A digitalização está revolucionando setores tradicionais da economia, como o financeiro, que viu a ascensão meteórica de novas plataformas digitais nos últimos anos.
No mercado de capitais, a tecnologia blockchain e a automação de processos prometem eliminar intermediários e reduzir os custos das transações, agora vistas como sem fronteiras.
Tudo isso tem potencial para ampliar o acesso a produtos e serviços dos mais variados tipos, eliminando os gargalos de mercados altamente concentrados e ineficientes.
Para entender melhor a importância de plataformas digitais inovadoras na democratização do mercado de capitais, permitindo que mais investidores e empresas atinjam seus objetivos, a Bloxs conversou com André Loes, ex-economista-chefe do Morgan Stanley para América Latina.
No bate-papo, o especialista aborda temas cruciais para compreender a dinâmica das captações no contexto atual e os desafios gerados pelos juros elevados e pela maior aversão ao risco.
Confira!
Plataformas digitais crescem explorando ineficiências
Em um cenário desafiador para as captações das empresas, devido à alta de juros global, soluções inovadoras podem explorar segmentos não atendidos, crescendo mesmo com a retração do mercado mais amplo.
Foi justamente o que aconteceu com o mercado de capitais brasileiro, que viveu, nos últimos anos, um movimento de retração dos volumes contra uma tendência geral de alta anterior.
Após o fim da crise de 2016, vimos a normalização das taxas de juros e a aprovação de medidas importantes que permitiram a redução histórica da Selic para 2% em poucos anos.
Com a emergência da pandemia, os juros foram reduzidos à mínima histórica de 2% e visivelmente estimularam a atividade de captação, com as debêntures crescendo, em volume, 123,29% de 2020 a 2022.
No entanto, com o início da campanha de aperto monetário pelo Banco Central, a fim de combater a inflação, houve uma forte retração da atividade de captação, caindo para cerca de R$ 141,96 bilhões até novembro de 2023, uma queda de 47,52%.
Mesmo nesse contexto desafiador, plataformas digitais inovadoras que atuam no mercado de capitais conseguiram crescer, explorando ineficiências do mercado.
Quem explica esse fenômeno é o economista André Loes, citando a revolução trazida pelos serviços de compartilhamento, como a Uber, e a meteórica ascensão dos bancos digitais e plataformas de investimentos, como o Nubank e a XP, mudando a dinâmica de setores tradicionais da economia.
“A digitalização é uma tendência que diminui ineficiências na economia e foi explorada por startups nos últimos 15 anos. Ela ampliou o acesso a serviços financeiros por um público maior e promoveu a desbancarização dos investimentos.”
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Adaptação, flexibilidade e menos custos
Loes também fala sobre a flexibilidade intrínseca aos produtos financeiros e como a digitalização e automação estão criando novas oportunidades no setor. Ele destaca a rapidez com que os produtos financeiros podem ser adaptados e transformados em um ambiente digital, contrastando com a natureza mais estática dos produtos físicos.
Esta adaptabilidade, em sua visão, oferece a chance de explorar novos modelos de negócios e atender às necessidades de um mercado em constante mudança.
O efeito direto disso foi a maior concorrência, fazendo com que players tradicionais reagissem cortando preços e oferecendo serviços similares, com a aquisição de startups.
No entanto, essas mudanças trouxeram novos desafios regulatórios, especialmente com a emergência de novas tecnologias, como a blockchain, no sentido de evitar riscos sistêmicos e proteger investidores menos experientes.
Exemplo disso é que, hoje, mais brasileiros investem em criptomoedas do que em ações na bolsa de valores, o que também traz novos tipos de riscos para os investidores, uma vez que o setor ainda não está plenamente regulamentado.
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Transparência e acesso à informação
O especialista explica ainda a relevância da eficiência e padronização no mercado de capitais, enfatizando como esses fatores são cruciais para reduzir ineficiências, melhorar a transparência e facilitar o acesso à informação. Ele ressalta a necessidade de modernizar e adaptar as práticas do mercado para a era digital, visando aprimorar os processos e tornar as informações mais acessíveis a todos os participantes do mercado.
O economista menciona ainda como a assimetria de informação representa uma grande ineficiência nos mercados de capitais e como a digitalização pode ser uma ferramenta poderosa para mitigar esse problema.
Como exemplo, cita o caso da tecnologia blockchain, em que os dados das transações são registrados de forma pública em um ledger distribuído e imutável, permitindo que todos os participantes, independentemente do seu tamanho, tenham acesso às mesmas informações.
Em sua visão, as tecnologias digitais, ao melhorarem o acesso e a distribuição de informações, podem tornar o mercado mais eficiente e transparente, beneficiando todos os players.
O impacto do big data e da inteligência artificial
A menor assimetria de informação proporcionada pela digitalização abre espaço para a utilização de ferramentas de big data e inteligência artificial, capazes de analisar grandes volumes de dados em pouco tempo, além de ajudar a identificar tendências e insights que seriam impossíveis manualmente.
Na visão de André Loes, isso mais ou menos “nivela o campo de jogo” entre investidores com diferentes graus de recursos e capacidades analíticas.
A inteligência artificial já vem sendo usada para ajudar pequenos investidores a processar e analisar dados, permitindo uma tomada de decisão mais eficiente e assertiva.
Portanto, tecnologias que antes eram restritas a grandes institucionais agora têm acesso fácil pelo grande público, democratizando o mercado de capitais e nivelando as oportunidades de investimento para investidores de todos os tamanhos.
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Novos modelos de negócio em um ambiente em constante mudança
Loes fala sobre o modelo de negócios adotado pela Bloxs, como plataforma de investimentos alternativos e soluções de acesso ao mercado de capitais para pequenas e médias empresas.
Em sua visão, soluções disruptivas, que se aproveitam das lacunas do mercado de capitais para oferecer produtos e serviços menos tradicionais, têm potencial para encontrar oportunidades e prosperar nesse ambiente.
Como exemplo, ele menciona o fato de a Bloxs ter digitalizado todo o processo de deals, desde a originação até a distribuição dos títulos, abrindo o mercado de captações para pequenos e médios empresários.
Quem se beneficia diretamente disso são as startups, empresas que ainda estão em estágio inicial de desenvolvimento e precisam receber aportes para aumentar a escala das suas soluções, geralmente fora dos meios convencionais de financiamento.
“Mesmo com a situação mais complicada do mercado de capitais, o modelo de negócios da Bloxs está sendo bem-sucedido, ao oferecer soluções para empresas e gestores menores, o que tem impacto direto na criação de oportunidades na economia real.”
Para gestoras de recursos e boutiques de investimentos que buscam originar e estruturar operações no mercado de capitais, a Bloxs oferece um ecossistema completo para a emissão de títulos estruturados de forma totalmente digital. Isso inclui debêntures, CRIs/CRAs, notas comerciais, contratos coletivos e até fundos de investimento. Nossas soluções são especialmente direcionadas ao small/middle market, cobrindo captações de até R$ 150 milhões.
A Bloxs adota ferramentas avançadas de machine learning e inteligência artificial para processar as propostas, além de contar com uma equipe de especialistas em cada uma das suas áreas de atuação, responsável por validar e aprimorar os deals.
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