O último ano foi de grandes mudanças nas alocações estratégicas dos gestores que cuidam do patrimônio financeiro das famílias mais ricas do mundo, segundo o Global Family Office Report 2024.
O relatório, elaborado pelo banco investimento UBS, revela que a inflação e as taxas de juros agora estão entre as maiores preocupações imediatas dos family offices.
Isso fez com que esses escritórios buscassem a segurança dos mercados de títulos de renda fixa dos países desenvolvidos, com destaque para a América do Norte.
Nos próximos cinco anos, mais de um terço dos gestores de grandes patrimônios financeiros familiares pretende aumentar suas alocações em duas regiões específicas.
Quer saber mais sobre como os principais family offices do mundo estão se movimentando?
Então, continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre os seguintes tópicos:
Flight to quality entre grandes gestores de patrimônios familiares
Após a forte alta de juros nas principais economias do mundo nos últimos anos, os family offices decidiram rebalancear seus portfólios, adotando uma gestão mais ativa e priorizando mercados desenvolvidos.
Essa é uma das constatações do Global Family Office Report 2024, elaborado pelo UBS. Entre as teses de investimento favoritas desses gestores está a inteligência artificial (IA), onde pretendem aumentar suas alocações nos próximos três anos.
O estudo realizado pelo banco de investimento suíço ouviu 320 family offices ao redor do mundo, que representam famílias com um patrimônio líquido médio de cerca de US$ 2,6 bilhões, cobrindo uma riqueza de mais de US$ 600 bilhões.
Em 2024, o relatório identificou que a movimentação desses gestores seguiu as mudanças estratégicas já apontadas em 2023, com destaque para o mercado de renda fixa de países desenvolvidos, em face dos riscos da inflação e das taxas de juros.
Os escritórios familiares estão mais preocupados com os perigos trazidos por conflitos geopolíticos, além de problemas relacionados à mudança climática e aos altos níveis de endividamento.
Segundo o relatório:
“Como as empresas de tecnologia dos EUA estão liderando a revolução da IA gerativa, as alocações globais de ativos devem se inclinar, na média, para a América do Norte nos próximos anos.”
Alocação de ativos e diversificação de portfólio
No último ano, os family offices adaptaram suas estratégias de asset allocation, em resposta a um ambiente macroeconômico e geopolítico em constante mudança.
Renda fixa atinge maior patamar em 5 anos
Observou-se um aumento considerável nas alocações em títulos de renda fixa em mercados desenvolvidos, os quais atingiram o maior nível dos últimos cinco anos. Tal mudança foi financiada principalmente pela redução de alocações em liquidez.
Em contrapartida, houve uma diminuição nas alocações em ativos imobiliários, reflexo da correção nos preços das propriedades comerciais, embora se espere uma recuperação parcial no próximo ano.
De acordo com o relatório, a inflação e as taxas de juros parecem ter atingido o pico nos EUA e na Europa e devem diminuir gradualmente em uma economia global que parece saudável.
Quase três quartos (73%) dos family offices acreditam que as taxas de juros reais dos EUA permanecerão positivas por mais tempo, ao contrário dos gestores europeus que, depois de viverem uma experiência de juros negativos nos últimos 10 anos, acreditam (38%) que as taxas reais americanas oscilarão ao redor de zero.
Diversificação geográfica
Quando olhamos para a diversificação geográfica das alocações, a América do Norte se destaca como a região de maior foco, com os family offices americanos mostrando forte preferência por investimentos domésticos.
Ainda assim, há também uma tendência crescente de investimentos na região da Ásia-Pacífico, excluindo a China, onde mais de um terço dos family offices planejam aumentar suas alocações nos próximos cinco anos.
Estrategicamente, as alocações por região em 2023 mostraram que 82% das alocações de escritórios familiares dos EUA foram em ativos norte-americanos, enquanto os family offices suíços e europeus mantiveram um forte viés doméstico para a Europa Ocidental.
As alocações para a Ásia-Pacífico foram menores, mas em crescimento, com uma média de apenas 2% para a China por parte dos family offices norte-americanos e europeus.
Gestão ativa e apetite por risco
A confiança na gestão ativa e na seleção de gestores para diversificar os portfólios tem aumentado, devido à divergência de desempenho das ações.
Além disso, há uma preferência por títulos de alta qualidade e de curta duração, especialmente nos Estados Unidos, considerados estratégicos para a diversificação do portfólio.
No que se refere à tomada de risco, os family offices pesquisados declararam, em sua maioria, que pretendem assumir o mesmo nível de risco do ano passado, com apenas 18% deles afirmando que pretendem assumir mais riscos.
Teses de investimento
No que diz respeito aos temas de investimento, a inteligência artificial gerativa surgiu como o tema mais popular para os próximos dois a três anos, seguido de perto por setores como saúde, automação e robótica.
Em termos de alocações por classe de ativo em 2023, as classes tradicionais incluíram 28% em ações, 19% em renda fixa e 10% em liquidez (cash), enquanto as classes alternativas compreenderam 22% em private equity, 10% em imóveis e 5% em hedge funds.
As estratégias de diversificação têm sido um foco principal, com os family offices se voltando mais para a diversificação ativa, utilizando fundos de hedge e renda fixa de curta duração para mitigar riscos.
Private equity e ativos imobiliários
O relatório do UBS mostra que os family offices que investem em private equity estão lidando com a preocupação de uma possível falta de exits (saídas estratégicas) e liquidez no próximo ano, uma inquietação compartilhada por 61% dos investidores.
Apesar disso, a confiança no potencial de retornos de longo prazo do private equity é alta, com 71% dos gestores investindo nessa classe de ativos para diversificar seus portfólios e a mesma proporção acreditando que os retornos superarão os das ações.
Quanto aos métodos de investimento em private equity, a maioria das alocações, correspondendo a 62%, são realizadas através de fundos e fundos de fundos.
Os investimentos diretos também são uma prática comum, representando 38% das alocações, dos quais 15% são como acionistas ativos, 13% como acionistas passivos e 10% em coinvestimentos.
Vale notar que, nos family offices com ativos superiores a US$ 1 bilhão, quase metade das alocações, ou seja, 49%, é destinada a investimentos diretos.
Em relação aos ativos imobiliários, a modalidade mais frequente de investimento é a aquisição direta de propriedades físicas, que representa 52% dos investimentos imobiliários.
Os coinvestimentos em propriedades físicas estão ganhando popularidade, assim como os investimentos em fundos fechados diretos, ambos com 19% das alocações.
Nos Estados Unidos, os coinvestimentos estão quase equiparados aos investimentos diretos em termos de preferência, com 34% das alocações destinadas a investimentos diretos e 33% a coinvestimentos.
Como investir como os maiores family offices do mundo
Entre os títulos mais utilizados por investidores de alto patrimônio no Brasil estão títulos incentivados, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e determinadas debêntures.
Esses papéis são isentos de imposto de renda para pessoas físicas, independente do seu nível de renda, o que faz com que sejam excelentes opções de planejamento tributário na hora de investir.
Os CRIs e CRAs são títulos securitizados que têm como lastro recebíveis provenientes do setor imobiliário e agropecuário, respectivamente.
Eles costumam ter retornos acima da média, não só pelos benefícios fiscais que oferecem, mas também fornecerem exposição a setores fortes e resilientes da nossa economia, contribuindo para sua liquidez.
Já as debêntures são títulos de dívida que financiam projetos de longo prazo dos mais variados setores. As debêntures incentivadas estão ligadas ao setor de infraestrutura e segmentos da economia que fazem uso intensivo em pesquisa, desenvolvimento e inovação
Os investidores que desejam fortalecer suas carteiras com esses títulos altamente apreciados no mercado não podem deixar de considerar ofertas realizadas de acordo com a resolução 88, da CVM.
Além de fomentar o crédito para startups e empresas de pequeno porte de base tecnológica, a resolução 88 da CVM simplifica o processo de emissão de títulos estruturados, evitando o caro e burocrático rito tradicional de ofertas.
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Conclusões
No último ano, os family offices têm priorizado a estabilidade, aumentando suas alocações em renda fixa em resposta às taxas de juros mais altas. Paralelamente, houve uma redução nos investimentos em imóveis, com expectativa de recuperação parcial em 2024. A preferência geográfica se mantém na América do Norte, mas com um olhar crescente para a Ásia-Pacífico, excluindo a China.
A gestão ativa ganhou confiança como meio de diversificação, especialmente com a volatilidade do mercado de ações e a preferência por renda fixa de curta duração nos EUA. Os riscos geopolíticos e climáticos são as principais preocupações, enquanto a liquidez no private equity é um ponto de atenção, apesar da confiança nos retornos de longo prazo.
Os investimentos imobiliários tendem a ser diretos, com um interesse crescente em coinvestimentos, particularmente nos EUA. A sustentabilidade está se tornando cada vez mais central, com os family offices buscando integrar práticas sustentáveis em suas estratégias de investimento e operações.
Por fim, os family offices estão recalibrando suas estratégias para um ambiente macroeconômico mais estável, com ênfase em renda fixa, cautela em imóveis, foco em gestão ativa e sustentabilidade como um pilar estratégico.
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