Abilio Diniz (1936-) é um empresário e megainvestidor brasileiro que está à frente do Conselho de Administração da Península Participações, além de integrar os Conselhos de Administração do Carrefour Brasil e Global.
Após mais de cinco décadas dedicadas à construção e expansão do Grupo Pão de Açúcar, Abilio Diniz acumula hoje uma fortuna estimada em mais de US$ 2,2 bilhões, sendo assim o 15º homem mais rico do Brasil.
Hoje você vai conhecer a história de superação e reinvenção desse ícone do empreendedorismo brasileiro, que transformou a doceria de seu pai em um dos maiores conglomerados varejistas da América Latina.
Abilio Diniz: a Trajetória de um Líder em Constante Renovação
Filho do imigrante português Valentim e da devota Floripes Diniz, Abilio dos Santos Diniz é o primeiro dos seis filhos do casal. Nascido em 1936, Abilio cresceu no tradicional bairro de Paraíso, em São Paulo.
Assim que pisou em terras brasileiras, seu pai Valentim ficou absolutamente maravilhado com as belezas naturais do Rio de janeiro.
O Pão de Açúcar ficou tão indelevelmente marcado em sua lembrança que o comerciante português decidiu batizar sua pequena doceria com o nome desse inconfundível monumento brasileiro.
Desde muito jovem, Abilio se inseriu na rotina do pequeno comércio do pai, ora ajudando na produção de doces, ora saindo para entregar os produtos nas casas dos clientes.
Essa vivência constante ao lado do pai na condução dos negócios da família acabou por influenciar mais tarde a escolha da sua carreira profissional.
Ainda na adolescência, Abilio Diniz desenvolveu predileção pelo esporte. Aos 13 anos, passou a se exercitar de forma regular, praticando boxe, natação, musculação e futebol.
Formação acadêmica e criação da Rede Pão de Açúcar

A conciliação entre estudos, trabalho e prática de esportes não impediu que Abilio Diniz se dedicasse também à obtenção de uma sólida formação acadêmica.
Em 1956, o jovem empreendedor ingressou na recém-criada Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Empenhado na vida acadêmica, Abilio quis inicialmente prosseguir com os estudos nos Estados Unidos, porém seu pai acabaria lhe fazendo um convite que mudaria para sempre o destino desse visionário empreendedor.
Valentim pediu a Abilio que o auxiliasse na abertura de um supermercado. A proposta cativou tanto o jovem administrador que ele decidiu se empenhar no desenho de um plano de negócios. Assim nascia o primeiro supermercado Pão de Açúcar, localizado na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, bem próximo da doceria aberta por seu pai onze anos antes.
Constituição familiar e expansão dos negócios
Em 1960, Abilio pediu em casamento Auriluce e, juntos, tiveram quatro filhos: Ana Maria, João Paulo, Pedro Paulo e Adriana.
Paralelamente, os negócios da família prosperavam. A cada unidade que ia sendo aberta, o Pão de Açúcar atraía uma fiel clientela de classe média, ajudando a expandir a rede de supermercados.
Apenas cinco anos depois da abertura do primeiro estabelecimento o Pão de Açúcar já começava a se destacar no setor com a aquisição da rede Sirva-se e do Peg-Pag.
Graças a esses investimentos, a rede Pão de Açúcar já contava com 40 supermercados e mais de 1600 colaboradores.
Concomitantemente, Abilio consolidava-se como exímio executivo, sem descuidar dos esportes. No final dos anos 1960, o jovem visionário foi tricampeão brasileiro de motonáutica. Posteriormente, ao lado do irmão Alcides, disputou e ganhou as provas de automobilismo das Mil Milhas de Interlagos, em 1970.
Atuação no Conselho Monetário Nacional

A bem-sucedida trajetória de Abilio Diniz logo chamou a atenção do empresariado e das autoridades do país.
Não por acaso, seu amigo Mário Henrique Simonsen o convidou a integrar os quadros do Conselho Monetário Nacional.
De 1979 a 1989, Abilio dedicou-se piamente à função, mas, em sua opinião, pouco pôde contribuir para o avanço do país. Além disso, precisou afastar-se excessivamente da direção da sua empresa, o que mais tarde o fez avaliar que, em toda a sua vida, essa acabara sendo uma “década perdida”.
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Briga familiar, sequestro e quase falência da empresa
Na virada dos anos 80 para os 90, três eventos singulares acabaram por provocar em Abilio uma abrupta mudança de visão de mundo.
O primeiro deles foi a briga com os irmãos em torno dos direitos sucessórios do Grupo Pão de Açúcar. Essa querela familiar abalou profundamente Abilio, que só conseguiu dissipar as tensões em 1994, quando ficou acordado que ele assumiria o controle da companhia.
O segundo e mais traumático evento foi o seu sequestro, ocorrido no dia 11 de dezembro de 1989. O empresário passou sete dias em cativeiro, preso em um cubículo subterrâneo.
O sequestro acabou eliminando da minha mente a crença de que eu era um homem intangível e indestrutível. […] A raiva e a frustração dessa experiência foram convertidas em alimento para minha elevação espiritual e para meu desenvolvimento afetivo“.
O último evento da mais dura série de desafios vivida por Abilio foi a quase falência do Grupo Pão de Açúcar em 1990.
Foi nessa oportunidade que o executivo levou a cabo um grande processo de reengenharia, no intuito de “resgatar a eficiência perdida no rápido crescimento da companhia”. Ao final desse processo, o conglomerado passou a operar com quatro formatos de lojas: Pão de Açúcar, Extra, Superbox e Eletro.
Mais uma vez, Abilio Diniz conseguiu superar incomensuráveis obstáculos com extrema argúcia e humildade, em nada lembrando seu estilo até então agressivo e combativo nos negócios.
O trauma dessas experiências, ademais, o fez fortalecer seus laços com Deus e relembrar a fervorosa e compenetrada fé de sua mãe, com quem costumava ir à missa todos os domingos.
Volta por cima e abertura de capital em Nova York
De nada serviu a crise dos anos 1990 senão para reafirmar em Abilio Diniz a essência de um líder em constante renovação.
Ao retomar a direção da empresa duramente construída ao longo de décadas, Abilio Diniz deu início a mais um ciclo de expansão e lucros nos negócios.
Na vida pessoal, em 1994 realizou o sonho de correr a maratona de Nova York, cidade onde um ano depois abriria o capital do Grupo Pão de Açúcar (GPA). Nessa oportunidade, a companhia conseguiu levantar US$ 172,5 milhões com o primeiro lançamento de papéis de uma empresa brasileira varejista de alimentos.
A partir de então, o grupo começa a realizar diversas aquisições no intuito de impulsionar sua expansão.
Ao final dos anos 90, o GPA adquire a rede Peralta e Barateiro, com foco na população de baixa renda.
Em 1999, buscando alavancar seu crescimento, Abilio costura uma sociedade entre o GPA o destacado grupo francês Casino.
Logo em seguida ocorre a aquisição da rede Sé Supermercados, com 60 lojas em 16 municípios do Estado de São Paulo, acompanhada da compra da rede Comprebem, de Pernambuco.
Em 2003, o GPA associa-se à rede Sendas, líder do segmento no Rio de Janeiro. Em 2005, passa por nova reestruturação e o controle do grupo passa a ser compartilhado de forma igualitária entre Abilio Diniz e o Grupo Casino.
No afã de diversificar seu campo de atuação, o Grupo Pão de Açúcar adquiriu, em 2009, a rede Ponto Frio, segunda maior rede de varejo de eletrodomésticos do país. Em dezembro do mesmo ano, o GPA se juntou às Casas Bahia e, em pouquíssimo tempo, dobrou de tamanho e valor de mercado.
Saída do Grupo Pão de Açúcar e criação da Península Participações
Um dos grandes saltos estratégicos planejados por Abilio Diniz para dar projeção internacional ao GPA era uma fusão com o Carrefour que, na época das negociações, era o maior varejista da Europa e o segundo maior do Brasil.
Essa aproximação estratégica inicialmente avançou de maneira muito positiva, mas não seguiu como Abilio esperava e o negócio não prosperou.
As tratativas de fusão acabaram gerando atrito com o grupo Casino, que era sócio do GPA e passou a brigar pela saída de Abilio Diniz do comando da companhia.
Após receber um convite da gestora de investimentos Tarpon para ocupar a presidência do Conselho de Administração da BRF, Abilio resolveu dar novos passos em sua carreira executiva de sucesso de deixar o Grupo Pão de Açúcar para se dedicar à gestão dos ativos da família.
Foi assim que Abilio Diniz resolve criar uma empresa de investimento privado, focada na criação de valor de longo prazo para os recursos da Família Diniz.
Aproveitando-se dos mais de 50 anos de experiência de Abilio Diniz no varejo e no empreendedorismo, a Península investe principalmente em ativos estratégicos, private equity, real estate e asset management.
É a partir da Península que Abilio administra suas participações no Carrefour Brasil, Carrefour Global e BRF como investidor minoritário influente.
Abilio Diniz em 6 frases
- Qualidade em primeiro lugar: “Não adianta querer ser bom em tudo. Escolha um ponto para focar seus esforços e ser melhor nele do que os outros, independentemente do tamanho da sua empresa.”
- Foco em gente e processos: “Para mim, as empresas são todas iguais porque são baseadas em gente e em processos. Deu certo? Elogie as pessoas e os processos. Deu errado? Olhe para as mesmas coisas.”
- Aprendizado com os erros: “O importante é meditar sobre seus erros e, se tiver de cometê-los, que sejam novos erros”.
- Criatividade e destemor ao empreender: “Para ser empreendedor, é preciso ter criatividade, ambição, vontade e saber dosar o medo. Um pouco de medo é sempre bom para manter a cautela, mas muito medo vai impedi-lo de empreender.”
- A importância do fracasso: “A queda é sempre dolorosa, mas é possível tirar algo bom de uma situação ruim. Use a queda para se tornar uma pessoa melhor.”
- Seja um exemplo no que faz: “Defina-se mais pelo comportamento e pelos valores do que pelo conhecimento técnico. Nunca se esqueça de que as pessoas se inspiram em você”.
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Conclusão
Em conclusão, não seria demais dizer que Abilio Diniz é a personificação da transformação e da capacidade de inovar. Em todas as áreas da vida, Abilio procurou se destacar como um homem fiel aos seus princípios, mas flexível o bastante para adaptar seu caminho e repensar suas aspirações diante das adversidades.
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