Uma nova opção para se investir.
O investimento nos mercados financeiros nunca foi tão fácil como atualmente e, nos últimos dez anos, surgiram várias novas empresas que permitiram o acesso aos ativos alternativos.
As plataformas eletrônicas de investimento eliminaram duas barreiras que impediam a entrada dos investidores: as elevadas exigências de capital e a especialização necessária no ativo.
As classes de ativos, como as imobiliárias, que no passado exigiam um aporte de seis dígitos, um consultor experiente e uma quantidade abundante de investigação pessoal, podem agora ser adicionadas à carteira com um investimento mínimo de R$ 1.000,00.
Para a maioria dos investidores que não tem uma carteira multimilionária ou conhecimentos específicos da indústria, os investimentos alternativos surgiram para uma revolução financeira. Agora, eles podem ter acesso a novos e lucrativos investimentos, o que inclui aportar em arte.
Por que é importante investir em arte?
Atualmente, o sistema financeiro global está tão interligado que investir simultaneamente na bolsa de Tóquio (índice Nikkei), na Nasdaq (índice S&P), Londres (índice FTSE) e Bovespa (índice Ibovespa) não garante que uma queda substancial no mercado de um país não possa atingir o outro. Estes principais índices de ações estão altamente correlacionados.
No entanto, a Teoria Moderna do Portfólio diz que a capacidade de colocar dinheiro em investimentos cujos preços se movem independentemente uns dos outros, é essencial para manter a saúde financeira da sua carteira em tempos de incerteza.
Se investe em numa série de produtos financeiros diferentes, quando o valor de um está embaixo, precisa que os outros ativos mantenham ou aumentem o seu valor e, assim, equilibra a carteira.
Os investidores têm procurado apostar em ativos que não estão correlacionados, uma vez que se seguiram intensas recessões na última década. Investir em arte, portanto, se tornou uma estratégia para a carteira garantindo segurança e rentabilidade de longo prazo.
Investir em arte permite aumentar os retornos projetados da sua carteira, minimizando o seu perfil de risco global através da diversificação.
A relação entre artes plásticas e mercado financeiro
Os maiores economistas de Arte, Jianping Mei e Michael Moses, criaram o principal índice do segmento utilizando dados com a mesma referência de leilões públicos. Determinou um coeficiente de longo prazo de 0,04 com S&P 500 (índice das bolsas dos EUA).
Em termos estatísticos, um coeficiente de zero não sinalizaria qualquer correlação e +1.0 ou -1.0 sinalizaria relações positivas ou negativas, respectivamente.
Nos últimos anos, outros investidores têm seguido o exemplo na tentativa de quantificar a relação entre o mercado da arte e outros ativos.
Os analistas Renneboog e Spaenjers criaram um índice utilizando um modelo de regressão hedônica. No estudo, eles encontraram uma relação ligeiramente inversa entre arte e o S&P 500 (índice das bolsas dos EUA), com um coeficiente de correlação de (0.03), e uma correlação positiva com o mercado da bolsa global de 0.20, onde nenhum deles é estatisticamente significativo a partir de zero.
Contudo, o artigo revelou que os preços da arte estão mais correlacionados com os retornos do mercado da bolsa. Enquanto os mercados financeiros sofriam em 2007 e 2008, a procura de belas artes subia a novos patamares.
O mercado em ascensão
Enquanto os mercados financeiros começaram a desabrochar em 2007 e 2008, a procura de belas-artes já havia disparado a novos patamares e bateu recordes. Em 2005, cerca de 630 milhões de dólares entraram no mercado de artes por meio de Leilões, com valores de US$ 5 milhões ou mais. O segmento é rotulado como obras de arte de excelência.
Em comparação, durante o ano de 2008, enquanto o sistema bancário norte-americano enfrentava a incerteza com o colapso do Lehman Brothers, o valor das obras-primas em leilão tinha quase quadruplicado para um recorde de 2,2 mil milhões de dólares.
A turbulência financeira nos mercados globais teve um efeito de ondulação. Isto causou um declínio acentuado no número de obras de arte que começaram a ser negociadas no momento em que os preços das ações se recuperavam.
Mesmo assim, o total de cerca de 625 milhões de dólares negociados em leilão em 2009 estava ao nível dos resultados de 2005. Do outro lado, as ações ainda tentavam sair do buraco que foi causado pelo crash financeiro. A bolsa estava em um nível que não se via desde os anos 90.
Em comparativo com as ações e o imobiliário, a recuperação do mercado da arte foi extremamente rápida. Em 2012, o mercado já estava à frente do seu pico de 2008. O mercado continuou a crescer a novos patamares, atingindo um recorde espantoso de 4,2 bilhões de dólares em vendas de obras-primas em 2015.
A arte pode ser dividida entre o mercado mais amplo (e diversificado) e o topo do segmento (as obras mais históricas e conhecidas), e é neste estágio que há uma resistência incrível à volatilidade nos tempos mais difíceis para a economia global.
Em parte, isto pode ser atribuído ao fato de as “belas artes” terem sido compradas por investidores com extrema riqueza e financiadas, principalmente, por meio de capital próprio.
Assim, não se surpreende que a procura por obras-primas, tanto do ponto de vista estético, como da sua capacidade de proporcionar uma reserva segura de riqueza, continua a crescer.
Quanto devo investir em arte?
De acordo com o Wall Street Journal, quase 8% da riqueza total está ligada a “investimentos alternativos”, como a arte, mas o número pode variar muito entre os investidores.
O professor Michael Moses citou em um entrevista que destinar de 10% a 20% das suas reservas é razoável. É importante ressaltar que a sua tolerância ao risco e os seus objetivos financeiros devem ser levados em consideração na diversificação da carteira.
Fonte: Masterworks