Participei recentemente da conferência Global AgInvesting, onde nossa empresa tinha um estande. Enquanto havia algumas dezenas de fundos de investimento agrícolas nos EUA, eu fui encorajado a ver quantos fundos de pensão e escritórios familiares de alta renda também estavam lá, investigando os investimentos em terras agrícolas.
Uma coisa era aparente: o investimento alternativo em terras agrícolas está evoluindo exponencialmente. Dá para constatar, quando grandes investidores, como Bill Gates, se tornam adeptos a este ativo.
Então, o que faz esta classe de ativo crescer tão rápido no mercado? Por que grandes profissionais estão investindo nesta área? A conclusão parece bastante simples: elevado retorno, estabilidade de ativos e diversificação de portfólio.
Retorno do investimento em terras agrícolas
As terras agrícolas têm se mostrado uma classe de ativos atraente para investidores profissionais, com retornos quase uniformemente positivos, desde o início dos anos 90.
Isto porque os investidores podem ganhar dinheiro de duas formas: a partir do aluguel anual que os agricultores pagam para usar a terra e também a partir de aumentos constantes no valor da terra.
Por exemplo, considere um pedaço de terra agrícola no Meio-Oeste ou no Sul. Assumindo um aluguel anual à vista de 4% e um crescimento do valor da terra de 6%, o retorno total anual seria de cerca de 10%.
Para fazendas estáveis e produtivas, isto seria considerado normal ou mesmo um retorno de longo prazo atraente no ambiente atual. Na outra ponta, uma fazenda de amêndoas na Califórnia pode produzir um rendimento de 8% e um crescimento anual do valor da terra de 4%, resultando em um retorno anualizado de 12%.
No entanto, este último exemplo pode ter mais volatilidade – oscilações no preço e na renda anual em dinheiro.
Independentemente dos exemplos acima, é importante notar que os ganhos de investimento estão sendo discutidos sem o uso de dívidas para ampliar os retornos.
Os perfis de retorno dos investimentos em propriedades rurais podem ter menor volatilidade do que os investimentos em imóveis residenciais ou comerciais.
Estabilidade de patrimônio
Um tema central para investidores em terras agrícolas é o equilíbrio entre a oferta de terra versus a demanda de alimento.
Em termos simples, a quantidade de terras agrícolas nos EUA está diminuindo a uma taxa de quase 3 acres (aproximadamente 12.200 m²) por minuto. No entanto, à medida que a população mundial aumenta, a demanda por alimentos também aumenta.
A economia básica sugere que a dinâmica da diminuição da oferta de terras agrícolas e o aumento da demanda por alimentos levaria ao aumento do valor da terra.
De fato, isto tem provado ser verdade através de aumentos constantes no valor das terras agrícolas.
Diversificação do portfólio com o investimento em terras agrícolas
As terras agrícolas têm se mostrado um atraente candidato a investimento.
Entretanto, as terras agrícolas também têm pouca ou nenhuma correlação com a maioria das principais classes de ativos, tais como bolsas de valores, títulos ou ouro.
Assim, alguns gestores identificaram as terras agrícolas como uma ferramenta útil na diversificação de portfólio.
A TIAA Nuveen publicou um white paper informativo que mostra que ativos reais como terras agrícolas, madeireiras e imóveis são investimentos efetivos para diversificação de carteiras.
Em sua pesquisa, a TIAA sugeriu que adicionar terras agrícolas à sua carteira aumentou o retorno médio anual do investimento, ao mesmo tempo, em que diminuiu a volatilidade da carteira.
Uma classe de ativos subutilizados
Curiosamente, apesar desses benefícios potenciais, o número de investidores envolvidos em terras agrícolas continua pequeno.
A relativa imaturidade das terras agrícolas como uma classe de ativos deve-se à falta de transparência no mercado e ao desconhecimento do ativo entre os não agricultores (e potenciais investidores).
Apenas 3% das terras agrícolas nos EUA são de propriedade de empresas. Enquanto quase 40% das terras agrícolas são arrendadas pelo seu proprietário, e a maioria desses proprietários são pessoas físicas.
Uma pequena fatia da propriedade agrícola está nas mãos de fundos de investimento e investidores profissionais.
Embora a propriedade profissional e o investimento em terras agrícolas esteja crescendo, a participação relativamente pequena no ativo é uma das principais razões pelas quais não tem sido amplamente divulgada.
Outro motivo é a educação. Organizações como a Faculdade de Agricultura e Insights Econômicos Agrícolas da Universidade Purdue tem como propósito incentivar os investimentos por meio do conhecimento.
Embora isso não seja suficiente, já está chamando a atenção da indústria e dos jornalistas financeiros. Escrever e alertar sobre o tema é o principal requisito para expandir o conhecimento sobre os investimentos alternativos.
Embora as terras agrícolas tenham sido relativamente subutilizadas e não divulgadas como uma classe de ativos alternativos, o valor para investir nela parece caro, mas não é.
O segmento se profissionalizou. As plataformas eletrônicas estão crescendo com mais robustez e com isso, os bilionários ficam espertos com a oportunidade.
Se for esperar por notícias financeiras em investimentos alternativos na imprensa, o conteúdo ainda é raso, porém, há uma grande mudança.
Em tempos de juros baixos, diversificar a carteira é a opção e o investidores (profissionais ou não) esperam ouvir mais sobre as possibilidades de rentabilidade.
Para saber mais sobre como você pode investir em terras agrícolas, ou se você tiver alguma dúvida, sinta-se à vontade para nos contatar a qualquer momento através do e-mail contato@bloxs.com.br.
Fonte: Acretrader