O grande destaque do mercado acionário no primeiro semestre, sem dúvida, foi o vaivém da saga envolvendo Elon Musk, homem mais rico do planeta, e sua tentativa de comprar sua rede social favorita, o Twitter.
Depois de se tornar o acionista majoritário da companhia, em abril, e recusar um assento em seu conselho de administração, Musk revelou sua proposta de comprar o Twitter por US$ 44 bilhões e fechar seu capital.
Ocorre que, apesar de ter um patrimônio bilionário, Musk não tinha uma posição relevante em caixa e, por isso, teria que vender grande parte da sua participação nas empresas Tesla e SpaceX, além de tomar um enorme empréstimo bancário para concluir sua nova aventura nos negócios.
Mas o mercado de capitais americano acabou “azedando” e entrou em forte correção, exigindo mais aportes (venda de ações) de Musk para concluir o acordo, que acabou sendo repentinamente abandonado pelo executivo em 8 de julho.
O que está por trás do arrependimento de Elon Musk em comprar o Twitter? E quais são as lições que podemos tirar desse caso como investidores?
Para responder a essas e outras perguntas, elaboramos este artigo especial que abordará os seguintes tópicos:
“Namoro” de Elon Musk com Twitter vem de longe
Desde que publicou seu primeiro tuíte em sua conta pessoal no Twitter, em 2010, Elon Musk acumulou mais de 80 milhões de seguidores e se tornou uma das vozes mais influentes no mundo corporativo.
Simples comentários do executivo na rede social, principalmente sobre criptomoedas, eram capazes de provocar grandes altas e baixas nos ativos em questão.
Todo esse poder surgiu após o magnata dos negócios construir uma reputação como um dos maiores empreendedores de todos os tempos, ao fundar empresas inovadoras que acabaram se tornando referências em seus campos de atuação, como a fabricante de veículos elétricos Tesla Inc. e a empresa de tecnologia espacial SpaceX.
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E uma das principais formas que Elon Musk encontrou para expressar suas ideias e exercer sua influência no mundo dos negócios foi através do Twitter.
Seu histórico de publicações mostra que ele já vinha “namorando” sua rede social favorita há bastante tempo. Em 2017, por exemplo, em resposta a um tuíte sugerindo que comprasse o Twitter, ele respondeu: “Quanto vale?”.
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Twitter é chave para a marca pessoal de Elon Musk
Uma reportagem da CNN explica que, ao longo desses quase 13 anos de relacionamento, o Twitter acabou se tornando uma parte importante da marca pessoal de Musk.
É o seu local favorito para se comunicar com seus mais de 80 milhões de seguidores sobre empreendimentos comerciais, além de atacar pessoas que considera detratoras, fazer comentários sobre criptomoedas e compartilhar memes de vez em quando.
Para exemplificar a importância da rede social na vida de Musk, ele respondeu o seguinte a uma seguidora que questionou se ele estava com muito tempo livre para ficar postando besteiras no Twitter: “Algumas pessoas usam o cabelo para se expressar, eu uso o Twitter”.
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Liberdade de expressão e o seu verdadeiro custo
Liberdade de expressão, aliás, foi um dos grandes motivos que levou Elon Musk a fazer uma proposta bilionária de compra ao Twitter. O magnata discordava da forma como a rede social “censurava” certas opiniões de personalidades políticas e publicações que classificava como “fake news”.
Em um comunicado após revelar sua proposta de comprar o Twitter e liberar todo o seu potencial junto com sua comunidade de usuários, Musk disse o seguinte:
A liberdade de expressão é a base sólida para o funcionamento de uma democracia, e o Twitter é a praça digital da cidade, onde são debatidos temas vitais para o futuro da humanidade.
Todo namoro, no entanto, tem suas desavenças, e com o relacionamento entre Musk e o Twitter não foi diferente.
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Abandono da negociação
Pouco tempo depois da bilionária oferta de compra feita à rede social, o executivo voltou atrás, acusando a plataforma de não revelar o número verdadeiro de contas falsas e operadas por robôs, o que, segundo ele, interferiria no valor da companhia.
Muitos questionam, entretanto, se essa realmente seria a verdadeira razão por trás da decisão do CEO da Tesla em abandonar o acordo firmado com sua rede social favorita.
No dia 14 de abril, Elon Musk fez uma proposta inesperada para pagar US$ 54,20 por ação do Twitter, totalizando um montante superior a US$ 43 bilhões.
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A operação foi estruturada como um financiamento concedido por um grupo de grandes bancos, liderados por Morgan Stanley, Bank of America, Barclays, Société Générale, entre outros. Grande parte dos recursos tinha como garantia ações do executivo na Tesla.
As ações da fabricante de veículos elétricos caíram 12% no dia seguinte ao anúncio da aquisição, o que fez a fortuna de Musk se desvalorizar US$ 21 bilhões, apenas nesse dia.
Como é possível ver no gráfico acima, após essa revelação, os papéis da empresa, que vinham em firme tendência de baixa, dispararam, mas, após o anúncio de que Musk abandonaria o acordo, os papéis voltaram a cair, negociados na faixa de US$ 39,52.
O que está por trás das ações de Musk no Twitter?
Muitos analistas afirmam que Musk “deu um passo maior que a perna”, não apenas por assumir muitas responsabilidades como executivo, mas também por tentar fazer uma compra alavancada tão robusta, já que grande parte da sua fortuna não está em caixa, mas em ações das empresas que ele fundou e administra.
A desvalorização dos papéis devido à queda do mercado de capitais no primeiro semestre acabou aumentando a pressão sobre Musk, já que o financiamento que ele garantiu tinha muitas condicionantes em relação às margens de garantia do negócio.
Por isso, há rumores de que o bilionário não estivesse realmente disposto a arriscar uma parte substancial da sua fortuna para assumir o controle da rede social.
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Quais são as lições para os investidores?
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