Distressed assets ou “ativos podres” são ativos de empresas que enfrentam dificuldades financeiras e, por isso, possuem valor de mercado altamente depreciado.
Esses ativos podem assumir a forma de unidades produtivas, participação societária ou até mesmo carteira de clientes durante processos de recuperação judicial ou extrajudicial.
Diversas condicionantes de mercado podem fazer com que boas empresas enfrentem dificuldades de caixa e se vejam impossibilitadas de cumprir suas obrigações.
Foi o que aconteceu, por exemplo, durante a crise de covid-19.
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De uma hora para outra, empresas com sólidos fundamentos, como petrolíferas, companhias aéreas, etc., viram suas receitas serem deterioradas com a redução de demanda.
A insuficiente geração de caixa frente aos passivos de curto prazo provoca uma crise de liquidez, contudo, muitas vezes agravada pelo desaparecimento das vias tradicionais de crédito.
Diante disso, as empresas afetadas se veem na necessidade de reestruturar seu perfil de dívida com os credores, provocando a depreciação dos seus ativos.
É justamente essa depreciação que abre excelentes oportunidades de investimento.
Ao adquirir bons ativos extremamente subvalorizados, os investidores podem obter taxas de retorno inimagináveis.
No artigo de hoje vamos falar sobre os distressed assets e por que o investimento nesses ativos oferece retornos tão elevados em um prazo relativamente curto.
- A crise dos savings banks e o nascimento do mercado de distressed assets
- Depreciação de ativos e oportunidades de investimento
- Lei de recuperação de empresas
- Aquisição de ativos judiciais
- Por que investir em distressed assets?
- Estratégia de investimento em distressed assets
- Distressed assets como investimentos alternativos
A crise dos savings banks e o nascimento do mercado de distressed assets
O investimento em distressed assets nasceu durante a crise dos savings banks nos EUA, na década de 1980.
Os savigns banks são instituições financeiras que aceitam depósitos em contas-poupança como garantia de empréstimos pessoais, hipotecas e financiamentos.
A mudança na política monetária do Federal Reserve à época, alterando a taxa de desconto cobrada dos bancos membros para combater a inflação, gerou uma grave crise de liquidez dessas instituições. Isso porque as taxas prefixadas cobradas pelos savings banks ficaram defasadas com o aumento dos juros pelo banco central americano.
Essa situação acabou dificultando a rolagem de dívidas e o fluxo de caixa dessas instituições, que ficaram insolventes, mas deixaram boas carteiras de crédito passíveis de aquisição.
Muitos fundos de investimento, que ficaram conhecidos como vulture funds (ou “fundos abutres”), adquiriram essas carteiras com enormes descontos e passaram a lucrar com os recebíveis dos bancos falidos.
Depreciação de ativos e oportunidades de investimento
O mercado de distressed assets consiste em identificar empresas em crise, mas que continuam com sua atuação viável e passível de recuperação.
Muitos investidores podem se perguntar: mas se são empresas com bons fundamentos e business viável, por que elas entrariam em dificuldade?
A resposta é que uma variedade de condicionantes de mercado – geralmente temporárias, porém mal administradas – fazem com que essas empresas recorram ao endividamento para garantir sua liquidez. Ocorre que a continuidade dessas condicionantes afeta seu fluxo de caixa e as impede de cumprir as obrigações no prazo acordado.
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Assim, empresas com boa posição de mercado, mas com concentração excessiva de passivos de curto prazo, podem apresentar um perfil de endividamento incompatível com sua geração de caixa.
Essa situação faz com o risco de insolvência dessas empresas aumente, secando praticamente todas as vias tradicionais de crédito à sua disposição.
Lei de recuperação de empresas
A Lei de Recuperação Judicial, Extrajudicial e de Falências (11.101/2005) tem por objetivo garantir a continuidade dos negócios de empresas em dificuldades financeiras.
A legislação tem como fundamento o Código de Banckrupcy dos Estados Unidos, que regulamenta os distressed assets. Seus princípios norteadores são maximizar a capacidade de recuperação de boas empresas, evitando o ônus social e econômico da sua falência.
A recuperação judicial é uma fase mais avançada do processo de deterioração financeira de uma companhia, já que pressupõe o esgotamento de todas as vias extrajudiciais.
Trata-se de uma alternativa contenciosa, já que os credores têm o poder de veto sobre plano de recuperação, se o considerarem inviável.
A intervenção do juízo só é autorizada se ficar demonstrada a viabilidade econômica da companhia.
Além disso, é necessário expor as causas da crise econômico-financeira do devedor; apresentar demonstrações contáveis e relacionar nominalmente todos os credores, entre outros documentos.
A partir daí, inicia o processo de nomeação de um administrador judicial e todas as ações e execuções contra o devedor são suspensas.
Aquisição de ativos judiciais
A Lei de Recuperação Judicial também permite a venda de ativos e participação nas empresas em crise para permitir sua reestruturação e o ressarcimento dos credores.
Isso abriu um vasto mercado de atuação de fundos de investimento e empresas especializadas em distressed assets, já que a legislação concede incentivos para o investimento em companhias em dificuldade.
A lei permite ainda que ativos em recuperação judicial sejam vendidos sem que qualquer ônus ou obrigação anterior do devedor recaia sobre o comprador.
Assim, unidades produtivas, filiais, carteiras de clientes, entre outros ativos, podem ser vendidos no mercado, bastando que a maioria dos credores em assembleia aprove a operação.
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Por que investir em distressed assets?
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que os distressed assets compõem um nicho de mercado altamente especializado, que requer perícia e diligência dos investidores.
Por isso, é um ramo de atuação dominado por fundos de investimento e empresas dotadas de quadro funcional capaz de avaliar a viabilidade operacional de uma companhia em crise ou ativo cedido em recuperação judicial.
Por se tratar de um mercado de risco, o prêmio costuma ser bastante acima da média do mercado. Isso porque os ativos ou participações negociadas costumam envolver um grande abatimento de preço.
Estratégia de investimento em distressed assets
A essência dessa modalidade de investimento é se aproveitar de momentos de crise para conseguir comprar ativos e participações em empresas com bons fundamentos a preços baixíssimos.
Em suma, o que se busca é comprar barato e vender caro.
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Os ativos judiciais oferecem uma série proteções aos compradores, evitando que tenham que responder por obrigações do devedor, como passivos trabalhistas e tributários.
No entanto, vale lembrar mais uma vez: não é um mercado para principiantes.
Os riscos envolvidos permitem que os investidores negociem descontos altamente atrativos, capazes de gerar um lucro entre 30% e 50% ao ano.
Distressed assets como investimentos alternativos
A possibilidade legal de adquirir bons ativos judiciais a preços descontados abriu um leque de opções aos investidores em busca de alta lucratividade, com controle de risco adequado.
A Resolução 88 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulamentou os investimentos coletivos em nosso país.
Por meio de plataformas tecnológicas como a da Bloxs, os investidores podem adquirir cotas de participação em uma empresa especializada na aquisição de ativos judiciais e reestruturação de empresas em crise.
O foco de uma operação dessa natureza é elaborar e executar um plano focado em ativos de alta qualidade, mas com preços bem abaixo da média de mercado.
Ou seja, trata-se de uma estratégia de value investing, focada em buscar valor e alto potencial de retorno.
Evidentemente, a execução dessa estratégia precisa ser feita por uma empresa altamente capacitada, com sólido histórico de sucesso no mercado de distressed assets.
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