Warren Buffett – Assim como em nossa vida privada costumamos analisar aquilo que as pessoas que temos como referência (ídolos, pais, avós…) fazem ou deixam de fazer. O objetivo é simples: buscarmos uma inspiração ou, simplesmente, uma aprovação tácita ao compararmos essas atitudes com as nossas. A mesma dinâmica se aplica ao mundo dos investimentos.
Todos nós temos referências. Aqueles investidores ou gestores de fundos abertos que lemos com atenção e procuramos analisar e interpretar – nem sempre com sucesso – seus passos.
São muitos nomes que temos por aí, mas talvez a única unanimidade seja o do “oráculo de Omaha“, o bom velhinho, o mito, o inigualável… Warren Buffett.
Warren Buffett e o seu fundamentalismo
Você pode até não concordar com seu método de investimentos, que usa a análise fundamentalista como base e tem o longo prazo como horizonte para comprar bons negócios, mas Buffet é um dos poucos nomes respeitados por todos os grandes investidores.
Pois bem, na última sexta-feira, Buffett, ou melhor, a Bershire Hathway publicou por meio do 13F para a SEC (CVM americana) suas posições, o que causou bastante surpresa para o mercado como um todo.
O Formulário 13F é um relatório trimestral arquivado, de acordo com os regulamentos da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, por “investidores institucionais” com controle superior a US$ 100 milhões em ativos para a SEC, listando todos os ativos patrimoniais sob administração.
A primeira surpresa foi ver a relevância que Buffett tem dado a tecnologia em seu portfólio, em especial, as ações da Apple. Você provavelmente, assim como eu, leu em algum lugar que, Buffett não gostava de empresas de tecnologia, que ele não investia em negócios que não entendia a fundo, que não possui ativos tangíveis, etc.
Mas um ponto para o nosso “GURU” que mudou e engrossa o caldo daqueles que defendem, que para os “mitos” não existem verdades absolutas, tudo é relativo, noentanto, até a verdade é relativa.
Tudo muda
“Buffett não gosta de Tech” virou um mantra no mercado. Durante a bolha das PontoCom ele saiu ileso, uma vez que não tinha nenhuma posição nessas ações. Nunca gostou, nunca teve.
Agora tem, e muito!
Certamente Buffett esta enxergando muito valor na Apple como negócio, como marca e naturalmente em seu poder de gerar valor para os acionistas no longo prazo através da sua enorme base de usuários e possibilidades de crosseling Certo ou errado, só o tempo dirá.
Outra posição que chamou atenção foi uma recente posição montada em OURO.
Buffett comprou ouro e colocou no cofre? Claro que não!
Ao montar uma posição de meio bilhão de dólares na Barrick Gold o recado que Buffett esta dando para o mundo é de que ele esta buscando ancorar parte do seu transatlântico na segurança do metal dourado e através através da Barrick ele passa indiretamente a ser detentor de 5 das 10 maiores minas de ouro do mundo.
Entendemos que esse movimento reflete em parte as nossas crenças e convicções de que devemos olhar para ativos reais. Devemos ter o nosso portfólio alocado em segmentos que dependam menos dos Bancos Centrais e da impressão desenfreada de moedas.
Se Buffett não te convenceu, talvez algumas centenas de bilhões de dólares dessa outra turma aqui possa fazê-lo.
A mesma linha de alocação, já falamos, pode ser constatada no Family Office Report 2020 do UBS onde fica evidente o movimento que as grandes fortunas do mundo estão fazendo em direção aos investimentos alternativos.
Já são 41% do patrimônio em alocações com esse perfil.
A pergunta derradeira e natural é: como alocar parte do nosso portfólio em ativos reais, descorrelacionados com a volatilidade dos mercados, se não somos o Buffett ou um Family Office com alguns bilhões em caixa.
Esse justamente o escopo que temos abordado aqui na Bloxs, buscando preencher esse GAP e oferecer aos investidores comuns (como eu e você) acesso direto aos investimentos alternativos com lastro em segmentos da economia real.
Nos últimos meses, em meio a pandemia do COVID-19 que atravessamos, já realizamos ofertadas em diversos segmentos.
Energia, possibilitando que investidores fossem sócios/acionistas de usinas solares com contratos de “venda” de energia de longo prazo.
Real Estate, possibilitando que investidores fossem sócios/acionistas de uma empresa com foco em aquisição, reforma e locação de apartamentos operados em co-living.
Agronegócio/Pecuária, possibilitando que investidores, através de um título de dívida, financiassem um ciclo de 12 meses de um confinamento de boi.
Saúde, possibilitando que investidores fossem sócios/acionistas de uma clínica odontológica, com gestão profissional e foco em resultado e distribuição de dividendos.
Motel, possibilitando que investidores através de título de divida, financiassem o retrofit de 3 unidades de motéis, em um setor que se mostrou extremamente resiliente na crise.
Todas essas operações tiveram investimentos mínimos acessíveis, e a formalização do investimento se deu 100% online.
Perguntas são mais importantes que respostas.
Deve ser, já que concordam com a afirmação pensadores com a envergadura de Sócrates, só para nos atermos a um exemplo.
Então, ficam as perguntas no ar:
Quais investimentos alternativos você possui hoje em seu portfólio?
O que te impede de iniciar ou aumentar sua exposição?
Quão protegido você estaria hoje se o mercado caísse igual ou mais que março passado?
Por fim, o que os grandes investidores estão vendo que eu não estou?
Essas são as perguntas que precisamos responder e a depender da resposta a cada uma delas, saberemos se a sua carteira de investimentos esta, ou não, adequada ao momento que atravessamos.
Um abraço,
Felipe Souto