Após anos de expansão em suas estratégias de investimento direto, alguns family offices estão revendo a estratégia, diante da mudança do cenário econômico internacional.
Uma reportagem publicada pelo portal Institutional Investor revela que os escritórios que cuidam do patrimônio financeiro de famílias super-ricas sofreram perdas com investimentos diretos no último ano, devido ao aumento da inflação, dos juros e à desaceleração da economia dos EUA.
Na visão de Ronald Diamond, CEO da Diamond Wealth, que representa mais de 100 family offices com ativos que variam de US$ 250 milhões a US$ 30 bilhões, as alocações em empresas de capital fechado requer expertise e experiência.
“Alguns escritórios, principalmente ‘single family’, estão aprendendo da pior maneira que esse não é um jogo para amadores”, afirmou.
Neste artigo, vamos entender melhor por que os family offices aumentaram seus investimentos diretos nos últimos anos e saber por que grande parte deles perdeu dinheiro com essa estratégia.
Os tópicos que vamos abordar são os seguintes:
O boom dos investimentos diretos e mudança de cenário
Após anos de expansão gradual de suas alocações em investimentos diretos, alguns family offices estão sofrendo perdas e revertendo essa estratégia. Em alguns casos, interromperam completamente a prática.
É o que revela o Ronald Diamond, fundador da Diamond Wealth, empresa que representa mais de 100 family offices com patrimônios que variam de US$ 250 milhões a US$ 30 bilhões, auxiliando-os a investir em empresas de capital fechado e projetos privados.
De acordo com o especialista, fatores como inflação, aperto monetário, volatilidade de mercado e desaceleração da economia dos EUA têm prejudicado o desempenho dessa estratégia de investimento.
Isso se aplica especialmente a escritórios do tipo “single family” que, segundo Diamond, não contam com analistas qualificados para buscar, avaliar e realizar investimentos diretos da maneira correta.
“Quem se saiu melhor em alocações diretas foram os family offices maiores, que assumiram grandes participações em empresas e setores que conhecem bem. A experiência desses escritórios depende da sua capacidade de gerenciar o processo de due diligence necessário.”
A estratégia de investimento direto gerou bons resultados nos últimos anos, com um retorno médio de 21% em 2021, de acordo com o relatório RBC 2022 North American Family Wealth.
Em vista disso, muitos family offices resolveram aumentar suas alocações nessa modalidade. De acordo com o relatório Global Family Office 2022, do UBS, os investimentos diretos representaram 9% das carteiras desses escritórios em 2019, 10% em 2020 e 13% em 2021.
Entretanto, a mudança no cenário econômico internacional no último ano fez com que muitos players do setor se dessem conta de que não são tão competentes nessa estratégia quanto imaginavam.
“Não é um jogo para amadores”
Nos últimos seis meses, diversos family offices perceberam que não é um “jogo para amadores”, nas palavras de Ronald Diamond, em entrevista ao portal Institutional Investor.
Muitos escritórios reduziram o volume ou até mesmo interromperam completamente seus investimentos diretos, na tentativa de transferir essa responsabilidade para gestores de ativos. Eles aprenderam da pior maneira que é preciso ter experiência e conhecimento para ter sucesso nesse mercado.
Segundo um relatório de family offices de 2023 da FINTRX, um banco de dados sobre escritórios que administram o patrimônio financeiro de famílias super-ricas, a grande maioria dos que atuam como “single family” (74%) faz investimentos diretos.
No entanto, Diamond afirma que muitos deles não têm as qualificações e a sofisticação necessárias para ingressar nesse mercado com peso.
O especialista explica que a maioria dos “single family offices” foi criada nas últimas duas décadas e não tem condições de contratar uma equipe de profissionais de investimento qualificados e operar como algumas das maiores empresas do setor.
A maioria dos single family offices está enfrentando dificuldades para operar e investir como essas empresas de ponta.
Quem corrobora com essa visão é Steve Brotman, sócio-administrador da empresa de private equity Alpha Partners, especializada em empresas em crescimento. Ele relata que observou essa mesma tendência, diante da brusca queda no “deal flow” envolvendo empresas em estágio de crescimento.
Quando os investimentos em tecnologia estavam com tudo nos EUA, muitos family offices acreditaram que podiam investir por conta própria em empresas do setor que ainda estavam em estágios incipientes de desenvolvimento.
Agora que as perdas começam a aparecer, diversos escritórios resolveram se afastar desse tipo de investimento e se viram em uma situação delicada, com seu capital preso em outros investimentos.
A importância do conhecimento e da diversificação
Felipe Souto, CEO do Grupo Bloxs, ecossistema de investimentos alternativos e soluções de acesso ao mercado de capitais para pequenas e médias empresas em crescimento, segue na mesma linha:
Essas perdas mostram a importância não apenas de conhecer profundamente o setor em que se pretende investir, mas também da necessidade de diversificar com inteligência o portfólio, evitando concentrar demais o capital em um único setor ou classe de ativos. Uma assessoria adequada também é fundamental para realizar uma alocação fundamentada e plenamente ciente dos riscos envolvidos, sobretudo diante de mudanças expressivas no cenário econômico-financeiro.
Felipe destaca ainda que o investimento direto pode ser uma excelente estratégia para family offices bem assessorados por diversos motivos:
Maior controle e influência
As alocações diretas permitem que os family offices tenham mais controle das decisões de investimento, estratégias de negócios e operações de empresas investidas, permitindo influenciar diretamente seu desempenho e gestão, em linha com objetivos e valores específicos.
Acesso a oportunidades exclusivas
Além disso, o investimento direto oferece a possibilidade de acessar oportunidades exclusivas, não disponíveis a outros veículos de investimento, como fundos, em razão das regras vigentes no mercado de capitais.
Dessa forma, podem identificar e aproveitar oportunidades promissoras em setores específicos, como projetos de energia renovável, por exemplo, ou em empresas emergentes com alto potencial de crescimento, antes que se tornem amplamente disponíveis para investidores institucionais.
Potencial de retornos mais elevados
Na visão de Felipe, ao eliminar intermediários e custos associados, os family offices podem obter retornos mais expressivos com investimentos diretos, sempre com uma visão de longo prazo clara, no sentido de buscar oportunidades alinhadas ao seu conhecimento e experiência.
Construção de relacionamentos estratégicos
Outro aspecto importante apontado por Felipe é que o investimento direto em empresas de capital fechado também cria relacionamentos mais estreitos com empreendedores e líderes empresariais, o que pode abrir portas para colaborações e parcerias estratégicas, além de liberar acesso a uma rede mais ampla de oportunidades de investimento no futuro.
Áreas promissoras para investimento direto
Identificar áreas de crescimento com boas perspectivas de retorno em um ambiente econômico-financeiro tão desafiador como o atual pode ser bastante complexo para family offices que desejam impulsionar o patrimônio dos seus clientes no longo prazo.
No entanto, mesmo em setores considerados defensivos, como o de energia, é possível encontrar oportunidades de retornos mais expressivos, capazes de gerar um fluxo de renda constante ao longo de décadas, sem correlação com o mercado financeiro.
Exemplo disso é o setor de energia renovável, que vem registrando um expressivo crescimento no Brasil nos últimos anos, especialmente a partir de fontes alternativas, como a energia solar e eólica.
Encontrar boas oportunidades na área pode ser um bastante complexo sem uma curadoria e assessoria adequadas de especialistas.
Foi por isso que a Bloxs reuniu profissionais experientes e uma assessoria especializada para estruturar uma operação de geração de energia solar em parceria com a Sinergi, empresa experiente no ramo que utilizará os recursos de uma rodada de investimento participativo para implantar e desenvolver duas usinas fotovoltaicas no Paraná, com capacidade de 2 MW.
É o projeto B-Energy – Energia Solar I, que está aberto para captação na Bloxs Crowdfunding e projeta um retorno de 15,29% acima do IPCA, com pagamentos recorrentes ao longo de 30 anos.Para ter acesso a essa oportunidade de investimento direto, em parceria com profissionais e assessores especializados, é muito fácil: basta acessar a página oficial da oferta e realizar um cadastro rápido para solicitar o contato de um dos nossos representantes.