O preço da arroba do boi muitas vezes é a única coisa que muitos pecuaristas olham na hora de fazer um planejamento estratégico da produção.
Mas a pecuária de corte é uma atividade de ciclo longo, e os resultados dependem de uma boa relação de custos em outras categorias, como bois magros, bezerros, matrizes e até ração animal.
Geralmente, a alta do preço da arroba do boi acaba puxando para cima os preços de outros componentes da cadeia produtiva, mas fatores exógenos, como o aumento de juros e o encarecimento de insumos, também podem impactar os resultados finais do produtor.
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Por isso, elencamos neste artigo seis fatores nos quais todo pecuarista deve ficar de olho para aumentar suas margens e superar as expectativas de retorno, mesmo que as condições de financiamento e demanda não sejam as melhores.
Os tópicos que vamos abordar são os seguintes:
1. Preço para reposição de animais
Embora a arroba do boi gordo esteja acima dos níveis registrados no mesmo período do ano passado, o encarecimento dos insumos para nutrição animal acaba se refletindo no preço de reposição de animais.
O efeito imediato dessas oscilações de custos na engorda é visível principalmente na demanda do boi magro. Em momentos de inflação alta para o produtor, o recriador é obrigado a comprimir ainda mais as margens, em razão da pouca liquidez dos leilões realizados pelo país. É o que estamos vendo ultimamente, com a baixa procura por “bezerro de ano”, o que faz seu valor ceder na maioria das praças.
Outro ponto importante para o preço de reposição de animais é a consistência da oferta do mercado. Se a procura ficar aquém dos animais ofertados, será muito difícil para o recriador praticar preços acima das referências.
A previsão dos especialistas para o médio e longo prazo é que, com a entrada da entressafra, o preço da arroba do boi gordo se firme e estimule a busca por reposição por parte de recriadores e invernistas.
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2. Custo com rações e suplementos alimentares
Um dos fatores mais importantes para o crescimento da engorda em confinamento são os preços dos insumos usados na ração e na suplementação alimentar dos animais.
Segundo especialistas, a tendência é que, apesar da pressão dos custos de produção para o futuro, o volume dos animais deve subir, graças à valorização da arroba do boi, dando margem para a operação de engorda intensiva.
A engorda intensiva está se deparando com um cenário desafiador em termos de custo de produção, especialmente com a onda inflacionária dos últimos anos. O preço do milho, por exemplo, vem registrando forte alta, assim como as fontes de fósforo dos suplementos minerais, ração, farelo de soja, ureia etc. Só em 2021, esses insumos dobraram de preço, reforçando a necessidade de uma boa gestão do gado em confinamento.
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3. Ter bons compradores de gado na revenda
Uma boa rede de contatos de possíveis compradores, principalmente aqueles que pagam bem o preço da arroba do boi, é fundamental para dar mais segurança à produção e reduzir a volatilidade da receita em momentos de baixa do mercado.
Dê prioridade a frigoríficos e compradores próximos à sua propriedade, para não expor o gado a longos deslocamentos, o que eleva o risco de acidentes e também de perda de peso.
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O que muitos pecuaristas se esquecem, no entanto, é de firmar os acordos por escrito, na forma de contratos de compra e venda. Isso faz com que não passem por situações indesejadas, principalmente na entressafra. Para manter um fluxo estável de compra e venda durante todo o ano, o método mais indicado é o confinamento.
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4. Buscar mecanismos de proteção de preços
Para se proteger de mudanças imprevistas no preço da arroba do boi, é essencial buscar mecanismos de proteção de preços, que funcionam como uma espécie de “seguro” para o rebanho.
Um bom retorno financeiro vai muito além de investimentos em intensificação e produtividade, exigindo uma gestão adequada dos riscos de comercialização e de mercado.
Entre os mecanismos mais acessíveis aos produtores quando o assunto é proteção de preços, podemos citar:
Contrato futuro
A estruturação de operações na bolsa de valores (B3) usando contratos futuros permite que os produtores “travem” determinada cotação, em caso de queda no preço da arroba do boi. É preciso ter atenção, no entanto, pois trata-se de um mercado com alavancagem financeira, capaz de potencializar tanto os ganhos quanto as perdas.
Mercado de opções
O travamento de um determinado preço se dá pela compra de uma opção de venda, também chamada de put, com uma determinada data de expiração. A diferença para o contrato futuro é que a opção gera um direito, mas não o dever, de exercer a liquidação financeira do negócio. Neste caso, o pecuarista só exercerá esse direito se o preço da arroba do boi estiver abaixo do preço em que fez o travamento.
Mercado a termo
É um contrato muito comum que os frigoríficos costumam firmar diretamente com os produtores, a fim de garantir sua programação de abate ao longo do ano, reduzir volatilidade de preços e também aumentar a previsibilidade de custos. Nesse tipo de negociação, o frigorífico se compromete a comprar o boi gordo do pecuarista em uma data futura, por um preço previamente determinado. Para o produtor, a grande vantagem é reduzir os riscos de mercado e gerenciar melhor os ciclos da sua fazenda.
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5. Demanda do mercado consumidor
Os consumidores finais são bastante sensíveis ao preço da arroba do boi, principalmente em momentos de inflação em alta e aperto das condições financeiras.
Quando o preço da arroba do boi sobe, a tendência do consumidor é trocá-la por outros tipos de proteína mais em conta. Como a pecuária de corte é uma atividade de ciclo longo, as mudanças nos níveis de inflação e juros ao consumidor podem representar um risco para o planejamento financeiro do produtor rural.
É sempre bom ficar de olho no nível geral de inflação na economia e também em possíveis choques de oferta, capazes de gerar fortes oscilações dos preços praticados no varejo.
6. Técnicas de controle e manejo
A eficiência na criação do gado de corte e a obtenção dos resultados financeiros esperados dependem do bom emprego de técnicas de controle e manejo, que permitem obter o máximo aproveitamento da produção.
Faça um acompanhamento constante de fatores como:
- ganho médio de peso diário;
- lotação dos pastos;
- taxa de natalidade;
- taxa de reposição;
- custo da arroba produzida, entre outros.
O mais importante que saber o preço da arroba do boi para o sucesso na pecuária de corte é buscar constantemente a profissionalização de todos os aspectos da fazenda e ter rigor na análise dos números, já que o mercado a cada ano fica mais competitivo.
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