Após a euforia com a disparada do preço da arroba do boi gordo nos últimos anos, as cotações recuaram quase R$ 100 desde as máximas de 2022 no mercado futuro, fazendo os investidores se perguntarem: já atingimos o fundo da correção?
A desvalorização do dólar, o crescimento econômico acima das expectativas no país e a redução na oferta de animais para abate trazem boas perspectivas para a sustentação dos preços à frente, abrindo uma excelente janela de oportunidade para quem deseja investir no setor.
A entrada do segundo semestre coincide com o período de maior consumo de carne bovina, e o esperado movimento de queda dos juros a partir de agosto promete impulsionar a demanda interna nos próximos anos.
Além disso, no exterior, o cenário de forte recessão acabou não se concretizando, com níveis de emprego e renda bastante elevados, o que deve sustentar nossas exportações.
Diante disso, os investidores passaram a buscar oportunidades tanto na bolsa quanto no mercado de crédito privado, tentando se antecipar ao ciclo de queda da Selic para garantir taxas de retorno mais elevadas.
Neste artigo, vamos explicar melhor o cenário para a arroba do boi gordo e por que estamos vivendo um momento estratégico para investir em ativos do setor, visando a forte recuperação que devemos ver nos próximos anos.
Os tópicos que vamos abordar são os seguintes:
- Da euforia à correção: chegou a hora de investir em ativos agropecuários?
- Preços dobram no mercado futuro
- Aumento de custos de produção e sazonalidade
- Correção e aumento de custos geram perdas para produtores
- Descompasso entre oferta e demanda
- Preços devem se sustentar e abrir janela de oportunidade
- Como aproveitar a retomada da pecuária para investir agora no setor?
Da euforia à correção: chegou a hora de investir em ativos agropecuários?
Os últimos anos foram marcados por mudanças bruscas no sentimento tanto dos produtores quanto dos investidores no mercado agropecuário.
Durante a pandemia, o setor enfrentou várias dificuldades, como a interrupção das cadeias de suprimentos, fechamento de frigoríficos e restrições às exportações. Esses eventos acabaram causando um desequilíbrio na oferta e demanda de carne bovina, resultando em uma escassez temporária no mercado.
A redução da produção, combinada com a manutenção do consumo interno e a demanda global extremamente aquecida, contribuiu para a valorização da arroba do boi gordo, que atingiu máximas de mais de R$ 340 no mercado futuro da B3.
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Preços dobram no mercado futuro
Um fator determinante para a alta do preço da arroba do boi gordo foi a forte demanda interna por carne bovina durante a pandemia.
Com as restrições às atividades externas, o fechamento de restaurantes e os programas de auxílio emergencial, as famílias optaram pelo preparo de refeições em casa, impulsionando o consumo de carne bovina.
Essa demanda aquecida, aliada à escassez temporária da oferta, resultou em um aumento expressivo dos preços, que mais do que dobraram em relação aos níveis de 2019.
Esse aumento de consumo também ocorreu no mercado internacional, principalmente na Ásia, com a China liderando as importações, diante das quebras da cadeia interna e também do surto de peste suína que reduziu a oferta de uma das principais fontes de proteína animal do país.
Quem se beneficiou disso foram os pecuaristas brasileiros, que viram suas receitas subirem com a valorização do dólar e das exportações, incentivando a produção de mais animais para abate, em um verdadeiro clima de euforia.
Aumento de custos de produção e sazonalidade
Mas nem tudo são flores: o aumento do consumo em todo o mundo, impulsionado pelos programas de assistência governamental e política de juros baixos, trouxe um fenômeno que há muito não se via em muitas economias: a inflação.
Isso também foi sentido pelos produtores, diante do forte aumento dos preços dos insumos, como ração e milho, impactando diretamente os custos de criação e engorda do gado.
Como não havia sinal de queda de demanda, os pecuaristas e frigoríficos conseguiram repassar boa parte desse custo aos consumidores finais, contribuindo para a valorização da arroba do boi.
Além disso, a sazonalidade na oferta de bovinos também influencia os preços. Em determinados períodos do ano, como a entressafra, a oferta de animais prontos para o abate tende a diminuir, o que gera uma pressão ascendente nos preços.
Durante a pandemia, esse padrão sazonal se intensificou, pois muitos pecuaristas optaram por segurar a comercialização de bovinos, levando a uma redução na oferta disponível.
Correção e aumento de custos geram perdas para produtores
O preço da arroba do boi gordo vem sofrendo uma forte desvalorização desde o início de 2022, afetando a rentabilidade dos pecuaristas e reduzindo a demanda por confinamento.
Um dos motivos que levaram à queda dos preços foi a alta dos custos com alimentação animal, especialmente o milho e o farelo de soja, que são os principais componentes da ração.
Esses insumos tiveram uma forte valorização nos últimos dois anos, devido à demanda interna e externa aquecida e à quebra de safra em algumas regiões produtoras. Segundo a Scot Consultoria, o custo da diária de confinamento subiu de R$ 15 para R$ 20 entre 2021 e 2023.
Outro fator que pesou sobre o preço da arroba do boi gordo foi a oferta crescente de animais prontos para o abate, provenientes tanto do confinamento quanto do pasto. Com as chuvas favoráveis no início de 2023, muitos pecuaristas optaram por terminar seus animais a pasto, já que o custo é menor em relação ao confinamento intensivo.
Além disso, houve um aumento da oferta de fêmeas, devido à baixa rentabilidade da atividade leiteira e à necessidade de fazer caixa. Segundo a Safras & Mercado, a oferta de animais prontos para o abate deve aumentar em 4% em 2023 em relação a 2022.
Descompasso entre oferta e demanda
Por outro lado, a demanda por carne bovina não acompanhou o aumento da oferta, tanto no mercado interno quanto no externo.
O que vimos ao longo do último ano foi um forte movimento de alta de juros pelos bancos centrais e remoção dos programas de incentivo, o que, aliado ao aumento da inflação, acabou desaquecendo repentinamente o consumo e provocando a queda dos preços.
Diante disso, o preço da arroba do boi gordo sofreu um forte recuo, caindo das máximas de R$ 340 no mercado futuro para cerca de R$ 250 atualmente. No mercado físico, no entanto, algumas praças, como no norte do país, chegaram a registrar preços abaixo de R$ 200.
Preços devem se sustentar e abrir janela de oportunidade
Após essa correção, a oferta de animais terminados tende a se estabilizar com o grande estoque formado nos últimos anos e que vem sendo abatido aos poucos.
Como explica o economista Yago Travagini, analista da Agrifatto, em entrevista ao canal DBO, a perspectiva para a oferta de animais para abate é de uma redução no volume de confinados em 2023:
Há uma queda na receita e falta de estímulos para os pecuaristas acelerarem o processo de confinamento. Portanto, a expectativa é que haja uma diminuição na capacidade e no volume de animais confinados em comparação com o ano anterior (2022). Essa redução na oferta de animais prontos para abate pode contribuir para uma oferta relativamente menor no segundo semestre de 2023.
Para o futuro, Travagini defende que, no curto prazo, o mercado deve registrar preços mais modestos, com uma alta mais robusta prevista a partir de 2025.
Para o segundo semestre deste ano, o especialista estima que o preço da arroba fique próximo de 265 a 270 reais, considerando o histórico e levando em conta a redução da oferta de animais e a melhora da demanda interna e externa nesse período.
Outros analistas mencionam ainda o movimento de queda do dólar e de aumento da demanda interna, graças à redução da inflação e à melhora do cenário econômico, que vem surpreendendo o mercado.
Como mostra a imagem acima, os últimos boletins Focus divulgados pelo Banco Central mostram que o mercado vem calibrando mais intensamente suas expectativas, esperando um câmbio mais valorizado, um PIB mais alto e uma inflação mais baixa.
Tudo isso aponta para um mercado interno aquecido, capaz de sustentar os preços já a partir do segundo semestre de 2023, especialmente com o início da queda da taxa básica de juros (Selic) a partir de agosto, reduzindo o custo do crédito para as famílias.
Como aproveitar a retomada da pecuária para investir agora no setor?
Estamos em um momento estratégico para os investidores que desejam se posicionar no setor, principalmente no mercado de crédito privado, que ainda apresentam taxas de remuneração bastante atrativas.
Exemplo disso é a oferta CPR-F Luma Agropecuária, aberta para captação na plataforma de investimentos participativos da Bloxs.
Nesse projeto, os investidores podem rentabilizar seu capital em 150% do CDI, ou cerca de 20% ao ano por 60 meses, com uma cédula de produtor rural financeira isenta de imposto de renda e com garantias reais.
Os recursos serão utilizados para a aquisição de 300 vacas matrizes já inseminadas, visando à produção de bezerros da raça Angus-Nelore em 4 ciclos de cria.
Vale lembrar que as vacas matrizes adquiridas ficam em garantia aos investidores, e o melhor de tudo é que toda a operação contará com o acompanhamento periódico de profissional especializado, além do penhor das cotas da empresa e da fiança, na pessoa física, dos sócios da Luma Agropecuária.
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