A crise da Americanas parece mesmo ter aumentado a aversão ao risco das instituições financeiras na concessão de crédito, não apenas para grandes empresas, mas também para pequenos e médios empreendedores.
E o ambiente mais difícil de acesso ao crédito não poderia ocorrer em um momento mais adverso.
A recente alta de juros pelo Banco Central encareceu o custo de financiamento das empresas, reduzindo a liquidez do sistema e atrasando muitos projetos de investimento.
Alguns analistas, inclusive, chegam a usar a expressão “credit crunch” para descrever esse cenário de restrição do crédito, de maior seletividade dos bancos e de spreads mais elevados.
Com isso, muitas empresas vêm buscando fontes alternativas de financiamento para implementar seus projetos e alavancar seu crescimento, como o acesso direto ao mercado de capitais por meio de plataformas fora do sistema bancário tradicional.


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Para entender melhor o atual ambiente de crédito empresarial e explorar as melhores alternativas de financiamento para pequenas e médias empresas, a Bloxs conversou com o economista e professor do Insper, Alexandre Jorge Chaia, que também abordou o impacto do caso Americanas no mercado de aquisição de recebíveis.
Os tópicos que vamos abordar a partir de agora são:
Caso Americanas aumenta aversão ao risco dos bancos
Já há sinais de piora na concessão de crédito para empresas, diante da maior aversão ao risco das instituições financeiras, principalmente após a crise da Americanas.
Vários bancos foram pegos de surpresa com a revelação das “inconsistências contábeis” das Lojas Americanas por Sergio Rial em sua passagem-relâmpago pelo cargo de CEO da companhia.
Na temporada de balanços do quarto trimestre de 2022, diversas instituições financeiras informaram que farão provisões bilionárias, em caso de não recuperação dos recebíveis devidos pela varejista.
Essa situação acabou aumentando a seletividade dos bancos e os spreads das operações, tornando o acesso ao crédito muito mais difícil e caro.
Para entender melhor os impactos dessa realidade no mercado de crédito, a Bloxs entrevistou o professor do Insper, Alexandre Jorge Chaia, para entender as implicações do caso Americanas para pequenas e médias empresas.
A conversa foi transmitida ao vivo no canal da Bloxs no Instagram e apresentamos a seguir os principais destaques.

Na visão de Márcio Paiva, RI Bloxs Asset, que participou da implementação do produto de desconto sacado em sua passagem pelo Santander, chamado “Confirma”, entre 2001 e 2022.
À época da criação dessa solução, tínhamos como cliente a Americanas.com e ainda não havia o conceito de marketplace, em que terceiros vendiam suas mercadorias em plataformas de terceiros. O banco assumia o papel do fornecedor na operação, que antecipava seus recursos em uma cessão de crédito.
Para Paiva, houve modificações no produto “desconto sacado” com a evolução do comércio eletrônico nos últimos anos, as quais ajudaram a criar uma verdadeira “bola de neve” que desencadeou a crise na Americanas.


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Na visão do professor do Insper, Alexandre Jorge Chaia, a operação de antecipação de recebíveis é extremamente importante para dar liquidez às empresas e aumentar a concessão de crédito para clientes.

No entanto, segundo Chaia, as inconsistência contábeis da Americanas acabaram escondendo o real risco de crédito dessas antecipações de recebíveis e, após a revelação do caso, os bancos passaram a acionar as cláusulas de execução antecipada da dívida, gerando um risco de liquidez da companhia.
Eventualmente, talvez a Americanas até conseguisse rolar essas dívidas e quitá-las com o lucro da sua operação, mas, com o “gap” de patrimônio, os bancos começaram a segurar o dinheiro do crédito que a varejista tinha, na tentativa de executar antecipadamente suas dívidas, o que gerou uma dificuldade de caixa para a companhia.
Na visão do professor, a Americanas fez uma distribuição de lucros inflada, em razão desse erro de contabilização. Essa situação poderia até ser solucionada com o tempo, se a empresa conseguisse manter sua operação e situação de capital de giro normalmente, porém a ação dos bancos, na tentativa de reduzir sua exposição ao risco de crédito, acabou tendo um efeito em cadeia, que levou os fornecedores a exigir pagamentos à vista por suas mercadorias.
Capitalização é a solução?
Em seguida, Márcio Paiva indagou ao professor se a proposta de capitalização dos acionistas de referência seria suficiente para normalizar a operação da varejista.
A capitalização é possível, mas o problema é o risco de imagem da companhia na sequência. Como que os bancos, que tomaram um calote, vão voltar a financiar a empresa? Isso é ainda mais sintomático, porque a Americanas faz uso intensivo de capital e precisa ter acesso às linhas tradicionais de crédito e ao mercado de capitais para viabilizar sua operação.
Impacto do caso Americanas para o mercado de crédito
Chaia acredita que os processos de falência são da natureza do capitalismo, que é um sistema altamente competitivo e, por isso, é natural que alguns players fiquem para trás e sejam substituídos por outros mais eficientes.


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No entanto, o agravante do caso Americanas é que ele está ocorrendo em um momento adverso da economia, com juros elevados e desaceleração da atividade, o que poderia ter efeitos secundários sobre o fornecedores do setor de varejo de forma mais ampla, sobretudo pela contração do crédito e das dificuldades de caixa de muitas companhias.
Esse cenário de menor liquidez e desaceleração econômica, agravado pela percepção de risco maior do caso Americanas, pode aumentar os níveis de inadimplência e a disposição dos bancos em aumentar suas concessões.
Para o professor do Insper, o mais provável é que ainda tenhamos que conviver com uma inflação elevada e uma tendência de expansão dos gastos públicos, o que exigirá a manutenção das taxas de juros em níveis restritivos, contendo a propensão ao consumo das famílias e os investimentos das empresas.
A inflação pode se estabilizar em um nível de 4% e, nesse caso, o piso dos juros seria de 8%, com um juro real elevado, evitando uma aceleração da economia. O resultado é que continuaremos vendo o Brasil crescendo pouco.
Alternativas às linhas tradicionais de crédito
Diante disso, as empresas enfrentarão um cenário mais adverso para se financiar, o que exigirá alternativas de captação para que se mantenham competitivas.
Uma dessas alternativas é o mercado de capitais, sobretudo com o amadurecimento do setor e a maior diversificação de soluções e plataformas de estruturação de operações para pequenas e médias empresas.
O Grupo Bloxs é um hub de acesso de capitais com soluções para que pequenos e médios empresários possam financiar seus projetos, seja através de operações de dívida, seja por meio de soluções de equity.
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