Os investidores especializados em alocar recursos em empresas estão buscando novas oportunidades, entre elas o refinanciamento de dívidas existentes.
A parte do Grupo UBS, que é focado em negócio de crédito privado, está vendo aumentar o interesse de investidores sofisticados e ricos em busca de oportunidades para sair da crise.
A unidade da O’Connor Capital Solutions teve o período mais movimentado de sua existência nas últimas sete semanas, com foco em novas oportunidades de investimento. Tudo isso se deve a mudança que o mercado tem enfrentado induzido pelo coronavírus, segundo Baxter Wasson, que é co-diretor do fundo no banco suíço.
“Estamos trabalhando para fechar nossa sétima transação em sete semanas”, disse Wasson aos jornalistas no final da quarta-feira. “Estamos fornecendo liquidez para empresas, capital e também para indivíduos e escritórios familiares de altíssima qualidade”.
As transações e as novas oportunidades vão desde o refinanciamento da dívida existente até o tratamento das chamadas margem (participação acionária nas empresas), bem como a busca de viabilidade de investimento.
Por exemplo, um escritório com característica familiar está procurando usar uma participação em uma empresa privada como garantia de liquidez para fazer novos investimentos, disse Wasson.
Outros clientes ricos estão pedindo refinanciamento de empréstimos de margem que estão próximos de serem chamados devido à volatilidade do mercado, acrescentou ele.
A incerteza no panorama econômico global e o deslocamento do mercado resultaram em um número sem precedentes de empresas que utilizam linhas de crédito e buscam meios de sustentar a liquidez à medida que as receitas e o fluxo de caixa são atingidos.
Isso está levando a oportunidades interessantes de investimento de valor relativo nos mercados de crédito de hoje.
O presidente da UBS, Sergio Ermotti, disse no final de março que “não há na história, estatística tão positiva em que o crédito tenha sido tarifado de forma tão atraente, como no momento atual”.
Alguns bilionários estão se juntando a investidores como Oaktree Capital Group e Cerberus Capital Management na busca de oportunidades de empréstimos a empresas que necessitam de liquidez em meio à pandemia.
Através de seus fundos de crédito privado, o UBS está trabalhando no financiamento de uma empresa de middle-market em busca de liquidez, bem como no financiamento para aquisição de empresas menos resistentes, segundo Wasson.
A empresa também está atuando para fornecer às empresas de aparelhos médicos prazos de 12 a 24 meses de financiamento para ajudá-las a navegar em meio a pandemia e a possível recessão econômica.
O negócio de crédito privado levantou US$ 1 bilhão em 2017 para fornecer financiamento rápido a empresas menores. O capital individual é de até US$ 10 milhões. O UBS está procurando novas maneiras de aumentar sua base de capital, disse Wasson.
O UBS O’Connor, que administra cerca de US$ 5,6 bilhões, foi fundado como O’Connor & Associates em 1977 e vendido a um predecessor do UBS em 1992. Uma parte do capital de seus fundos foi captado de clientes de gestão de fortunas do UBS.
Dentro da carteira de fundos, cerca de 20% a 25% são negócios que o UBS realiza através de seu próprio banco de investimentos. São tipicamente empréstimos a clientes ricos ou empresas que não se encaixam no próprio balanço do banco.
Quem é o grupo UBS?
A UBS Group AG é uma empresa de serviços financeiros com sede em Zurique, na Suíça, sendo uma das principais empresas globais de gestão de fortunas, banco de investimento, gestão e corretagem de valores mobiliários e de investimentos.
Seus serviços são oferecidos a clientes institucionais, governos, grandes empresas e famílias de alta renda, através das seguintes divisões:
- Wealth Management
- Wealth Management Americas
- Personal & Corporate Banking (atuante somente na Suíça)
- Asset Management
- Investment Bank
O grupo possui uma unidade no Brasil e em mais 49 países. Por aqui, eles oferecem serviços de wealth management, investment banking e gestão de ativos.