A energia solar está tendo um crescimento fantástico no Brasil, com sua potência operacional ultrapassando a marca de 13 GW, o equivalente a quase uma Itaipu.
Desde 2012, quando entrou em vigor o primeiro marco regulatório da geração distribuída no país, o setor já atraiu mais de R$66 bilhões em investimentos e vem crescendo forte a cada ano com a entrada de grandes players de energia.
Esse expressivo avanço é mais notável nos últimos anos, com a disparada do número de pequenos e médios sistemas fotovoltaicos até usinas de grande porte.
Toda essa demanda se deve principalmente aos constantes aumentos tarifários de energia e aos conhecidos gargalos enfrentados pelo nosso sistema elétrico, pesando no orçamento das famílias e roubando a competitividade das nossas empresas.
Isso explica por que o volume de módulos fotovoltaicos demandados pelo mercado brasileiro cresceu tanto no último ano. Em 2021, a geração solar, considerando tanto a geração distribuída quanto a centralizada, ultrapassou os 9,76 GW, o que representa um impressionante avanço de 100% em relação a 2020.
Para entender melhor a dinâmica do mercado de geração distribuída no país e traçar possíveis cenários de desenvolvimento para os próximos anos, elaboramos este artigo especial que abordará os seguintes tópicos:
- Disparada do custo de energia impulsiona busca por sistemas fotovoltaicos
- Novas empresas entram no mercado de geração distribuída
- Consumidores residenciais são o grande destaque de novas instalações
- Minas Gerais e São Paulo lideram os investimentos em energia solar
- População de empresas integradoras cresce com alta demanda
- Aumento do crédito impulsiona crescimento da energia solar
- Crowdfunding amplia acesso de empresas de energia solar ao mercado de capitais
Disparada do custo de energia impulsiona busca por sistemas fotovoltaicos
Não é de hoje que a conta de luz vem dando muita dor de cabeça aos consumidores.
Diversas pesquisas mostram que a tarifa de energia sobe bem mais do que a inflação, forçando as famílias e principalmente as empresas a buscarem alternativas a esse custo que pesa cada vez mais no seu orçamento.
Um estudo realizado pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), por exemplo, comprova que a fatura de energia aumentou mais do que o dobro do IPCA, índice de referência oficial da inflação.
Como explica uma matéria da CNN Brasil sobre os constantes aumentos tarifários nos últimos anos:
A energia elétrica residencial teve um aumento médio anual de 16,3% entre 2015 e 2021. Já o Índice de preços no consumidor (IPCA) teve uma variação de 6,7% ao ano. Isso representa crescimento de 237% acima da inflação no período observado.
Ou seja, o preço da energia elétrica subiu mais do que o dobro da inflação em um pouco mais de cinco anos. Não é à toa que, no ano passado, a busca por sistemas fotovoltaicos foi recorde. E tudo aponta que essa tendência continuará firme e forte nos próximos anos.
Novas empresas entram no mercado de geração distribuída
A fila de clientes à procura de usinas fotovoltaicas que operem em geração distribuída remota não para de crescer.
Nesse modelo de geração, o consumidor produz sua própria energia em qualquer local e compensá-la na conta de outra unidade ou estabelecimento, desde que a geração e o consumo ocorram na mesma rede de distribuição.
Assim, uma usina solar instalada no interior de São Paulo pode injetar energia na rede e obter créditos que podem ser abatidos na fatura elétrica de uma empresa localizada na capital, reduzindo um importante componente do seu custo fixo e, consequentemente, aumentando sua produtividade.
Confira como funciona na imagem abaixo:
Na prática, a empresa que deseja reduzir sua conta de luz aluga a geração remota de uma usina fotovoltaica e obtém esse enorme benefício no seu orçamento sem mudar em absolutamente nada sua rotina operacional.
Nem precisamos dizer o verdadeiro “boom” que esse mercado teve em nosso país nos últimos anos.
Como mostra um estudo detalhado sobre o mercado de geração distribuída feito pela Greener, consultoria especializada em energia solar, que realiza estudos de viabilidade, o ano de 2021 testemunho um formidável crescimento de 51,8% da capacidade instalada em relação ao ano anterior.
A cada mês, novos sistemas são conectados à rede em todo o país, ajudando a diversificar nossa matriz elétrica e reduzindo nossa dependência a usinas hidrelétricas. Perceba no gráfico abaixo que as conexões seguem em ritmo forte de alta, mais do que dobrando em dois anos.
Consumidores residenciais são o grande destaque de novas instalações
Quem está puxando todo esse crescimento são os consumidores residenciais, que desejam se ver livres do regime regulado e querem produzir sua própria energia.
Segundo o estudo da Greener, o consumo residencial continua sendo o mais representativo em termos de instalações fotovoltaicas conectadas à rede, com mais de 75% de participação.
Em seguida, vêm os sistemas comerciais, que também estão em franco crescimento e prometem avançar forte nos próximos anos, com a adesão de cada vez mais empresas aos enormes benefícios da geração distribuída.
De acordo com a Greener, o setor residencial ampliou sua participação no volume de sistemas fotovoltaicos em 2021, representando 52% do total. O que explica isso, segundo a consultoria é o seguinte:
A tarifa elevada e o trabalho remoto contribuíram para maior adoção de GD nas residências, aliados à queda nas atividades comerciais no período de pandemia.
Minas Gerais e São Paulo lideram os investimentos em energia solar
O detalhado estudo realizado pela Greener ressalta ainda que dois estados se destacaram no volume adicionado em 2021: Minas Gerais, com 609 MW, e São Paulo, com 564 MW.
Além disso, os cinco estados que mais produzem energia solar no país respondem por mais da metade do mercado de geração distribuída, como mostram as imagens abaixo:
População de empresas integradoras cresce com alta demanda
Esse formidável avanço da energia solar também aqueceu um mercado fundamental para o crescimento da geração distribuída no país: o dos integradores fotovoltaicos.
São as empresas integradoras que cuidam do projeto, da montagem e da instalação dos sistemas fotovoltaicos à rede, constituindo um elo fundamental entre as distribuidoras de equipamentos e os clientes.
Segundo a pesquisa realizada pela Greener, existem hoje no país 21.200 integradores fotovoltaicos ativos atendendo clientes em todas as regiões do país. A consultoria ressalta, no entanto, que esse número é bastante conservador, pois se refere aos cruzamentos de dados que ela realizou junto a diversas bases de informação.
Confira na imagem abaixo onde estão as sedes das empresas mapeadas pela Greener por região:
Os dados da pesquisa mostram ainda que entraram no mercado mais empresas focadas em instalações residenciais, respondendo por quase 60% da população de integradores fotovoltaicos atuantes no país.
A consultoria informa também que os sistemas residenciais de 4 a 7,99 kWp são os mais relevantes nas vendas, como mostra o gráfico abaixo:
Aumento do crédito impulsiona crescimento da energia solar
Cada vez mais instituições financeiras abrem linhas de financiamento de sistemas solares, de olho no vertiginoso crescimento desse mercado.
Apontamentos feitos pela Greener mostram que, das vendas concluídas em 2021, quase 60% utilizaram concessões de crédito de alguma instituição financeira, evidenciando a importância do acesso a financiamento para o crescimento da energia solar.
Segundo as empresas entrevistadas, cerca de 40 instituições ofereciam crédito para instalação de sistemas solares residenciais e comerciais em todo o Brasil, um salto expressivo em relação a 2016, por exemplo, quando apenas 11 instituições atuavam nesse mercado.
Confira na imagem abaixo a participação das principais instituições financeiras na concessão de crédito para a energia fotovoltaica:
Crowdfunding amplia acesso de empresas de energia solar ao mercado de capitais
O crédito mais caro devido à alta de juros fez com que as empresas de energia solar buscassem alternativas para seu crescimento.
O crowdfunding é uma modalidade de investimento coletivo que une empreendedores e investidores em projetos do seu interesse nos mais variados setores da economia real, como a energia renovável.
A Bloxs é a plataforma de crowdfunding de maior destaque nesse mercado, com um vasto histórico de operações bem-sucedidas no mercado de geração distribuída.
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