
Sob sua gestão, o Magazine Luiza se tornou uma potência no mundo digital, cuja loja online já responde por mais de 40% da receita da companhia.
Foi eleita “Personalidade do Ano de 2020” pela Câmara do Comércio Brasil-EUA e se tornou referência absoluta do empreendedorismo feminino.
Cristina Junqueira
À frente das operações do Nubank, maior banco digital do mundo, Cristina Junqueira entrou para a lista de bilionárias da Forbes e se tornou uma das maiores lideranças mundiais entre as mulheres no mercado financeiro.
Cristina teve papel fundamental na ascensão do Nubank até o posto de maior fintech brasileira, tocando a área de marketing e relacionamento com o cliente, segmentos de destaque do banco digital.
Símbolo de inclusão no mercado de trabalho e prova de que a igualdade de gênero é fundamental para o crescimento sustentável de qualquer empresa, Cristina passou a priorizar ações afirmativas dentro do Nubank e deseja ver cada vez mais mulheres assumindo cargos diretivos dentro da instituição.
Paula Bellizia
A angolana Paula Bellizia é outro exemplo de sucesso e liderança entre as mulheres no mercado financeiro, ao assumir o cargo de CEO da Microsoft Brasil desde 2015.
Sua trajetória nessa gigante da tecnologia é marcada por sua visão firme e determinação em promover a diversidade e a inclusão dentro da empresa.
Entre as suas prioridades à frente da Microsoft em nosso país está o exercício de uma liderança transformadora, o crescimento dos negócios na nuvem e o reforço do compromisso da empresa com o desenvolvimento tecnológico do país.
Rachel Maia
Contabilista e empresária paulistana, Rachel Maia tem uma trajetória de sucesso no mundo corporativo, ao assumir cargos de destaque em empresas multinacionais, como a Lacoste Brasil, onde atuou CEO, a Tiffany & Co., onde exerceu a função de CFO.
Desde 2017, Rachel integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e ganhou notoriedade ao defender com veemência a necessidade de maior diversidade no alto escalão de grandes empresas.
Atualmente, é conselheira administrativa de grandes empresas nacionais, como Vale, Banco do Brasil, CVC e Grupo Soma.
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