A Bloxs participou do Encontro Anual Drex 2023, realizado pelo Banco Central, no dia 7 de dezembro, com uma apresentação da sua diretora de desenvolvimento de negócios (CBDO), Jéssica Mota, em um painel sobre o papel do mercado financeiro na transição para a economia tokenizada.
O objetivo do evento foi discutir os avanços e os desafios da futura moeda digital brasileira, o Drex, além de debater como a inovação tecnológica pode aprimorar as emissões no mercado de capitais e promover a democratização financeira no país.
Jéssica abordou temas importantes, como o uso da automatização e da tecnologia blockchain para trazer mais eficiência e reduzir custos nas captações das empresas.
Além disso, ela falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas empresas brasileiras para acessar o mercado de capitais e explicou como é possível trazer mais eficiência e reduzir custos nas operações, dando como exemplo o CRI tokenizado que a Bloxs Capital Partners, empresa que faz parte do ecossistema Bloxs, acaba de disponibilizar, no valor de 1,7 milhão, possivelmente o menor já estruturado no Brasil.
Neste artigo, vamos destacar a participação da Bloxs nesse importante evento do Banco Central e como a plataforma vem trabalhando para se tornar referência na digitalização de emissões de títulos estruturados para o small/ middle market.
- Encontro Anual Drex 2023 discute futuro digital dos sistema financeiro
- Bloxs na vanguarda da inovação
- Ineficiências do sistema atual
- Blockchain e tokenização podem mudar esse cenário
- Importância do mercado de capitais para o desenvolvimento econômico
- Como a tokenização pode resolver esses gargalos
- Desafios legais e regulatórios
Encontro Anual Drex 2023 discute futuro digital dos sistema financeiro
Desde a chegada do bitcoin e sua ascensão meteórica nos últimos anos, os bancos centrais vêm acompanhando de perto o uso da tecnologia blockchain em sistemas de pagamentos com moedas digitais.
Foi nesse contexto que o BC brasileiro começou a se aprofundar na tecnologia de registro distribuído (DLT, na sigla em inglês), especificamente com a adoção de stablecoins e das chamadas CBDCs, ou moedas digitais de bancos centrais.
Desde então, a instituição passou a acompanhar as tendências internacionais de digitalização da economia e de acesso seguro e democrático aos benefícios da DLT. Foi assim que nasceu o Drex, projeto de moeda digital do nosso banco central, lançado oficialmente em agosto deste ano.
Com o objetivo de discutir o aprofundamento da digitalização no sistema financeiro, o BC realizou o Encontro Anual Drex 2023, convidando participantes que são referência no tema e estão trabalhando para desenvolver soluções inovadoras para a democratização financeira no país.
Bloxs na vanguarda da inovação
A Bloxs participou do evento, ressaltando o papel do mercado financeiro em uma economia tokenizada. A empresa ampliou seu rol de soluções nos últimos anos, ao criar uma infraestrutura tecnológica e regulatória completa para a emissão 100% digital de títulos estruturados por pequenas e médias empresas.
Quem representou a Bloxs na ocasião foi Jéssica Mota, diretora de desenvolvimento de negócios (CBDO), que recentemente esteve à frente da estruturação do projeto CRI Terrassa, potencialmente o menor Certificado de Recebíveis Imobiliários já emitido no país.
Clique aqui para assistir à apresentação de Jéssica no evento.
Ineficiências do sistema atual
Jéssica começou sua exposição destacando as falhas no sistema atual do mercado de capitais, com foco especial na área de securitização.
Ela explicou que a existência de processos redundantes executados por vários participantes leva a altos custos e a ineficiências operacionais. Em sua visão, essa repetição de tarefas e a falta de uma comunicação integrada entre os envolvidos são os principais entraves.
“Na securitização, enfrentamos um cenário em que processos são duplicados entre vários participantes. Isso resulta em uma multiplicação de esforços e informações, gerando muita ineficiência no setor. No cenário atual, cada participante de uma emissão de securitização contribui com suas próprias informações e procedimentos, muitas vezes redundantes, o que conduz a um custo de trabalho elevado e à falta de comunicação efetiva, prejudicando a eficiência e a escalabilidade do mercado de capitais.“
Blockchain e tokenização podem mudar esse cenário
Outro ponto importante abordado por Jéssica em sua apresentação foi o potencial da automação e da blockchain para transformar esse cenário.
Ela explicou que essas tecnologias podem ser utilizadas para substituir certos participantes no processo de securitização e emissão de títulos estruturados, o que tradicionalmente envolve diversos atores, como agentes de custódia, intermediários financeiros e outras entidades que facilitam transações e gerenciam informações.
O problema, ressalta, é que cada um desses participantes adiciona uma camada de complexidade ao processo, elevando os custos das captações e restringindo o mercado praticamente aos “big deals”, ou operações de maior porte.
“Com a adoção da blockchain, podemos substituir várias funções que são atualmente replicadas por protocolos automatizados. Ao invés de ter diversas entidades gerenciando e verificando informações separadamente, a blockchain unifica esses dados em um registro distribuído e seguro. Isso simplifica os processos, reduz erros e corta custos. No setor de securitização, por exemplo, onde hoje enfrentamos a duplicação de tarefas e informações, a blockchain oferece uma solução elegante e eficiente, centralizando informações e tornando as transações mais transparentes e eficientes.”
Importância do mercado de capitais para o desenvolvimento econômico
Jéssica abordou ainda a importância da eficiência no mercado de capitais para o desenvolvimento econômico, fazendo comparações com a proporção do mercado de crédito no PIB de diferentes países.
Ela mencionou que, enquanto o mercado de crédito no Brasil representa apenas 72% do Produto Interno Bruto, em economias mais desenvolvidas, como os Estados Unidos e a China, essa proporção é significativamente maior: 216% e 325% do PIB, respectivamente.
Essas comparações ilustram claramente como economias avançadas dependem de um mercado de crédito robusto e eficiente.
Em vista disso, Jéssica destacou a necessidade de aprimorar e estimular o nosso mercado de capitais, a fim de que se torne um promotor do crescimento e do desenvolvimento econômico.
Atualmente, as empresas brasileiras enfrentam muitas dificuldades para se financiar, devido à sua complexidade e altos custos envolvidos, o que restringe o acesso ao crédito e, por conseguinte, os investimentos no país.
“Um mercado de capitais eficiente facilita a disponibilidade de crédito, permitindo que empresas e indivíduos invistam, inovem e expandam suas operações, contribuindo assim para o crescimento econômico geral.“
Como a tokenização pode resolver esses gargalos
Como exemplo prático de como a digitalização pode ajudar a solucionar esses obstáculos, Jéssica citou o caso do CRI tokenizado que foi estruturado pela BCP, plataforma de assessoria, originação, estruturação e distribuição de títulos da Bloxs.
O processo conseguiu atingir uma redução significativa de custos e de tempo em comparação com métodos convencionais, caracterizados pela morosidade e burocracia.
“Devido à necessidade de diversas verificações, processamento de dados por diferentes participantes e uma série de etapas burocráticas, esses processos podem levar meses e envolvem custos elevados, o que muitas vezes pode representar uma barreira para menores emissores.“
Jéssica enfatizou que a tokenização – processo que transforma direitos sobre um ativo financeiro em tokens em uma blockchain —, permitiu uma simplificação do processo, fazendo com que a emissão, que tradicionalmente levaria vários meses, fosse realizada em apenas 15 dias.
“Isso foi possível graças à automatização de várias etapas do processo e à redução da necessidade de intervenção manual, o que também levou a uma diminuição drástica dos custos associados.“
Desafios legais e regulatórios
Por fim, Jéssica discutiu os desafios regulatórios e legais, como a necessidade de uma regulamentação adequada às novas realidades das emissões tokenizadas e a definição jurídica dos smart contracts.
Além disso, abordou a necessidade de concorrência e inovação no mercado, como forma de desafiar o status quo e estimular a evolução do setor.
Dessa forma, é preciso abraçar a inovação trazida pela blockchain, para que seus benefícios sejam alcançados pela maioria, e não apenas por uma minoria.
A participação de Jéssica Mota, representando a Bloxs no Encontro Anual Drex 2023 do banco central, procurou mostrar como a tecnologia blockchain e a tokenização podem transformar o mercado de capitais, tornando-o mais eficiente, acessível e adaptado às necessidades de uma economia moderna e digitalizada.