O Plano Safra 23/24 é uma das principais fontes de financiamento da agropecuária nacional e acaba de receber atualizações importantes pelo governo federal.
Foram destinados cerca de R$ 364 bilhões para apoiar a produção de médios e grandes produtores rurais até junho do ano que vem. É um aumento de 27% em relação aos recursos liberados na safra anterior.
A grande aposta do governo federal desta vez é promover a competitividade da produção agropecuária nacional e fortalecer práticas responsáveis com o meio ambiente, como a recuperação de pastagens e o compromisso com o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Apesar do crescimento do programa para a próxima safra, é praticamente consenso entre os especialistas que os recursos não serão suficientes para atender toda a demanda dos produtores.
Cabe lembrar ainda que quase metade dos recursos serão destinados ao crédito com “juros livres”, isto é, que seguem as taxas de mercado. Com o aumento da Selic, as taxas ainda estão em níveis bastante elevados, sendo necessário atualizar inclusive os juros subvencionados, encarecendo o custo para o produtor.
Em poucas palavras, o crédito rural está mais caro e escasso, principalmente para os pequenos e médios produtores.
Por isso, para explicar melhor os pontos mais importantes do Plano Safra 23/24, elaboramos este artigo especial, que abordará os seguintes tópicos:
Plano Safra 23/24 cresce com foco na sustentabilidade
Com um investimento recorde de R$ 364,22 bilhões, o Plano Safra 23/24 busca dar mais competitividade à produção da agricultura e pecuária do país, além de promover a sustentabilidade ambiental no campo.
O foco principal do programa está voltado aos médios e grandes produtores empresariais, que contarão com um aumento de cerca de 27% nos recursos, em comparação com a safra anterior.
Como grande destaque do Plano Safra 23/24 está o compromisso de fortalecer os sistemas de produção sustentáveis, oferecendo incentivos aos produtores rurais que adotarem práticas ambientalmente responsáveis.
Será aplicada uma taxa de juros reduzida para os empreendedores do campo que investirem na recuperação de pastagens e demonstrarem compromisso com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) ou com práticas consideradas mais sustentáveis.
Financiamento de custeio, comercialização e investimentos
Os recursos destinados à agricultura empresarial abrangem áreas de custeio, comercialização e investimentos, totalizando R$ 364,22 bilhões.
No que se refere aos dois primeiros itens, estão garantidos R$ 272,12 bilhões, o que representa um aumento de 26% em relação ao ano anterior. Já para investimentos, o crescimento dos valores disponibilizados será de 28%, alcançando R$ 92,1 bilhões.
Ao comentar sobre as principais mudanças do Plano Safra 23/24, Felipe Souto, CEO do Grupo Bloxs, ecossistema de investimentos alternativos e soluções de acesso ao mercado de capitais para pequenas e médias empresas:
É possível perceber que, dentro os grupos de empresários atendidos, os médios produtores foram os mais beneficiados em termos de disponibilidade de recursos para custeio e investimento. Além disso, o enquadramento no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) teve o limite de renda bruta anual aumentado, considerando o contexto de elevação dos preços dos produtos agrícolas.
Outro ponto importante do Plano Safra 23/24 apontado por Felipe é o RenovAgro, que visa incentivar práticas agropecuárias sustentáveis, como a recuperação de áreas degradadas e a implementação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta.
Com uma abordagem abrangente que une o crescimento econômico, a inclusão social e a proteção ambiental, o Plano Safra 2023/2024 representa um marco importante para o setor. Ao promover a produção agropecuária sustentável, o plano busca alinhar-se às exigências internacionais e garantir um desenvolvimento responsável e equilibrado para o país.
Novidades do Plano Safra 23/24
A atualização do programa para a próxima safra apresenta diversas novidades e iniciativas, no intuito de incentivar a produção agropecuária sustentável, dentre as quais podemos destacar:
Mais recursos
O Plano Safra 23/24 destina um valor recorde de R$ 364,22 bilhões para o financiamento da agricultura e pecuária empresarial, representando um aumento de cerca de 27% em relação ao plano anterior.
Foco na sustentabilidade
O plano incentiva o fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. Serão premiados os produtores rurais que possuem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e que adotam práticas agropecuárias consideradas mais sustentáveis.
Redução de juros
Haverá redução nas taxas de juros para recuperação de pastagens e para os produtores que adotarem práticas sustentáveis. Os produtores rurais com o CAR analisado e aqueles que adotarem práticas como produção orgânica, tratamento de dejetos, energia renovável, entre outras, poderão ter redução de até 1 ponto percentual na taxa de juros.
Programa RenovAgro
O programa substitui o Programa ABC e incentiva práticas sustentáveis, como recuperação de áreas degradadas, sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, agricultura orgânica, produção de energia renovável e outras práticas que envolvem a produção sustentável.
Apoio aos médios produtores
O Plano Safra 23/24 destaca o fortalecimento dos médios produtores rurais, com maior disponibilidade de recursos para custeio e investimento. O limite de renda bruta anual para o enquadramento no Pronamp foi elevado, levando em consideração o aumento dos preços dos produtos agrícolas.
Programas específicos
O plano destaca programas como o PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns) e o Proirriga (Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido), que receberão aumentos significativos de recursos para a construção de armazéns e para investimentos relacionados a sistemas de irrigação.
Essas são algumas das principais novidades do Plano Safra 2023/2024, que busca impulsionar a produção agropecuária de forma sustentável e promover o desenvolvimento econômico do setor rural brasileiro.
De acordo com José Luís Bassani, economista especialista em agronegócio:
A novidade no lançamento e que merece um ponto de atenção é sobre o incentivo no fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. A iniciativa visa reduzir as taxas de juros para quem já adota práticas sustentáveis de acordo com a redação do Plano.
Bassani questiona, no entanto, como o produtor conseguirá comprovar, perante as instituições financeiras, suas práticas ambientais para fazer jus ao benefício, bem como a operacionalização, pois as instituições financeiras, em sua visão, “vão ter que prestar contas ao Bacen”.
Banco do Brasil anuncia R$ 240 bilhões para o Plano Safra 23/24
O Banco do Brasil anunciou um montante recorde de R$ 240 bilhões para financiamentos dentro do Plano Safra 2023/2024, o que representa um aumento de cerca de 27% em relação ao plano anterior.
Segundo informações do portal Money Time, a carteira agro da instituição atingiu o maior saldo da história, fechando o primeiro trimestre deste ano em R$ 322 bilhões.
Dos R$ 240 bilhões, R$ 48 bilhões serão destinados a agricultores familiares e médios produtores, enquanto a agricultura empresarial receberá R$ 139 bilhões. Os recursos serão distribuídos para custeio, investimento, comercialização, industrialização, títulos, crédito agroindustrial e giro.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, destacou o compromisso da instituição com o agronegócio brasileiro, atendendo desde pequenos agricultores até a cadeia empresarial rural.
Ela ressaltou ainda o apoio ao campo como prioridade e reforçou o compromisso da empresa com o agronegócio sustentável, com a carteira de Negócios Sustentáveis Agro atingindo R$ 150 bilhões no primeiro trimestre, o que representa um crescimento de 23% nos últimos 12 meses.
Como melhorar o mix de crédito levantando recursos no mercado de capitais?
Pequenos e médios produtores sabem que a disponibilidade de recursos e a burocracia do acesso ao dinheiro do Plano Safra 23/24 exige novas estratégias de financiamento que combine juros tanto subvencionados como livres.
O que muitos desses empreendedores ainda não sabem é que existem hoje alternativas para fazer captações recorrentes no mercado de crédito ou atrair novos sócio-investidores para o seu negócios.
Entre as plataformas que oferecem esse tipo de solução para produtores rurais está a Bloxs, um ecossistema completo de opções de captação, desde Contratos de Investimento Coletivo (crowdfunding) até a emissão de títulos tradicionais, como CRAs e CPRs, e a estruturação de fundos de investimento, como Fiagro.
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