Guilherme Aché é um dos sócios-fundadores da Squadra Investimentos, gestora independente dedicada exclusivamente a investimentos em ações. O gestor administra cerca de 4 bilhões de reais.
É um dos mais respeitados gestores de fundos do país e ajudou a fundar, junto de André Jakurski e Paulo Guedes, a JGP Gestão de Recursos em 1998.
No texto de hoje, vamos falar mais sobre a trajetória vitoriosa de Guilherme Aché no mercado financeiro.
Guilherme Aché | História de Vida
Guilherme Aché nasceu na cidade do Rio de Janeiro, capital do estado. Estudou, quando criança, no tradicional colégio Santo Agostinho.
Ainda criança, mudou-se, junto com o pai que era funcionário de uma empresa de navegação, para a Nigéria. Guilherme morou dois anos no país africano.
Retornou ao Brasil, porém ficou pouco tempo no país. Mudou-se novamente, agora para a Inglaterra e por lá permaneceu por mais 2 anos.
Posteriormente, voltou definitivamente ao Brasil e começou a cursar Administração de Empresas e Economia simultaneamente.
Entretanto, como Guilherme sempre teve ligação com dinheiro e um faro para negócios, largou a faculdade de Administração e se formou em Economia na Faculdade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro.
Guilherme Aché | Trajetória Profissional
O primeiro emprego de Guilherme Aché foi em um pequeno banco chamado Performance. A instituição era especializada em aplicar em títulos públicos.
Logo depois, atuou na área de análise de empresas de um banco internacional, o Montreal Bank.
Guilherme permaneceu pouco tempo no Montreal Bank, pois no mesmo período foi convidado para uma entrevista de emprego em um dos maiores bancos de investimento do país, o Pactual.
Começou a trabalhar no Pactual, como estagiário na área de análises de empresas, aos 20 anos, em 1991.
Aos 23 anos já era chefe do departamento que entrou, anos antes, como estagiário. Permaneceu no cargo até 1998, quando saiu do banco para fundar, junto de André Jakurski e Paulo Guedes, colegas de Pactual, a JGP Gestão de Recursos.
“Foi uma decisão fácil, porque as duas pessoas que lideraram a criação da JGP, o André Jakurski e o Paulo Guedes, haviam fundado o Pactual e eram ídolos da geração da década de 1990 do banco”.
Guilherme, que possuía uma filosofia de investimento mais focada no longo prazo, observando com frieza os fundamentos da empresa, ficou responsável pela volatilidade dos fundos da JGP.
Filosofia de Investimento e Acertos na Carreira
O investidor, adepto do Value Investing, obteve sucesso em algumas recomendações de investimento que realizou enquanto gestor da JGP.
Um caso, considerado emblemático por Aché, foi o investimento realizado em ações da siderúrgica CSN, entre 2001 e 2002.
Guilherme Aché, vendo um movimento de crescimento no preço das commodities no mercado internacional, recomendou a compra da CSN. A JGP comprou, na época, 5% da empresa por cerca de 50 milhões de dólares.
Poucos meses depois, as ações tinham se valorizado em 70%. Dessa forma, decidiram embolsar os lucros e sair da posição.
Guilherme considera esse case como um grande acerto e também como um grande equívoco.
As ações se valorizaram consideravelmente no curto prazo, porém anos depois, a mesma fatia que a JGP havia comprado por 50 milhões de dólares, chegou a valer cerca de 1 bilhão de dólares.
“Se tivéssemos esperado um pouco mais, poderíamos ter ganhado muito dinheiro. É um exemplo de como a cultura de curto prazo pode prejudicar um investimento”.
Foco na preservação do capital investido
Mesmo tendo deixado de ganhar alguns milhões, no caso da siderúrgica CSN, Guilherme foi aclamado pelos sócios por ter embolsado os lucros que pareciam satisfatórios para a empresa.
A JGP, em seu DNA, possuía o foco principal em não perder dinheiro. A gestora preferia deixar a possibilidade de lucros na mesa do que correr o risco de perder o capital investido.
Guilherme aprendeu, junto a seus sócios, a preservação do capital deve ser, sempre, o objetivo principal do investidor, principalmente em um país com um mercado tão volátil e instável como o Brasil.
Grandes gestores também se equivocam
Apesar de ser reconhecido como um gestor comedido e calculista, Guilherme Aché já perdeu todo o seu patrimônio pessoal em 2 oportunidades.
Em 1994, investiu grande parte de seus recursos em ações do Banco Nacional, que passava por imensas dificuldades na época. Havia um burburinho no mercado de que o banco seria adquirido pelo Unibanco, porém problemas legais com o Banco Central impediu que a compra ocorresse.
A valorização das ações do Banco Nacional, que teria ocorrido caso a fusão tivesse ocorrido, não ocorreu e investidores, assim como Aché, perderam muito dinheiro com os papéis da empresa.
Aprendendo na Dor
Aché, no período que ainda estava no Pactual, realizou uma compra considerável de opções da antiga Telebrás.
Em apenas 20 dias, as operações realizadas se desvalorizavam absurdamente e o investidor perdeu todo dinheiro investido. Depois desse caso, Guilherme nunca mais negociou opções.
Apesar de já ter perdido mais dinheiro em outras oportunidades, Guilherme Aché considera os dois casos citados como os maiores aprendizados que teve como investidor.
A fundação da Squadra Investimentos
Em 2007, embora sendo o terceiro maior sócio da JGP, Guilherme Aché se viu estagnado na gestora. Acreditou, na época, que não havia mais espaço para o investidor crescer dentro da gestora.
Apesar do Brasil estar vivendo uma crise financeira, puxada forte pela crise do subprime americana, Aché decidiu fundar a Squadra Investimentos no olho do furacão, em 2008.
Uma atitude ousada, mas que se provou como inteligente.
Assim sendo, o investidor assumiu o controle de sua nova gestora e a levou para patamares admiráveis.
Atualmente, Guilherme Aché administra, na Squadra, um patrimônio de cerca de 4 bilhões de reais em fundos de ações. Sendo, dessa forma, um dos maiores gestores de fundos do país.
A gestora possui 2 fundos principais:
- Squadra Long-Biased FIC FIA e;
- Squadra Long-Only FIC FIA.
Filosofia de Investimento
Guilherme Aché compartilhou, no livro “Fora da Curva”, 5 pontos que acredita ser mais relevante para o investidor de sucesso.
- Investimento requer tempo e dedicação. Se for impossível se dedicar a isso, escolha bons gestores e deixe a decisão com eles.
- Tenha opinião própria e disciplina ao investir.
- Não mude de ideia porque o preço da ação em que investe caiu. Pode ser o momento de comprar mais papéis, por um preço mais baixo.
- Avalie o risco das aplicações. Todo investidor erra, mas é precisa tentar evitar as grandes besteiras, que podem destruir seu patrimônio.
- Na bolsa, é preciso ter visão de longo prazo.
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