Os princípios da governança corporativa no agronegócio estão cada vez mais presentes na rotina operacional das empresas do setor, que buscam ter mais transparência e responsabilidade socioambiental.
Esse é um dos principais insights de um estudo feito pela KPMG, uma das maiores consultorias do mundo, em parceria com o IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
Temas como conservação ambiental, transparência nas cadeias de suprimentos, relações com as comunidades locais, gestão de riscos agrícolas e muito mais foram abordados pelo relatório, que fornece uma visão abrangente de uma área que ganha relevância no campo.
Quer saber mais sobre a importância da governança corporativa no agronegócio e como ela pode ser um grande diferencial na hora de captar recursos a custos mais baixos no mercado?
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Então, continue a leitura deste artigo e fique por dentro dos seguintes tópicos:
Governança corporativa é valorizada pelas empresas do campo
A adoção de práticas de governança corporativa no agronegócio foi tema de um relatório recente publicado pela KPMG, em parceria com o IBGC, a fim de entender como as empresas do setor as estão implementando em sua rotina operacional.
De forma geral, o levantamento mostra que o tema é conhecido e valorizado pelos empresários do campo, mas ainda há desafios para a sua disseminação, devido à falta de informações e materiais de referência adequados e adaptados ao agronegócio.
Entre os principais pontos abordados no relatório estão:
- a necessidade de um plano de sucessão;
- a gestão de riscos agrícolas;
- a melhora de controles internos/compliance; e
- formalização de papéis e responsabilidades.
Além disso, o documento aborda novos temas que começam a chamar a atenção de gestores do setor, como princípios ambientais, sociais e de governança (ESG) e a inovação.
De acordo com Guilherme Danelli, especialista em agronegócio da Bloxs, ecossistema de investimentos alternativos e soluções de acesso ao mercado de capitais para pequenas e médias empresas de diversos setores, inclusive do agronegócio:
É essencial que as empresas do setor dediquem esforços para garantir a sustentabilidade ambiental e a gestão eficaz de riscos da sua atividade, a fim de assegurar a qualidade dos produtos e a resiliência das operações.
Sem dúvida, a adoção responsável de tecnologias e o cumprimento de regulamentações são cruciais para a construção da confiança junto a consumidores e investidores.
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Insights do relatório da KPMG sobre governança corporativa no agronegócio
O estudo “Governança no Agronegócio: Percepções, Estruturas e Aspectos ESG nos Empreendimentos Rurais Brasileiros”, da KPMG, abrange as principais práticas de governança corporativa no agronegócio e contou com uma amostra de 367 representantes um perfil de empreendimentos rurais de grande porte, com alto grau de escolaridade e conhecimento sobre o tema.
Conhecimento sobre governança corporativa no agronegócio
A governança corporativa no agronegócio é conhecida e valorizada pelos participantes, que atribuem ao tema grande importância para o seu negócio. No entanto, há o desafio da falta de informações e materiais de referência adequados e adaptados ao setor, sendo esse o principal dificultador para a discussão e adoção das práticas de governança.
Planejamento e gestão
As principais necessidades de governança corporativa no agronegócio se referem ao plano de sucessão, gestão de riscos, melhoria nos controles internos/compliance e formalização de papéis e responsabilidades.
“O plano de sucessão sobressai como a principal necessidade dos respondentes, apontado por 54% dos participantes da pesquisa, assim como, o mapeamento de riscos corporativos e operacionais (52%), melhorias no ambiente de controles internos e de compliance (51%) e formalização de papéis e responsabilidades (50%).”
Decisões estratégicas
A informalidade e personalismo nas decisões estratégicas são evidenciados especialmente em dois resultados: mais da metade dos empreendimentos rurais não contam com acordo de sócios e, em 47% dos casos, as decisões são tomadas pelo sócio principal (sozinho ou consultando outros sócios).
As estruturas de conselhos consultivos ou de administração estão presentes em metade da amostra – percentual que alcança quase 100% entre os empreendimentos rurais de maior faturamento (superior a R$ 1 bilhão no ano de 2020).
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Princípios ESG
Os aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG) são debatidos nos altos escalões dos empreendimentos rurais (diretoria ou conselho), inclusive com áreas específicas para esse fim em 26% dos casos.
Em relação à sustentabilidade, a maioria da amostra (62%) afirma possuir práticas de preservação ou recuperação de APPs (áreas de proteção permanente), de conservação do uso da terra e recuperação de áreas degradadas.
52% dos respondentes afirmam que possuem um processo formalizado para identificar e avaliar os riscos corporativos e operacionais. Entre os principais riscos apontados pelos empreendimentos rurais estão os climáticos (87%), os sanitários (77%) e os regulatórios (75%).
Inovação
Outro tema emergente é a inovação: quase metade dos empreendimentos rurais debatem o tópico periodicamente nas reuniões de diretoria ou conselho, e 26% contam com uma área ou profissional dedicado ao tema.
Perfil das empresas participantes
Cerca de 80% da amostra é composta por empreendimentos que se consideram familiares. O principal desafio apontado por essas empresas, independentemente do porte do empreendimento rural, é a sucessão. A maioria não possui regras de entrada de familiares (na administração ou sociedade), ou fórum de discussão familiar estruturado – apenas 29% dos empreendimentos rurais familiares, por exemplo, possuem conselho de família.
“A formalização de papéis e responsabilidades foi mencionada por 50% dos respondentes como uma das principais necessidades em matéria de governança. No entanto, apenas 43% afirmam possuir um organograma formalizado que define as funções e responsabilidades dos sócios, diretores e gestores. Além disso, apenas 38% afirmam possuir um código de conduta ou ética que estabelece os valores e princípios que norteiam o comportamento dos colaboradores.”
A importância das práticas de governança corporativa no agronegócio
É inquestionável a importância do agronegócio e da atuação responsável das empresas do setor na sociedade, seja fornecendo alimentos e produtos diretamente ao consumidor ou abastecendo diferentes indústrias com matérias-primas essenciais.
Contudo, à medida que cresce a demanda por produtos agrícolas e os desafios globais se intensificam, a governança corporativa no agronegócio ganha mais relevância, ao influenciar não só o desempenho financeiro das empresas, mas também seu impacto no meio ambiente e nas comunidades locais.
Isso porque práticas agrícolas inadequadas podem levar à degradação do solo, ao esgotamento da água e à perda de biodiversidade, o que compromete a capacidade do ecossistema de sustentar a própria produção no campo no longo prazo, ameaçando a segurança alimentar de todos.
Nesse sentido, a adoção de práticas de governança corporativa no agronegócio, com foco na sustentabilidade ambiental e na gestão responsável de riscos, deve abranger técnicas de manejo sustentável do solo, métodos de irrigação eficientes e redução do uso de produtos químicos nocivos, a fim de preservar os recursos naturais, sem abrir mão da performance financeira e da transparência com todos os stakeholders.
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