Faz tempo que não apareço por aqui. A despeito de ter na escrita um prazer imenso, estamos num momento muito intenso e movimentado por aqui e as 24 horas dos dias parecem não ser o suficiente para dar conta de tanta coisa. No mundo das startups chamam isso de “dor do crescimento”, mas tá doendo mesmo é a garganta, já sem voz, de tanta reunião e conferência (rs). Tudo bem.
Hoje, não teve jeito e precisava escrever para vocês sobre algumas das minhas percepções acerca de uma oportunidade que está bem embaixo do nosso nariz e, talvez, pela miopia inerente a nossa incapacidade de ver o todo, estejamos deixando passar. Vários acontecimentos, aparentemente isolados, acabaram se conectando e no fim passaram a fazer algum sentido.
Entre reflexões, pensamentos e dilemas éticos eis que devemos chegar a alguma conclusão. Faço-me mais claro. Vejamos:
Suponha que você possui uma casa no litoral em um condomínio de luxo. Todos os terrenos e edificações seguem um determinado padrão e por alguma razão, um belo dia surge uma placa “VENDE-SE” na propriedade vizinha a sua. Algo corriqueiro e até inútil podemos pensar, não fosse o simples fato do valor pedido pela casa estar 50% mais barato que a média dos negócios que ocorrem por ali normalmente.
Pergunto ao caro amigo leitor:
Estando nessa situação, se VOCÊ tivesse a oportunidade, você compraria a casa? SIM, NÃO, TALVEZ (…)
Pois bem, isso de fato ocorreu. Hoje recebi uma ligação de um cliente investidor que viveu esta cena e, SIM, após as consultas básicas documentais, ele comprou a tal casa, A VISTA. Assim como você, fiquei curioso para entender o que estava por trás dessa oportunidade.
Fui informado que o proprietário original da casa havia falecido a pouco, deixando como herdeiro um único filho, profissional bem sucedido nos EUA e que não vem ao Brasil faz muito tempo. Após a morte do pai, o mesmo imediatamente colocou a propriedade à venda e na ânsia de fazê-lo o mais rápido possível precificou o ativo da maneira que entendeu melhor.
Será que o meu cliente foi correto ao adquirir o imóvel por aquele preço?
Não deveria ele alertar ao “gringo” desavisado que aquela precificação estava errada?
Seria ele um abutre, um aproveitador?
Esses pensamentos rondavam a minha imaginação após o nosso telefonema e ali permaneceram até que – fim do dia – me deparei com uma matéria que falava sobre a PEC dos precatórios e como essas noticiais a respeito do tema geraram uma corrida desenfreada pela venda desses ativos por parte dos seus detentores.
Com tanta evidência e no meio desse caldeirão de informações, as ideias passaram a ficar mais claras e a célebre frase “banqueiro não tem coração tem cofre” atribuída ao famoso Joseph Safra, imediatamente veio à tona.
Fato é, as oportunidades de fazermos bons negócios estão aí estampadas em nossa cara o tempo todo e nós é que complicamos o simples. No mundo dos investimentos privados chamamos isso de ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO.
Curioso é que quanto maior for a assimetria de informação, maior será a probabilidade de ganho e menor será a chance de perda em determinada operação de investimento. E não sou eu que digo isso isoladamente, o grande Nassim Taleb em sua obra ANTIFRÁGIL usou mais de 600 páginas para falar … só isso (ou tudo isso, quem sabe).
“A fragilidade implica ter mais a perder do que a ganhar, que é igual a mais desvantagens do que vantagens, que é igual à Assimetria (Desfavorável)”
Do outro lado (…)
“A Antifragilidade implica ter mais a ganhar do que a perder, que é igual a mais vantagens do que desvantagens, que é igual à Assimetria (Favorável)”.
E é exatamente isso que esta ocorrendo nesse mercado de créditos judiciais, afinal, o ruído, ou a volatilidade, trazida pela propagação das noticias da PEC DOS PRECATÓRIOS junto ao público em geral, podem gerar oportunidades interessantes.
Trocando em miúdos…
Aquele cidadão que mora nos confins do Brasil, no meio do Sertão, e detém um precatório federal, oriundo – por exemplo – de uma ação contra o INSS, está sendo bombardeado de forma sorrateira, muitas vezes com objetivos meramente políticos, pelos profetas do CAOS de que ele sofrerá um CALOTE.
Já sabemos que isso é mentira e que mesmo que a tal da PEC passe em Brasília os termos e condições propostos não afetariam indiscriminadamente todos os Precatórios, muito menos aqueles de menor valor e é nessas horas que, ao separarmos SINAL de RUÍDO é que surgem as grande oportunidades. Fique atento e aproveite.
Abraço,
Felipe Souto
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