Os ativos florestais sempre estiveram entre os investimentos mais utilizados pelos maiores fundos de pensão do mundo para proteger e diversificar a carteira, além de reduzir a correlação com outros ativos do portfólio.
Agora, essa tendência chegou ao Brasil, onde cada vez mais fundos estão descobrindo as vantagens do investimento em florestas plantadas.
Menos suscetíveis à volatilidade dos ciclos econômicos, o investimento em florestas plantadas tem sua valorização atrelada ao crescimento biológico das árvores e costuma entregar retornos acima da média de outras classes de ativos.
Uma matéria recente da revista Investidor Institucional ouviu representantes do setor para saber as vantagens de ter exposição a um mercado que serve de base para uma infinidade de indústrias, como energia, papel e celulose, têxtil, construção civil e até mesmo cosméticos e alimentos.
Considerado defensivo e com boa rentabilidade, o investimento florestal vem entregando retornos de IPCA +8% em prazo relativamente menor do que em outros países, por conta das boas condições de clima e solo encontradas no Brasil.
Neste artigo, vamos nos aprofundar nas características que fazem o ativo florestal ser indispensável para fundos de pensão e investidores institucionais que desejam superar suas metas atuariais e como é possível se posicionar nesse setor com segurança.
Os tópicos que vamos abordar a partir de agora são os seguintes:
- As vantagens do ativo florestal como investimento
- Fundação Basf investe R$ 72 milhões em florestas comerciais
- Ativos florestais trazem resultados acima da média
- Gestora da Ericsson tem R$ 38 milhões em ativos florestais
- Retorno de IPCA + 8%
- “Só não aumentamos o percentual porque estamos no limite”, diz CapitalPrev
- Por que investir em ativos florestais?
As vantagens do ativo florestal como investimento
O investimento em florestas comerciais plantadas já tem presença cativa no portfólio de fundos de pensão globais há muitos anos, e essa tendência começa a crescer no país, com cada vez mais players do segmento buscando as vantagens dessa classe de ativos para os seus portfólios.
Entre elas, se destaca a boa rentabilidade em relação a outros investimentos, como ações, títulos públicos e privados e até mesmo imóveis.
O baixo risco é outra vantagem apontada por gestores de fundos institucionais, em razão da sua baixa correlação com os ciclos econômicos e os mercados financeiros, pois o principal fator de retorno é o crescimento biológico das árvores, que não depende de fatores externos.
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Fundação Basf investe R$ 72 milhões em florestas comerciais
Uma matéria recente da revista Investidor Institucional destacou a resiliência e os atrativos do investimento florestal para a carteira desse tipo de fundo, ouvindo diversos representantes do setor.
Entre eles está Alexandre Pereira Santana, analista sênior de investimentos da Fundação Basf, que destaca o fato de o ativo florestal ser mais previsível e estável do que a maioria das classes de ativos:
Trata-se de uma classe resiliente. Os ativos florestais estão atrelados ao crescimento biológico das árvores, o que faz com que sejam menos suscetíveis aos ciclos econômicos. Possuem ainda baixa correlação com as demais classes de ativos.
Alexandre também ressalta a correlação historicamente alta do ativo florestal com índices inflacionários, o que o torna uma excelente oportunidade de diversificação para o longo prazo, além de entregar retorno superior à meta atuarial.
De acordo com a reportagem, a Fundação Basf começou a se interessar pelo setor em 2016, quando o Brasil vivia uma das suas mais graves crises econômicas da história. Atualmente, a instituição tem uma posição de R$ 72 milhões em florestas comerciais, sendo metade já integralizado e a outra metade a integralizar, distribuídos em cinco fundos de participações (FIPs).
Ativos florestais trazem resultados acima da média
De acordo com o analista sênior de investimentos da Fundação Basf, Alexandre Pereira Santana, as alocações nos ativos florestais realizadas pela instituição estão trazendo resultados superiores ao CDI e IPCA.
Os resultados têm sido acima do nosso atuarial. E boa parte dos fundos ainda está em fase de investimentos. Se pegarmos os últimos dez anos, vemos que essa classe de ativos passou por crises econômicas, impeachment, pandemia, inflação, etc., sem grandes turbulências, enquanto muitos segmentos mais alavancados acabaram não sobrevivendo.
Gestora da Ericsson tem R$ 38 milhões em ativos florestais
Outro investidor institucional que não abre mão da classe de ativos é a E-Invest, gestora dos planos de previdência dos funcionários da Ericsson.
Segundo a reportagem da revista Investidor Institucional, a fundação já investe no setor há mais de dez anos e possui atualmente uma posição de R$ 38 milhões, sendo R$ 31 milhões através do plano de Benefício Definido e R$ 7 milhões pelo plano de Contribuição Variável.
Assim como a Fundação Basf, a E-Invest tem concentrado suas alocações em ativos florestais através de fundos de participações (FIPs), basicamente geridos pela Lacan Brasil e BTG Pactual.
Na visão de Bruno Ribeiro, diretor-superintendente da PreviEricsson, os fundos florestais permitem diversificar melhor a carteira dos planos de previdência, pois funcionam como uma espécie de “hedge” contra a inflação, em razão da pouca correlação com ativos financeiros.
Geograficamente, o Brasil possui uma vantagem competitiva quando comparamos com outros lugares do mundo, permitindo retornos mais vantajosos.
Retorno de IPCA + 8%
Os resultados da gestora de fundos de previdência dos funcionários da Ericsson têm sido promissores nos últimos anos, de acordo com Bruno Ribeiro. Os fundos florestais estão entregando uma rentabilidade de 8% acima da inflação, superando com folga a meta atuarial da instituição.
Pretendemos aumentar nossas alocações nos fundos florestais, uma vez que os ativos têm total correlação com o passivo da empresa, que é de longo prazo e, portanto, casam com nossas necessidades atuariais.
“Só não aumentamos o percentual porque estamos no limite”, diz CapitalPrev
A revista Investidor Institucional também ouviu o diretor-presidente da CapitalPrev, Luiz Carlos Cotta, para saber como a fundação tem se posicionado em ativos florestais.
De acordo com o executivo, entre os principais benefícios de diversificar o portfólio com esse tipo de ativo está, novamente, a baixa correlação com outros investimentos e a capacidade de superar a meta atuarial.
Tomamos a decisão de investir em ativos florestais em função do tipo do ativo e pela possibilidade de trazer uma rentabilidade acima da nossa meta atuarial.
A entidade tem uma posição de R$ 18 milhões alocada em dois fundos florestais, um da Lacan e outro da Copa Investimentos, que vão do plantio da muda até a floresta de eucalipto já performada.
Somos considerados uma entidade um pouco mais agressiva quando se trata de fundos florestais. A gente só não aumenta o percentual porque estamos no limite do segmento.
O executivo destaca as vantagens de investir em um ativo real, como a promoção de atividades produtivas e o impacto em regiões do interior, aumentando a empregabilidade e o desenvolvimento econômico.
Por que investir em ativos florestais?
A partir dessas experiências, é possível traçar um panorama das vantagens de ter no portfólio ativos reais descorrelacionados com a volatilidade do mercado financeiro e os ciclos econômicos de curto prazo. Entre elas, podemos destacar:
- Alta rentabilidade: os ativos florestais têm apresentado retornos maiores do que outras classes de ativos, como ações, títulos e imóveis.
- Baixo risco: as florestas comerciais plantadas têm uma baixa correlação com os ciclos econômicos e os mercados financeiros, pois o principal fator de retorno é o crescimento biológico das árvores, que não depende de fatores externos.
- Diversificação: o investimento florestal pode melhorar o perfil de risco e retorno de uma carteira de investimentos, pois têm uma baixa correlação com outras classes de ativos.
- Benefícios ambientais e sociais: os ativos florestais contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, a conservação da biodiversidade, a geração de empregos e renda, e o desenvolvimento sustentável.
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