O mercado tem seus métodos queridinhos de precificar ativo. Se o Dividend Discount Model (DDM) é rei, o Fluxo de Caixa Descontado (DCF) é o imperador. No entanto, existe uma outra alternativa — o Valor Econômico Adicionado. Esse método visa mensurar o valor que a companhia gera (ou destrói) num determinado período.
A metodologia foi criada na década de 80 pelo grupo de consultoria americano Stern Stewart & Company. No entanto, no Brasil, além de pouco usado também não é muito conhecido.
A técnica não precisa ser, necessariamente, empregada somente por nós investidores, mas também por empresas e gestores que desejam avaliar a geração de valor de um determinado projeto ou de uma subsidiária, por exemplo. Empresas renomadas como a Coca-Cola já fizeram uso do EVA.
Ademais, o EVA tem uma particularidade interessante, ele leva em consideração o custo do capital. No mercado financeiro, é importante saber de onde o dinheiro vem. O banco almeja um tipo de retorno, o debenturista, outro. Já o acionista é quem requer a maior remuneração, pois está assumindo o maior risco.
Sua fórmula é relativamente simples:
EVA = NOPAT – (WACC*Capital Investido)
Se você é um principiante no mundo das finanças pode estar perplexo com as siglas, mas calma, os conceitos por trás delas são bastante intuitivos.
O NOPAT é uma sigla do inglês que significa “Lucro após impostos”. Para chegar nele, utilizamos o lucro operacional e descontamos a alíquota efetiva, um jargão do mercado que, de forma geral, quer dizer o quanto a empresa paga de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido.
O WACC também vem do inglês e quer dizer “Custo médio ponderado de capital”. Seu objetivo é medir o custo de capital próprio e de terceiros, dadas as proporções. Assim, na hipótese de uma empresa sem dívida, o WACC consistiria somente no custo de capital próprio. Por fim, o Capital Investido representa o patrimônio líquido da empresa somado ao seu endividamento.
O EVA é uma excelente ferramenta para avaliar performance, mas também tem suas limitações. Um dos problemas é que ele dá muita importância ao capital investido, e se adapta melhor a empresas já maduras e intensivas em capital, como indústrias. Companhias de tecnologia, cujo balanço tende a ser mais enxuto, não são casos ideais para a aplicação do modelo.
Não há consenso da literatura acadêmica acerca da efetividade do EVA. Alguns afirmam que sua adoção gerou retornos extraordinários, outros argumentam que, com sua popularização na década de 90, seus resultados tomaram carona no bull market da época.
De qualquer forma, é importante conhecermos este método de avaliação de companhias, pois nos possibilita ampliar nosso leque de conhecimento.
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