Em um determinado momento da existência, em um ponto do espaço e do tempo, as relações sociais passaram a ser intermediadas pelo modo de produção capitalista. Esse fenômeno resultou, obviamente, em trocas estabelecidas nas quais o dinheiro atua como tendência. É a partir dessa concepção que o conceito de inflação passou a ser explorado.
O termo inflação, na sua concepção moderna, foi debatido por economistas como David Hume, por exemplo, com o intuito de estudar as causas e as consequências das flutuações de preços. Desde então, o conceito passou a ser trabalhado, em especial no século XX, com o advento das teorias monetaristas e keynesianas.
Hoje, a inflação é um tema que permeia o cotidiano de todos os brasileiros, influenciando diretamente o poder de compra das pessoas. Nesse sentido, para entender tal realidade, é elementar compreender o que é a inflação, como funciona o seu cálculo, quais são os tipos existentes e quais consequências são geradas a partir dessa dinâmica do capital.
O que é a inflação?
Em síntese, a inflação pode ser definida como o aumento contínuo e generalizado dos preços tanto de bens quanto de serviços em uma determinada economia a longo prazo. Isso quer dizer, portanto, que a inflação representa de forma explícita a perda do poder de compra da moeda utilizada nas transações cotidianas.
Consequentemente, com o transcorrer do tempo, a partir desse processo, as formações sociais começam a perceber que o mesmo valor de dinheiro, que em um momento comprava uma certa quantidade de produtos e serviços, deixa de comprá-los, evidenciado diretamente o decaimento do poder aquisitivo.
Como a inflação é calculada?
Na realidade brasileira, o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador oficial utilizado para medir o inchaço econômico. Nessa perspectiva, é importante compreender, também, que o IPCA considera uma cesta de produtos e serviços que representam os gastos das famílias.
Os valores de tais itens e serviços são coletados mensalmente e, a partir disso, comparados com os preços dos meses anteriores, constituindo a base de cálculo para entender a variação inflacionária. Além disso, esse índice é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), servindo como referência para os governos definirem as políticas econômicas do país.
Quais são os tipos de inflação?
Embora o termo encontre-se associado à perda do poder de compra, especialmente das classes menos favorecidas, é importante entender que existem tipos diferentes de inflação, sendo fundamental distingui-los. Em síntese, podemos dizer que existem quatro tipos: a inflação por demanda, a inflação de custos, a inflação inercial e a inflação importada.
- Inflação por demanda: ocorre quando a demanda por determinados bens e serviços é maior do que a capacidade de produção da economia, o que acaba ocasionando o aumento dos preços;
- Inflação de custos: diz respeito ao momento em que os custos de produção das empresas aumentam, seja por elevação de salários, aumento de preços de matérias-primas ou até mesmo a escassez de recursos;
- Inflação inercial: causada pela expectativa de que os preços tendem a continuar em uma crescente, fazendo com que as empresas reajustem os seus valores, de modo que os consumidores passem a aceitar tais reajustes;
- Inflação importada: decorre do aumento dos preços de produtos importados, que, por causa e efeito, majoritariamente, influenciam as variações cambiais.
Como se proteger da inflação?
Para quem investe, diversificar a carteira é uma estratégia fundamental para proteger os investimentos da inflação. A alocação estratégica de ativos, incluindo investimentos historicamente resilientes à inflação, pode ser uma abordagem eficaz.
Efeitos nos Investimentos
A inflação pode impactar negativamente o poder de compra, exigindo que os investidores considerem ativos historicamente resilientes à inflação, como ações e ativos reais. A capacidade de adaptação a diferentes cenários econômicos é essencial para preservar o valor dos investimentos.
Efeitos no mercado de capitais
No contexto do mercado de capitais, é vital compreender as dinâmicas entre inflação e investimentos. A automação de processos e o acesso a informações em tempo real são ferramentas valiosas para os participantes do mercado. Buscar soluções inovadoras que se adaptem às mudanças nas condições econômicas é essencial em um ambiente dinâmico.
Em conclusão, uma abordagem proativa, a diversificação cuidadosa dos investimentos e a compreensão das políticas econômicas são cruciais para enfrentar os desafios da inflação. Em um mercado em constante evolução, estar preparado para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades é essencial.
Quais as causas e os impactos da inflação no poder de compra?
De fato, a inflação pode ser desencadeada por uma série de fatores. Entre os principais, pode-se incluir:
- o aumento da demanda por serviços ou produtos;
- desequilíbrios na lei geral da economia (a oferta e a demanda);
- aumento da própria base monetária;
- custos de produção elevados;
- políticas monetárias expansionistas;
- choques externos com outras economias.
O principal impacto de grandes ondas inflacionárias no território, como já foi mencionado, é a perda do poder de compra. Quando o valor de um determinado serviço ou produto aumenta significativamente, o consumidor precisa gastar mais dinheiro para adquirir os mesmos bens e serviços que conquistaria com menos dinheiro em um período de baixa inflacionária.
Essa dinâmica faz com que o poder de compra seja reduzido, obrigando os sujeitos a fazer escolhas financeiras difíceis, cortando gastos em aspectos fundamentais para a manutenção da sua própria existência. Por exemplo, os carros populares, conhecidos por sua acessibilidade e presença massiva nas rodovias brasileiras, são bens que não escapam das altas ondas inflacionárias.
Inclusive, esse produto em específico pode ser afetado diretamente pelo aumento dos custos da própria produção, o encarecimento de matérias-primas, além da variação cambial, considerando que a construção dos veículos ocorre naquilo que denominamos como sistema-mundo-moderno-colonial, no qual um produto depende da escala global para ser produzido.
No final das contas, em um cenário econômico pautado pela globalização, que se encontra em constantes mudanças, compreender a inflação e os seus mecanismos é fundamental para tomar decisões informadas, de modo a garantir um futuro estável.