O possível colapso da gigante imobiliária chinesa Evergrande provocou pânico nos mercados na semana passada. Estaríamos diante de um novo “Lehman Brothers”?
Com uma dívida colossal de curto prazo, capaz de contagiar diversos setores da economia da China e até mundial, a crise da Evergrande fez um mar vermelho tomar conta dos monitores, devido principalmente à queda de ações fortemente expostas ao mercado imobiliário do país asiático.
No Brasil, o Ibovespa tombou 2,33%, puxado por Vale, cujos papéis despencaram 3,3%, ao lado de outras mineradoras. Como a China é nossa principal parceira comercial, não demorou muito para que diversos analistas, como o banco americano Wells Fargo, dissessem que o Brasil estava entre os países mais vulneráveis a uma “bolha” chinesa.
Faça parte da nossa lista de interesse em real estate.
Diante desse cenário, é fundamental que os investidores se posicionem para reduzir sua exposição ao risco do mercado financeiro e à baixa rentabilidade real dos títulos de renda fixa, protegendo seu patrimônio com ativos reais de alta qualidade, em setores estratégicos da nossa economia.
No artigo de hoje, vamos examinar melhor como uma eventual crise imobiliária na China poderia afetar a economia brasileira e o que você pode fazer para proteger seu patrimônio contra esse risco.
Evergrande: um “Lehman Brothers” chinês?
O contágio de uma possível “bolha” imobiliária pela economia chinesa fez o humor dos mercados financeiros mudar ao redor do mundo.
O resultado é o que geralmente acontece em momentos de incerteza quando a aversão ao risco domina o sentimento nas bolsas de valores: quedas expressivas. E desta vez não foi diferente.
A dimensão da dívida do conglomerado imobiliário chinês, que ultrapassa a marca de US$300 bilhões, levou muitos analistas a comparar sua potencial quebra com o que ocorreu no caso do Lehman Brothers, durante a grande crise de 2008.
Uma análise mais profunda, no entanto, nos mostra que, diferentemente do caso americano, a disseminação da dívida da gigante chinesa parece estar mais contida no próprio sistema financeiro da China.
Como explica Felippe Cauê Serigati, da Escola de Economia e do Centro de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV), em entrevista ao Canal Rural sobre o efeito da Evergrande:
Entre 2008 e 2009, o problema estava dentro do mercado financeiro dos EUA. Os ativos estavam podres e não estavam mais conseguindo identificar quais instituições estavam saudáveis. Esse problema acabou se espalhando pela Europa e outros países que transacionavam esse tipo de papel. No caso da Evergrande, quem são os principais credores? Bancos estatais chineses.
Segundo Felippe, trata-se de uma crise de dívida passível de ser amortecida pelo governo chinês, na medida em que as principais instituições bancárias afetadas pertencem ao próprio Estado. No caso Lehman Brothers, o setor privado, em âmbito internacional, estava suscetível.
“O governo chinês tem orçamento para amortecer esse impacto? De sobra”, afirmou Felippe.
Consequências para o Brasil
No comércio internacional, a China é o principal destino das exportações brasileiras, especialmente de commodities.
Em 2020, as transações entre os dois países rompeu pela primeira vez a marca histórica de US$100 bilhões, sendo que as exportações brasileiras superaram o incrível patamar de US$65 bilhões.
O grande destaque, sem dúvida, foi o agronegócio, que soube se aproveitar da guerra comercial EUA-China e do alastramento da Febre Suína Africana para aumentar sua presença no país asiático e bater recordes de faturamento.
De acordo com uma matéria da revista Veja:
Altamente dependente do comércio com a China, o Brasil pode ter seu índice de crescimento comprometido por uma eventual crise do outro lado do mundo, uma vez que as compras chinesas variam de 2% a 6% do PIB nacional.
De fato, uma eventual desaceleração da economia chinesa tende tornar os investidores estrangeiros mais reticentes quanto ao avanço de países emergentes.
No caso do Brasil, os efeitos dessa desaceleração podem ser sentidos em algumas commodities que exportamos para o país asiático. Mas quais setores exportadores seriam os mais afetados?
“Impacto da Evergrande no agro será mínimo”
Os setores exportadores brasileiros mais vulneráveis à crise da Evergrande são aqueles que têm maior exposição ao mercado imobiliário chinês, principalmente mineração.
A China também está sofrendo com a disparada da inflação e depende das importações de alimentos do Brasil para impedir que a situação se agrave, especialmente em razão do persistente impacto da Febre Suína Africana sobre sua vara de suínos.
Como explica Felippe, da FGV, sobre o caso Evergrande:
Os fundamentos não sofrem impacto, oferta e demanda continuam as mesmas. Vale a pena acrescentar o detalhe que, na pandemia, ao primeiro sinal de que haveria impacto na economia, o governo chinês interviu. Provavelmente, o investidor associado ao agro terá ainda menos problemas que a turma de minérios. O impacto no agro é mínimo.
Saiba mais sobre os efeitos da crise da Evergrande sobre o agronegócio na entrevista do professor Felippe ao Canal Rural no seguinte vídeo:
Como proteger sua carteira e rentabilizar seu capital em momentos de incerteza?
Em momentos de grande incerteza, a melhor forma não só de proteger a carteira, mas principalmente de rentabilizar o capital é reduzir exposição ao mercado financeiro e buscar ativos geradores de renda.
Além de menos voláteis, esses ativos não estão expostos ao risco da bolsa de valores e remuneram melhor os investidores em relação à baixa rentabilidade real dos títulos de renda fixa.
Não é novidade que a escalada da inflação jogou no vermelho opções muito usadas pelos investidores para guardar sua reserva de emergência, como fundos DI, Tesouro Selic e outros papéis atrelados ao CDI.
A melhor estratégia é aumentar a parcela de ativos reais na sua carteira, já que estão ligados diretamente à economia real e, por isso mesmo, guardam pouca ou nenhuma relação com mercados líquidos.
Através de captações de crowdfunding, você tem acesso a projetos especialmente selecionados para gerar renda e retornos acima da média para os investidores, com toda a segurança de um mercado regulado pela CVM.
O crowdfunding, ou investimento participativo, é uma modalidade de investimento em que um grupo de pessoas se une para colocar de pé projetos de alta qualidade do seu interesse, seja fornecendo financiamento (crédito) ou se tornando sócio dos empreendimentos.
Não deixe de conhecer esse segmento, que oferece ofertas extremamente acessíveis para blindar seu patrimônio e ter exposição a setores dinâmicos e resistentes a crises, como o agronegócio e energia renovável.
Para ter acesso às melhores captações de crowdfunding no Brasil, é muito fácil: basta você se cadastrar gratuitamente em uma plataforma autorizada, como a Bloxs, e começar hoje mesmo a diversificar sua carteira.
Abra sua conta grátis e aproveite as vantagens de investir com a Bloxs