O governo federal vem reduzindo cada vez mais seus investimentos em um dos pilares mais importantes da nossa economia: o agronegócio.
De acordo com o próprio Ministério da Agricultura, em um levantamento da sua área técnica citado pelo Valor Econômico, as políticas públicas de fomento à agropecuária atingiram seu menor patamar em quatro décadas.
Isso ocorre em um dos momentos de maior desenvolvimento do agro nacional, que expandiu sua presença no mundo e não para de bater recordes de produção e faturamento.
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Além disso, os cortes de linhas de financiamento público, como os anunciados recentemente pelo BNDES, dificultam o acesso dos produtores a recursos para aumentar a oferta de alimentos em tempos de inflação em alta.
Em vista disso, fontes alternativas de acesso ao mercado de capitais, como o crowdfunding, tornaram-se indispensáveis para empreendedores do campo que querem investir em tecnologia, insumos e maquinário, além de oferecer aos investidores excelentes opções de investimento direto no agronegócio.
Vamos entender melhor quais são os motivos por trás dessa diminuição do investimento público no agronegócio e como isso pode abrir grandes oportunidades para investir na economia real.
Governo federal reduz gastos com o agronegócio, mesmo com alimentos mais caros
A inflação não está dando trégua para o bolso dos consumidores. Cada vez mais famílias se veem obrigadas a mudar seu padrão de consumo e alterar inclusive os alimentos que levam à mesa todos os dias.
De acordo com o IBGE, a valorização das commodities agrícolas no mundo, em especial a soja e o milho, está aumentando os custos da ração animal e fazendo o preço da carne disparar.
De fato, o setor de alimentos acumula uma impressionante alta de 12,47% no ano, subindo praticamente sem parar desde o início de 2021, com exceção do mês de junho, quando a variação ficou negativa em 0,14%.
Como explica o Manuel Souza Neto, gerente do índice de preços ao produtor do IBGE:
A elevação dos preços foi impactada tanto pelo aumento de custo na criação dos animais quanto pela maior demanda. Além das exportações, também houve o impacto do mercado interno, com a volta às aulas presenciais e a tendência de substituição da carne bovina pela de frango.
O cenário, portanto, exigiria uma ação mais veemente do poder público, no sentido de incentivar a produtividade do agro nacional e permitir uma oferta maior de alimentos no mercado interno, de forma a reduzir a pressão dos preços na alimentação da população.
No entanto, a atuação do governo federal nos últimos anos tem ido justamente no sentido contrário.
Uma matéria recente do Valor Econômico ressalta que os gastos públicos com a agropecuária estão perto das mínimas históricas das últimas décadas, como mostra o gráfico a seguir:
Novas fontes de financiamento para o agro
O que explica essa queda do investimento público no agronegócio é o amadurecimento do mercado de capitais brasileiro, com o surgimento de novas fontes de financiamento, as quais vêm reduzindo a dependência dos produtores ao dinheiro público.
Nas palavras de José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Política e Informação do Ministério da Agricultura:
A partir da década de 90, ocorreu um esforço para tornar a agricultura mais competitiva. A redução nos gastos públicos é resultado da maturidade que o setor alcançou ao longo do tempo.
Até a década de 1980, as fontes de financiamento privado do agronegócio eram praticamente escassas, o que exigia uma atuação mais incisiva do poder público no sentido de ampliar o acesso ao capital no campo.
Houve uma evolução da regulamentação dos produtos de investimento voltados ao setor, como a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), além da regulamentação do crowdfunding em 2017, que se tornou a porta de acesso de pequenos e médios produtores ao mercado de capitais.
Leia mais: Financiamento rural: como captar recursos para o campo via crowdfunding
De lá para cá, agronegócio ampliou suas exportações e aproximou-se do mercado de crédito privado, especialmente depois dos anos 2000. O Estado passou a ser menos um fornecedor de recursos e mais um agente equalizador de operações entre privados.
Principais economias mundiais aumentaram subsídios ao agronegócio
Essa redução dos incentivos ao agronegócio, no entanto, vai na contramão do que têm feito as principais economias do mundo, especialmente EUA e Europa, onde os subsídios à produção agrícola local são cada vez maiores.
A proteção dos agricultores nesses países é vista como estratégica para sua segurança alimentar e menor exposição a choques de oferta alheios ao seu controle. Como ressalta o Valor Econômico:
A diminuição dos gastos públicos com a agricultura coloca o Brasil em situação que, em termos de subsídios, opõe-se à de países mais ricos e até concorrentes no mercado internacional.
Se considerarmos a correlação entre o suporte financeiro aos produtores e o valor bruto da produção, o grau de proteção do agro brasileiro é de apenas 1,1%, contra 12% nos EUA, 19% na União Europeia e 41,3% no Japão.
A média das economias mais avançadas no âmbito da OCDE é de 13,3%, ou seja, a participação do poder público brasileiro na proteção da sua produção agropecuária destoa completamente da tendência vista em países mais ricos.
Crowdfunding é fonte alternativa de recursos para a agropecuária
A escassez de linhas tradicionais de crédito voltadas ao agronegócio torna ainda mais atraentes fontes alternativas de financiamento, como o crowdfunding, através do qual os produtores podem acessar diretamente o mercado de capitais.
O crowdfunding é uma modalidade de investimento coletivo regulamentada pela CVM em que um grupo de pessoas se une para colocar de pé projetos do seu interesse, nos mais variados setores da economia.
Isso pode ser feito através da oferta de financiamento ou quando os investidores se tornam sócios do empreendimento, tendo, assim, direito a participar dos seus resultados.
Entre as plataformas de crowdfunding de maior destaque em captações para o agronegócio, sem dúvida, está a Bloxs, que já captou dezenas de milhões de reais em projetos de pecuária intensiva, produção de grãos, tecnologia no agronegócio e até ativos florestais.
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