David Swensen (1954 – 2021) foi um dos mais brilhantes gestores do mercado financeiro e revolucionou os chamados fundos endowment, conhecidos no Brasil como fundos patrimoniais filantrópicos.
Sua estratégia de investimento, conhecida como “Modelo de Yale”, tornou-se referência absoluta entre as instituições de ensino superior de todo o mundo.
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Por mais de 20 anos, o fundo de Yale foi o mais lucrativo do setor, gerando um impressionante retorno médio de 13,1% ao ano.
Entre as inovações da estratégia de investimento de David Swensen está a ampla diversificação, com destaque para ativos de baixa liquidez em seu portfólio, como operações de private equity, e menor foco em ativos de baixo retorno, como títulos de renda fixa.
Acometido por um câncer nos rins, David acabou falecendo aos 67 anos, no hospital Yale New Haven, deixando três filhos e esposa.
No artigo de hoje, você vai conhecer mais a fundo o legado desse extraordinário gestor, que abandonou uma carreira de sucesso em Wall Street para se dedicar integralmente ao endowment de Yale e ao ensino na mesma universidade.
David Swensen: o nome por trás do aclamado modelo de Yale
Por onde passou, David Swensen deixou a marca de incansável questionador, sempre mostrando, no entanto, convicção em suas ideias e princípios.
Assim também ocorreu em Wall Street, onde assumiu cargos de liderança em grandes bancos, como Salomon Brothers e Lehamn Brothers, além de ter prestado consultoria a instituições de renome, como Carnegie Corporation, Bolsa de Valores de Nova York, entre outras.
Nascido em 26 de janeiro de 1954, na cidade de Ames, Iowa, Swensen teve uma vida escolar exemplar e concluiu seu doutorado em Economia pela Universidade de Yale com a tese “Um modelo de valuation dos títulos corporativos”.
Foi em 1985 que David Swensen ingressou na equipe de gestão do fundo endowment da Universidade de Yale, quando contava com apenas 31 anos.
O cargo foi-lhe oferecido por seu orientador acadêmico, William Brainard, que acreditava no poder transformador daquele brilhante jovem, determinado a gerar melhores resultados para o fundo de investimento da instituição.
Em entrevista concedida ao New York Times em 2014, David afirmou:
Meu compromisso é permitir que qualquer pessoa que queira estudar em Yale – e tenha as qualificações necessárias para tanto – possa fazê-lo independente da sua condição financeira. E o auxílio fornecido pelo fundo endowment da universidade é fundamental nesse sentido.
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Um modelo de investimento para os fundos patrimoniais
A estratégia de investimento de Swensen logo ganhou notoriedade e passou a ser conhecida como “Modelo de Yale”.
Universidades de renome, como Princeton, Instituto de Tecnologia de Massachusetts e Bowdoin College, de Maine, não demoraram em contratar seus seguidores e adotar essa estratégia que rapidamente lhes gerou uma fortuna.

O Modelo de Yale revolucionou a forma tradicional de administrar fundos por dar um peso maior a ativos ilíquidos, como participações societárias, em vez de montar um portfólio focado em ativos tradicionais, como ações e títulos de renda fixa.
Como explica Arthur Mizne, em seu artigo no Brazil Journal:
David constatou que quanto mais líquido e fácil de ser acessado um mercado, menores as chances de gerar retornos diferenciados. Isso o levou a olhar para mercados internacionais, mercados emergentes, venture capital e private equity.
A lógica de Swensen era que os ativos com maior retorno absoluto eram dificilmente acessados e, por isso, apresentavam um preço mais baixo e tinham menor liquidez. Essas características, no entanto, permitiam que tivessem mais “upside” no longo prazo.
Assim, segundo Mizne, David criou o conceito de “aceitação inteligente da iliquidez”, ou seja, era necessário inserir ativos ilíquidos no portfólio quando fizessem mais sentido.
Gestoras diversificadas buscam crescimento de renda em vez de performance de investimento, sem se desviar muito do óbvio para não correrem o risco de errar sozinhas.
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O que é endowment?
Endowment é um tipo de fundo patrimonial bastante comum no exterior, onde instituições sem fins lucrativos, como museus e universidades, buscam financiar suas atividades através das doações de apoiadores.
O maior objetivo dos fundos do tipo endowment no ensino superior é permitir que qualquer pessoa capacitada possa estudar em instituições de ponta, independentemente da sua origem ou classe social.
Além de bolsas, os recursos administrados também financiam atividades de pesquisa e extensão, contando com gestores de primeira linha, como no caso de Yale e Harvard.
Segundo o portal Mais Retorno, os endowments têm hoje sob sua gestão o equivalente a US$ 1,5 trilhão.
Os cinco maiores fundos de endowment universitários são:
- Universidade de Harvard: US$40,9 bilhões;
- Universidade de Yale: US$30,31 bilhões;
- Universidade de Stanford: US$28,9 bilhões;
- Universidade de Princeton: US$26,6 bilhões;
- Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT): US$18,4 bilhões.
Confira no vídeo a seguir mais sobre o conceito de endowment:
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Portfólio de David Swensen
David Swensen explicou detalhadamente sua filosofia de investimento no livro “Unconventional Success: A Fundamental Approach to Personal Investment”.
Na obra, o asset allocation de David Swensen no portfólio da Yale era mais ou menos o seguinte:
- 30% de ações do mercado americano;
- 15% de ações do mercado internacional;
- 5% de ações de mercados emergentes;
- 15% de Treasuries (títulos públicos americanos);
- 20% de fundos imobiliários (REITs)
Confira a esquematização da carteira de David Swensen no gráfico a seguir:

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Lições do Modelo de Yale
A principal lição do Modelo de Yale é a importância de buscar retornos crescentes no longo prazo, diversificando adequadamente o risco e aumentando a participação de ativos reais na carteira.
Dessa forma, para construir seu patrimônio de forma sólida e consistente, o investidor deve ter ativos não tradicionais na sua carteira, especialmente participação em empresas em crescimento e títulos de dívidas de empreendedores de sucesso.
Como bem explica Felipe Souto, CEO da Bloxs, em seu livro Investidor de Sucesso 4.0: Do Tradicional ao Alternativo:
Ao contrário da maioria dos investidores que procuram ativos que tenham liquidez maior, Swensen afirma que ativos de grande liquidez estão relacionados a baixos retornos. Por isso, no modelo, ele prefere aumentar a exposição aos investimentos alternativos.
Leia mais: Faltam ativos reais na sua carteira? Veja quanto está deixando de ganhar…
Esses ativos geradores de renda são chamados “alternativos” porque você certamente não os encontrará em bancos e corretoras de varejo.
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Assim, poderá replicar de maneira bastante aproximada o desempenho extraordinário do portfólio de David Swensen, segundo o modelo de Yale.
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