No transcorrer da história humana, na medida em que as sociedades evoluíram e criaram mecanismos cambiais, o mundo financeiro, por consequência, tornou-se cada vez mais complexo. Nesse sentido, a teoria do ciclo econômico surge como uma peça-chave para compreensão das flutuações que impactam diretamente as atividades econômicas dos países.
De fato, a teoria do ciclo econômico é ampla e abrange diversas perspectivas ao longo do tempo. Esse campo da economia continua em constante evolução, na sua maioria baseado nas teorias Keynesianas alicerçadas nas variáveis macroeconômicas, como gastos do governo e investimento para explicar as flutuações na atividade econômica.
Também fundamenta-se nas teorias monetaristas, no papel da oferta de dinheiro na determinação dos ciclos econômicos. E, mais recentemente, as abordagens modernas incorporaram elementos de rigidez nominal, imperfeições no mercado de trabalho e choques tecnológicos para explicar as flutuações econômicas.
O que é o ciclo econômico?
Resumidamente, pode-se dizer que o ciclo econômico trata-se da sucessão natural de fases que acabam caracterizando a atividade econômica de um país no transcorrer do tempo. O ciclo, portanto, é composto por estágios, sendo eles: Expansão, Boom, Contração e Recessão.
Essas fases ou estágios refletem diretamente a oscilação entre o momento de crescimento e declínio econômico. É importante destacar que essa dinâmica do mercado é impulsionada por fatores como a demanda, o investimento e as políticas governamentais de modo geral. Esse processo, portanto, interfere diretamente no ciclo de influência de empregos, na produção e na própria inflação.
Nessa perspectiva, entende-se que esse movimento da dinâmica cambial de mercado é cíclico. Isso quer dizer que o ciclo econômico permite compreender as flutuações econômicas, as adaptações e estratégias que determinados governos devem seguir. Além disso, possibilita entender os movimentos que empresas e consumidores exercem nele, uma vez que também são variáveis lógicas nessa dinâmica do mundo financeiro.
Quais são os estágios do ciclo econômico?
Em síntese, é importante destacar que os estágios de um ciclo econômico — que incluem:
- Expansão,
- Boom,
- Contração e
- Recessão
Tais fases são moldados por diversos fatores que impactam significativamente o mercado.
Na fase de Expansão, o mercado tende a apresentar um desempenho mais positivo. Um exemplo clássico é o mercado de ações ligadas às dinâmicas tecnológicas. Nele, as empresas conseguem experimentar um aumento nos processos das ações devido ao crescimento robusto, de modo que os investidores tornam-se mais confiantes e, por consequência, o setor cresce ainda mais.
Um exemplo histórico desse movimento foi o período de expansão dos Estados Unidos na década de 90. No caso, ele foi impulsionado pela revolução tecnológica da informação, o embrião da indústria 4.0, que hoje encontra-se em transição para a 5.0.
O estágio do Boom é aquele em que alguns setores do mercado conseguem testemunhar um crescimento extraordinário em comparação com os demais. Durante a bolha da dot-com nos anos 2000, o setor de tecnologia, por exemplo, experimentou um boom espetacular, elevando diversas empresas a avaliações fora do comum. O mercado imobiliário, por sua vez, também floresceu durante o período, atingindo preços elevadíssimos.
No estágio de Contração, em sua maioria, os mercados tendem a refletir uma aversão ao risco. Isso quer dizer que o setor financeiro, por exemplo, pode acabar enfrentando desafios como a redução do crédito e a queda nos preços de determinados ativos. Um exemplo clássico dessa mecânica é a crise financeira global de 2008, que impactou os mercados financeiros do mundo todo, devido à dinâmica do dólar.
Na fase da Recessão — que pode ser considerada uma crise econômica — há a redução da empregabilidade, da atividade empresarial e da renda da população. No caso dos consumidores, isso significa que eles tendem a gastar menos, visto que o poder de compra diminui. No setor de turismo, por exemplo, a busca pela compra de pacotes de viagens mais econômicos é bem maior do que os pacotes completos.
Por qual razão acontece o ciclo econômico?
O ciclo econômico costuma correr por uma complexa interação entre fatores e variáveis lógicas. Entre eles estão os choques tecnológicos, as políticas monetárias e fiscais, as flutuações na demanda agregada, eventos imprevistos e as expectativas de determinados agentes econômicos.
Essas variáveis, portanto, possuem forte influência nas atividades econômicas, criando padrões que se enquadram nos estágios mencionados anteriormente. Além disso, a própria confiança, o comportamento dos consumidores e suas decisões também afetam sua natureza cíclica.
Ciclos econômicos refletem a dinâmica inerente às economias, moldando-se por forças internas e externas. Isso é responsável por gerar oscilações na produção, nos empregos e nos investimentos ao longo do tempo.
No fim, os ciclos econômicos podem ter influência em diversos setores. Na fase de expansão, a confiança pode aumentar a dinâmica de turismo, crescendo a oferta e, por consequência, diminuindo o valor.
Já na fase de recessão, as empresas de turismo tendem a enfrentar uma baixa atrelada ao próprio aumento dos valores agregados. Em última análise, os ciclos econômicos devem ser analisados conforme a realidade de cada país, sem desconsiderar a totalidade e a inter-relação entre o mundo e suas dinâmicas de comércio.