Investimento em pecuária é uma atividade econômica presente no Brasil desde os tempos coloniais. A ampla extensão de terra e abundância de água em diversas regiões do território brasileiro foram fatores favoráveis à disseminação do investimento em pecuária por todo o país, em especial para o interior.
O processo de modernização da atividade no século XX trouxe novas raças de bovinos, evolução do conhecimento técnico e de padrões de qualidade em todo o processo produtivo, principalmente na saúde e nutrição dos animais. Esse aprimoramento da atividade melhorou a qualidade do produto brasileiro e contribuiu para a elevar a competitividade da nossa pecuária.
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Um estudo realizado pela Mckinsey & Company (M&C), demonstra que os custos de produção na fazenda e no processamento são menores do que a maioria dos nossos principais concorrentes, mas que os custos de transporte, de tarifas e impostos são superiores.
Essa análise demonstra como políticas públicas destinadas à melhoria da logística e um discussão da questão tributária no agronegócio podem beneficiar fortemente o setor quanto à participação no mercado internacional.
Figura 01 – Composição do custo final da carne bovina, por país, em 2016.
Fonte: How the global supply landscape for meat protein will evolve, McKinsey – 2018.
Para ilustrar um pouco essa evolução na cadeia produtiva da carne no Brasil, podemos mostrar alguns números.
Rebanho
O rebanho bovino brasileiro apresenta crescente evolução nos últimos anos e hoje assume o primeiro lugar no mundo, com quase 214 milhões de cabeças. Esse número revela o quão atrativa a atividade é economicamente no país, tendo em vista as potencialidades desse mercado em níveis nacional e internacional.
Tabela 01 – Ranking do Rebanho Bovino Mundial (em milhões de cabeças)
Gráfico 01 – Evolução do Rebanho Bovino Mundial (em milhões de cabeças)
Mercado internacional
As exportações brasileiras de carne bovina também seguiram processo crescente, vencendo cada vez mais barreiras sanitárias e regulatórias de países importadores.
O estímulo às exportações incentivou cada vez mais indústrias a aderirem ao Sistema de Inspeção Federal (SIF), sistema de controle do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que determina normas relacionadas à infraestrutura do estabelecimento, pré-requisito fundamental para torná-lo apto à exportação.
Segundo a ABIEC (Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carnes), em 22 anos, a produção de carne fiscalizada passou de 2,5 milhões de toneladas para 6,2 milhões de toneladas, aumento de 140%, o que contribui fortemente para a segurança dos alimentos.
A habilitação de plantas frigoríficas à exportação é um processo difícil e exigente que demanda o cumprimento de normas nacionais e internacionais relativas a todo o processo de produção, além de regulações impostas pelos países importadores.
Hoje, quase 24% da produção brasileira de carne é destinada à exportação, estando presente em diferentes mercados e nos colocando na posição de maior exportador de carne do mundo.
Dentre os destinos da carne brasileira, destacam-se China e Hong Kong que, juntos, representam cerca de 46% do total exportado.
Gráfico 02 – Principais Destinos da Carne Bovina Brasileira Exportada – 2019 (em toneladas)
Fonte: Ministério da Economia, Secex, elaborado pela Abiec.
Tabela 02 – Maiores exportadores de carne bovina do mundo – 2019
PAÍS | EXPORTAÇÕES (MIL TEC)* | EXPORTAÇÃO/PRODUÇÃO (%) | PRODUÇÃO (MIL TEC) |
Brasil | 2490,30 | 23,67% | 10491,5 |
Austrália | 1560,60 | 69,06% | 2259,8 |
EUA | 1314,10 | 10,72% | 12255,9 |
Índia | 1143,20 | 39,33% | 2906,8 |
Argentina | 757,30 | 25,16% | 3010,1 |
Países Baixos | 649,60 | 171,52% | 378,7 |
Irlanda | 635,00 | 122,79% | 517,1 |
Polônia | 615,70 | 159,65% | 385,6 |
Nova Zelândia | 613,80 | 88,45% | 693,9 |
Canadá | 516,40 | 38,84% | 1329,6 |
Alemanha | 461,10 | 41,34% | 115,5 |
Outros | 3497,20 | 9,87% | 35439,3 |
Mundo | 14246,90 | 20,13% | 70784 |
União Europeia** | 3917,10 | 53,33% | 7344,5 |
Fonte: FAO, USDA, Athenagro, 2020. *carnes bovina e bubalina **Uniao europeia: exportação extra bloco.
Tabela 03 – Maiores Importadores Mundiais de carne Bovina e Bubalina e Representatividade da Carne Bovina Brasileira em Cada Mercado – 2019
PAÍS | IMPORTAÇÕES TOTAIS (mil TEC) | IMPORTAÇÕES DO BRASIL (mil TEC) | % BR |
China | 1283,2 | 647,2 | 50,43% |
Hong Kong | 388,1 | 413,2 | 106,46% |
Egito | 266,2 | 212,8 | 79,95% |
Chile | 353,1 | 143,9 | 40,75% |
Estados Unidos | 1300,3 | 95,9 | 7,37% |
Emirados Árabes Unidos | 156,2 | 95,3 | 60,98% |
Rússia | 379 | 88,6 | 23,39% |
Irã | 111,5 | 83,7 | 75,09% |
Reino Unido | 406,4 | 57,1 | 14,04% |
Arábia Saudita | 134,9 | 55,7 | 41,26% |
Filipinas | 150,1 | 46,4 | 30,93% |
Itália | 435,9 | 45,1 | 10,34% |
Uruguai | 37 | 37,4 | 100,87% |
Turquia | 66,5 | 36,4 | 54,74% |
Israel | 102,7 | 34,7 | 33,78% |
Cingapura | 53 | 27,8 | 52,42% |
Países Baixos (Holanda) | 431,5 | 27,6 | 6,40% |
Outros | 6033,3 | 334,3 | 5,54% |
Dados não atribuídos (ainda não delcarados por importadores)* | 2157,8 | ||
Mundo | 14246,9 | 2483 | 17,43% |
Uniao Europeia | 3052 | 179,7 | 5,89% |
Fonte: OECD, USDA, Athenagro, 2020.
Em 2020, tudo indica que haverá crescimento na oferta de carne bovina em relação ao total que será consumido pela população. Esse excedente exportável nos oferece a oportunidade de intensificar as atividades ao longo da cadeia, contribuindo para o aumento no investimento em pecuária, a geração de empregos e movimentação da economia.
Segundo a ABIEC, o agronegócio da carne bovina movimentou mais de R$618 bilhões em 2019, dos quais 11% foram destinados ao pagamento de salários ao longo da cadeia produtiva.
Como as exportações têm participação importante no faturamento das indústrias frigoríficas, essa perspectiva positiva para o comércio internacional traz ânimo ao setor e garante a manutenção de preços mais acessíveis ao mercado interno
Com a COVID-19, países como os EUA estão sofrendo impactos no processamento de carne devido à paralisação de frigoríficos, o que diminui significativamente os embarques ao exterior. Esse contexto acaba gerando oportunidade ao Brasil de suprir parte dessa demanda e aumentar a presença no mercado internacional.
Além da COVID-19, a China e outros países asiáticos vêm sofrendo impactos na produção em decorrência da peste suína africana e gripe aviária, que geram déficit de proteína animal e elevam a demanda por carne no mercado internacional.
Nesse contexto, produtores e indústrias que atendem os padrões de exportação à China, estão se beneficiando da demanda aquecida e do dólar alto para garantir bons resultados mesmo em meio à atual crise.
Produção
Com o avanço tecnológico, a produtividade da pecuária brasileira evoluiu significativamente nos últimos anos.
Em 2019, a produção de mais de 10 milhões de Toneladas Equivalentes em Carcaça (TEC) foi resultante do abate de cerca de 43 milhões de cabeças, crescimento de aproximadamente 2% na produção, em relação a 2018, e de quase 20% em relação a 2010.
Esses números são bastante animadores, por isso, investimento em pecuária tem sido cada vez mais constante.
Esse resultado positivo foi obtido a partir da redução das áreas destinadas às pastagens e taxas de ocupação e lotação maiores do que em relação a 2019, o que demonstra uma melhoria da produtividade no campo.
Vale também destacar o aumento na participação dos confinamentos no número total de abates, que são utilizados na fase de terminação dos bovinos, quando os animais, no processo de engorda, ganham as arrobas finais.
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A decisão do pecuarista de confinar ou não depende de vários fatores como custo e disponibilidade pasto em sua própria fazenda.
O tempo reduzido da terminação no confinamento (120 dias em média), associado às modalidades de parceria e boitel oferecidas por eles, tem atraído mais pecuaristas e elevando o número de animais confinados.
No gráfico 03, observa-se crescimento no número de bovino confinados. Em 2019, mais de 14% dos abates foram de animais provenientes de confinamentos, crescimento de aproximadamente 8% em relação a 2018.
Gráfico 03 – Histórico dos bovinos confinados e abate total no Brasil (em milhões de cabeças).
Na imagem abaixo, elaborada pela ABIEC, é possível conferir o resumo dos dados pecuária brasileira em 2019.
Figura 02 – Perfil da Pecuária Brasileira em 2019.
Fonte: Athenagro, Secex, Ministério da Economia, IBGE, Abiec elaborado por Athenagro
Comercialização e mercado interno
Toda essa dinâmica entre oferta e demanda da pecuária afeta diretamente os preços. Da fazenda à indústria, enquanto se trata de animais vivos sendo comercializados, é utilizada a arroba como medida para o preço.
Em relação ao boi gordo, tradicionalmente, considera-se a região de São Paulo como local de formação dos preços. Com o surgimento dos contratos futuros de boi gordo na [B]3, foi criado um indicador de preços, em parceira com o CEPEA/ESALQ/USP, para ser utilizado na liquidação dos contratos na modalidade financeira.
Os contratos futuros de boi gordo tornaram-se uma ferramenta muito importante nas operações de engorda e terminação por permitir fixar o preço da arroba que será negociada no futuro. Assim, equilibram-se os custos com a expectativa de receita da operação para a tomada de decisão e para garantir resultado positivo.
Os outros Estados brasileiros possuem preços locais diferentes do indicado pelo índice CEPEA/[B]3 em São Paulo, de modo que a diferença entre o preço local e o preço do índice é chamada “Diferencial de Base”.
Essa informação é importante no momento da fixação do preço da arroba por meio dos contratos futuros, já que é possível estimar o preço futuro da arroba em determinada praça descontando o diferencial de base do preço negociado na bolsa.
A possibilidade de liquidação financeira dos contratos futuros atraiu a atenção de investidores interessados na especulação e dispostos a assumir os riscos do mercado de investimento em pecuária.
No entanto, por se tratar de renda variável, exige-se certa proficiência dos investidores em acompanhar os movimentos dos preços, além de perfil de investimento menos avesso ao risco.
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9 Comments
Bom dia gostaria de receber mais informação sobre o investimento
No momento a oferta de pecuária já fechou, mas você pode conhecer outras no site: https://bloxs.com.br
Ainda a tempo para investir na pecuária?
Olá, Oyama! Tudo bem? Ainda temos a oferta Rural Investimento através do link – https://bloxs.com.br/opcoes-de-investimentos-alternativos/rural-investimentos-mg
Olá! Boa noite, preciso saber “como” investir, compro um ativo? É um fundo? Preciso de uma corretora? Obrigado.
Qual o valor mínimo para para início de investimento?
Gostaria de saber qual o valor minimo para poder fazer um investimento
Quero investir mais será a primeira vez não.tenjo experiência
Olá, Aguinaldo! Tudo bem?
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