Entre as inovações trazidas pelas criptomoedas para as transações financeiras e os investimentos sem dúvida está a tokenização de ativos do mundo real.
Basicamente, a tokenização significa transformar qualquer direito de propriedade em unidades digitais criptografadas que podem ser transacionadas por meio de uma rede descentralizada de computadores chamada blockchain.
São diversos os benefícios dessa tecnologia, como o aumento da liquidez, a redução de custos, a eliminação de fronteiras e de intermediários para os negócios, além do reforço da segurança e da transparência.
Em uma matéria recente na InfoMoney, Gustavo Cunha, sócio da gestora de ativos digitais ResetFunds, teceu comentários sobre os benefícios da tokenização de ativos para os fundos de investimento.
Neste artigo, vamos explorar um pouco mais os principais pontos citados por Cunha e como esse tipo de tecnologia pode revolucionar a indústria de fundos com o avanço da regulamentação da blockchain.
Os tópicos que vamos abordar a partir de agora são:
Futuro da gestão de recursos passa pela tokenização
A gestão de recursos de terceiros é um dos segmentos mais importantes do mercado financeiro e responde por grande parte do volume de negociação de ativos todos os dias ao redor do mundo.
Essa indústria não se restringe somente aos ativos tradicionais de renda fixa e variável, como títulos e ações, mas também envolve estratégias de investimento direto em negócios menos líquidos e operações até pouco tempo atrás não acessíveis ao pequeno investidor, como ativos judiciais.
De acordo com a consultoria PWC, o mercado global de gestão de ativos deve atingir a marca de US$ 145,4 trilhões até 2025 e que as empresas que atuam no setor devem se preparar para o nível exponencial de mudanças que a indústria sofrerá nos próximos anos.
Os gestores de ativos podem aproveitar essa enorme oportunidade de crescimento global se abraçarem a inovação. As coisas mudarão bastante daqui a cinco ou dez anos, e nossa expectativa é ver muito menos empresas gerenciando muito mais ativos de forma significativamente mais barata.
Entre os avanços tecnológicos que devem chacoalhar o mercado financeiro, em especial, a indústria de gestão de recursos, está a blockchain e a chamada “tokenização de ativos”.
Trata-se de uma forma inovadora de converter o direito de propriedade de um ativo, como um imóvel, por exemplo, em diferentes unidades digitais criptografadas que podem ser transacionadas, sem intermediários, de forma totalmente transparente e segura, através de uma rede descentralizada de computadores.
Um dos casos mais emblemáticos de uso da tokenização na indústria de fundos é o ReitBZ, uma espécie de fundo imobiliário criado pelo BTG Pactual, em que as cotas de participação são, na verdade, security tokens, cujos titulares recebem regularmente a distribuição dos proventos das propriedades que compõem sua carteira.
De acordo com os gestores do projeto:
O ReitBZ é o primeiro projeto brasileiro a utilizar a tecnologia blockchain com o respaldo de um grande banco de investimento, o BTG Pactual. Acreditamos que a tecnologia de registro distribuído (DLT) e os criptoativos podem transformar os mercados de capitais, fazendo-os evoluir de um mercado analógico e local para um ecossistema digital e global.
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Blockchain para fundos de investimentos
Esse é justamente o espírito de um artigo publicado por Gustavo Cunha recentemente na InfoMoney. Para o gestor, a tecnologia blockchain e a tokenização de ativos podem revolucionar a indústria de gestão de recursos nos próximos anos.
Ele cita especificamente o projeto Enzyme, que permite criar fundos de investimento chamados “vaults”, cujos tokens funcionam como cotas de ETFs tradicionais na blockchain Ethereum.
Todo o processo de configuração e lançamento de um vault é infinitamente mais rápido do que o processo caro e burocrático de um fundo tradicional, que exige a contratação de serviços como instituições financeiras intermediárias, administradores, custodiantes, auditores, etc.
Toda essa burocracia e custos, segundo Cunha, faz com que o patrimônio mínimo de um fundo operacional não seja inferior a 10 milhões de dólares.
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Mudanças da tokenização para a indústria de fundos
A primeira mudança apontada pelo gestor Gustavo Cunha é a facilidade e a rapidez de configurar e lançar um fundo de investimento numa blockchain, como na plataforma Enzyme.
De acordo com ele, enquanto o período de estruturação de fundo leva em média 6 meses, um fundo em blockchain leva apenas 15 minutos. Além disso, quem faz a custódia dos ativos é o próprio investidor, que pode guardar o token em sua própria carteira, reduzindo drasticamente os custos.
Mas não para por aí. Pelo fato de estar baseado em blockchain, o fundo já nasce como um ETF nativo, já que suas cotas, ou tokens, podem ser negociadas a qualquer momento pela rede, de forma rápida e transparente, permitindo total auditoria do processo.
O valor do token da cota pode ser visto por qualquer pessoa a qualquer segundo que ela quiser, ou seja, consigo saber online quanto vale o meu investimento, não precisando esperar o dia seguinte para ver qual o valor da cota do fundo no caso brasileiro, ou o mês seguinte como é o usual com muitos fundos americanos.
Perceba que todo o processo é extremamente rápido, transparente e com informações instantâneas, sem a necessidade de intermediários ou limitações de fronteira, o que aumenta drasticamente a liquidez dos ativos, sem falar na redução de custos, trazendo mais eficiência para a indústria.
Não é à toa que Gustavo classifica a tokenização como o “futuro da gestão de ativos”, restando às autoridades regulamentar esse tipo de tecnologia, a fim de proporcionar mais segurança jurídica ao setor e, ao mesmo tempo, viabilizar investimentos institucionais que, por regra, são impedidos de atuar em segmentos ainda não regulamentados.
Uma das grandes promessas de blockchain é a de eliminar intermediários e esse caso da gestão de ativos é emblemático e não tenho dúvidas que a utilização dessa tecnologia mudará essa indústria profundamente.
A Bloxs está sempre atenta às mudanças que estão ocorrendo no mundo dos investimentos, procurando sempre se antecipar a elas e, na medida do possível, inovar com a oferta de opções de investimento dentro das regras estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
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