O investimento em crédito de carbono está entre os temas globais mais promissores para os próximos anos, e o Brasil tem tudo para se tornar uma potência nesse setor.
Seja com projetos florestais, de energia renovável ou no agronegócio, não faltam iniciativas voluntárias de empresas que desejam reduzir seu impacto no meio ambiente e construir uma imagem ecologicamente correta perante seu público.
Dados divulgados pela consultoria McKinsey mostram que essas iniciativas podem fazer com que o mercado de créditos de carbono no país alcance a incrível marca de US$ 2,3 bilhões em apenas oito anos.
E já está em discussão avançada no Congresso Nacional o Projeto de Lei 528/21 que regula a compra e a venda do crédito de carbono com a instituição do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE).
A boa notícia é que o investimento em crédito de carbono no Brasil já está ao alcance de qualquer pessoa que participar das tendências com maior potencial de retorno nos próximos anos e ainda impactar positivamente o planeta através de projetos diretamente ligados à economia real.
Neste guia rápido, você vai entender tudo sobre créditos de carbono, quais são as perspectivas para o setor, como investir com segurança em projetos tocados por especialistas na área e muito mais:
- O que é o mercado de créditos de carbono?
- Mercado regulamentado vs. mercado voluntário
- O que são gases de efeito estufa (GEEs)?
- Como são gerados os gases de efeito estufa?
- Quais países se comprometeram a reduzir suas emissões de GEEs?
- Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE)
- Por que o investimento em crédito de carbono é tão atraente?
- Como investir em projetos de crédito de carbono?
O que é o mercado de créditos de carbono?
É um sistema criado para permitir que empresas e governos atinjam suas metas de redução do aquecimento global, através de negociação de licenças para produzir uma quantidade definida de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa (GEEs).
O mercado de crédito de carbono foi concebido no âmbito do Protocolo de Quioto, no Japão, um acordo alcançado durante a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em 1997.
Seu objetivo é reduzir em 5%, em média, as emissões de GEEs nas economias industrializadas, em relação aos níveis de 1990, por meio de metas a serem implementadas pelos países signatários.
O Congresso Nacional brasileiro aprovou o texto do Protocolo de Quito por meio do Decreto Legislativo no 144, ratificado pelo presidente da República pelo decreto presidencial no 5.445, de 2005.
Mercado regulamentado vs. mercado voluntário
Quanto à negociação e investimento em crédito de carbono, existem basicamente dois tipos de mercado:
- mercados “Quioto”, ou seja que estão em linha com os compromissos assumidos no Protocolo de Quioto, onde os créditos são negociados para facilitar o abatimento das metas assumidas de redução de emissões;
- mercados “não Quioto”, ou voluntários, que abrangem a negociação de créditos associados às metas definidas por empresas e governos locais de forma voluntária.
Basicamente, ambos os mercados envolvem a negociação de “permissões” para que empresas negociem eventuais “sobras de emissões” com outras empresas que precisem intensificar seus esforços para atingir suas metas voluntárias ou estabelecidas por seus respectivos governos.
O Protocolo de Quioto previu o Comércio de Emissões, em que os países que conseguissem suas emissões abaixo das metas assumidas pudessem transferir esse “excedente” de emissões para outros países que precisavam aumentar seus esforços para alcançar seus objetivos.
Da mesma foi, foi concebido o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), através do qual os GEEs produzidos por algum processo industrial ou “sequestrados” da atmosfera voluntariamente por uma empresa, por meio de um projeto de florestal ou de preservação ambiental em um país em desenvolvimento, por exemplo, pudessem ser negociados no mercado mundial com países industrializados ou empresas neles sediadas para alcançar suas próprias metas locais.
O que são gases de efeito estufa (GEEs)?
O Protocolo de Quioto definiu os seguintes gases como causadores do chamado “efeito estufa”, responsável por aumentar o aquecimento global:
- Dióxido de carbono (CO2)
- Metano (CH4)
- Óxido nitroso (N2O)
- Hidrofluorcarbonos (HFCs)
- Perfluorcarbonos (PFCs)
- Hexafluoreto de enxofre (SF6)
De acordo com o livro Protocolo de Quioto e Legislação Correlata, editado pelo Senado Federal:
O problema do aquecimento global consiste no aumento da temperatura média da superfície terrestre de 1º a 3,5º Celsius e aumento do nível médio do mar de 15 a 90 cm, previstos até 2100. O aumento da temperatura é decorrente do aumento da concentração na atmosfera dos gases de efeito estufa devido às atividades humanas.
Como são gerados os gases de efeito estufa?
Os GEEs são resultado de atividades humanas (atividades antrópicas) para a realização de processos industriais e econômicos de diversos setores, como produção de energia, queima de combustível, indústria de transformação e de construção, mineração, transporte, entre outros.
Na agricultura, são gerados GEEs na fermentação entérica, tratamento de dejetos, cultivo de arroz, queimadas prescritas de savana, queima de resíduos agrícolas, entre outros processos.
Outra fonte de gases de efeito estufa é o descarte de resíduos sólidos na terra, o tratamento de esgoto e a incineração de resíduos.
Quais países se comprometeram a reduzir suas emissões de GEEs?
No Anexo B do Protocolo de Quioto estão elencados os países que, durante a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em 1997, no Japão, assumiram o compromisso de reduzir ou limitar a quantidade de emissões em relação ao ano de 1990.
A lista de países com compromisso de redução ou limitação de emissões de gases de efeito estufa, por porcentagem do ano-base ou período, no Protocolo de Quioto é:
País | (%) |
Alemanha | 92 |
Austrália | 108 |
Áustria | 92 |
Bélgica | 92 |
Bulgária* | 92 |
Canadá | 94 |
Comunidade Europeia | 92 |
Croácia* | 95 |
Dinamarca | 92 |
Eslováquia* | 92 |
Eslovênia* | 92 |
Espanha | 92 |
Estados Unidos da América | 93 |
Estônia* | 92 |
Federação Russa* | 100 |
Finlândia | 92 |
França | 92 |
Grécia | 92 |
Hungria* | 94 |
Irlanda | 92 |
Islândia | 110 |
Itália | 92 |
Japão | 94 |
Letônia* | 92 |
Liechtenstein | 92 |
Lituânia* | 92 |
Luxemburgo | 92 |
Mônaco | 92 |
Noruega | 101 |
Nova Zelândia | 100 |
Países Baixos | 92 |
Polônia* | 94 |
Portugal | 92 |
Reino Unido e Irlanda do Norte | 92 |
República Tcheca* | 92 |
Romênia* | 92 |
Suécia | 92 |
Suíça | 92 |
Ucrânia* | 100 |
Esses países, considerados desenvolvidos e industrializados deveriam assumir a liderança do processo de redução do aquecimento global, por emitirem a maior quantidade de gases de efeito estufa em termos proporcionais.
Países em desenvolvimento, como o Brasil, poderiam assumir compromissos voluntários e participar do mercado global de negociação e investimento em crédito de carbono.
Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE)
O Brasil está em processo de desenvolvimento do conjunto de normas para implementação, registros de projetos e negociação de créditos de carbono, de acordo com metas estabelecidas pelo governo e que deverão ser seguidas pelas empresas do país.
Para tanto, o Projeto de Lei 528/21, em tramitação avançada na Câmara dos Deputados, busca regulamentar o mercado de negociação e investimento em crédito de carbono no Brasil.
O objetivo do projeto é estabelecer um mecanismo de compensação financeira para empresas que realizarem projetos de redução ou remoção dos gases de efeito estufa, como projetos florestais e de energia renovável.
De acordo com o Deputado Marcelo Ramos (PL-AM), autor da proposta, serão concedidos incentivos econômicos à conservação e proteção do meio ambiente na forma de créditos de carbono, que poderão ser comprados ou vendidos por empresas.
Cada crédito corresponderá a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou gás equivalente.
Isso criará um mercado oficial de investimento em crédito de carbono, além de iniciativas voluntárias definidas pelas próximas empresas, as quais não necessariamente precisam se restringir ao que estabelece a legislação.
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Por que o investimento em crédito de carbono é tão atraente?
Entre os temas globais mais promissores para os próximos anos, o mercado de negociação e investimento em crédito de carbono sem dúvida tem lugar de destaque.
Isso porque o Brasil pode ser uma das principais potências nesse setor, graças ao seu imenso potencial para a realização de projetos de redução ou remoção de gases de efeito estufa.
Com isso, trata-se de uma das teses de investimento que podem abrir oportunidades de retorno exponencial para quem deseja diversificar a carteira além dos ativos tradicionais do mercado financeiro.
Basta ver a seriedade com que as empresas e governos encaram o tema ambiental, muito em razão da forte pressão da sociedade em todo o mundo por medidas concretas que revertam a deterioração do planeta.
Não é à toa que a construção de uma imagem pública como “amiga do meio ambiente” se tornou um importante ativo para as empresas que desejam se diferenciar no mercado.
E os números não mentem: atualmente, o mercado de crédito de carbono já movimenta US$ 270 bilhões no mundo todo, com perspectiva de dobrar de tamanho nos próximos anos, de acordo com estudos realizados por diversas consultorias.
No Brasil, a consultoria McKinsey afirmou que o mercado voluntário de negociação e investimento em crédito de carbono irá disparar e pode atingir a cifra de US$ 2 bilhões. Atualmente, as emissões de licenças correspondem a menos de 1% desse potencial.
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Nos últimos dois anos, o investimento em crédito de carbono ofereceu um retorno de 400%, quando a licença saltou de US$ 2,5 para US$ 10. Mas isso não é tudo: organismos internacionais, como Banco Mundial e FMI, estimam que o crédito de carbono pode atingir US$ 100 em pouco tempo.
Estamos falando, portanto, de um mercado seguro e em franco crescimento, tornando extremamente atraentes projetos de certificação de créditos de carbono para empresas que voluntariamente desejam mitigar seu impacto no meio ambiente.
Em outras palavras, o investimento em crédito de carbono é para quem busca ter um impacto positivo no planeta, sem abrir mão da rentabilidade e da diversificação.
Como investir em projetos de crédito de carbono?
Para os investidores que querem dar um passo além dos ativos tradicionais e ter exposição a um promissor mercado em crescimento com segurança, as melhores oportunidades de investimento em crédito de carbono são oferecidas pelo crowdfunding, modalidade de investimento coletivo regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Através do crowdfunding, um grupo de pessoas se une para colocar de pé projetos do seu interesse, em parceria com especialistas com histórico comprovado de desempenho e dispostos a entregar excelentes resultados aos investidores.
A Bloxs é a maior plataforma de crowdfunding de investimento do Brasil e, desde a sua fundação, em 2018, já captou mais de R$ 100 milhões em projetos nos mais variados setores, como ativos florestais, energia renovável e startups ao mercado de crédito de carbono.Se você deseja diversificar seu portfólio com um investimento em crédito de carbono, faça agora mesmo um cadastro rápido em nossa plataforma e saiba em primeira mãos quando a próxima oferta será lançada.